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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

26
Jul14

(Não) Contar

Maria das Palavras

Sempre fui de poucas palavras. De ouvir antes de falar. As palavras dos outros não me comprometem, nem me expõem. Nada do que eles possam dizer faz notar a minha fragilidade. Se não me conhecem, não têm de saber, se me conhecem, não os preocupo. Por isso não conto. Por isso guardo muito. Por isso guardo tanto. Por isso escrevo tanto.
Respondo invariavelmente "tudo bem" ou "tudo normal" ao fim do dia, quando me perguntam por novidades ou "como correu". Mesmo que tenha um turbilhão na cabeça nesse momento. 

 

Ultimamente tenho vários turbilhões a moer. É a tal mudança. A tal sala de espera. A sala onde eu prefiro estar sozinha. 

Mas quando digo sozinha, [agora] digo com ele. Porque onde eu estou, ele cabe sempre. Sobretudo na minha cabeça e no meu coração.

 

 

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25
Jul14

Declaração de Amor

Maria das Palavras

Morava nesta casa há uns dois anos, quando a minha J., teve um grande desgosto de amor com seu primeiro namorado. Do alto da minha falta de experiência com relacionamentos sérios, dei-lhe um conselho que ela nem sempre segue, mas lhe ficou para a vida toda: não é ele a tua pessoa, tens de procurar alguém que te iguale ou supere.

 

Ela pegou logo no marcador colorido (já não me consigo recordar se era azul ou verde) e escreveu no quadro branco do quarto que partilhávamos: "Alguém que me iguale ou supere". Ficou muito tempo exposto no quarto que continuou a ser das duas, depois foi só dela. Mas ainda hoje, se formos a Viana do Castelo e espreitarmos o quarto da J. em casa dos pais, está escrita a mesma frase no mesmo quadro, só pendurado numa parede diferente - esse conselho que eu lhe dei, essa frase pela qual tentámos orientar-nos sempre, com as várias pessoas com quem nos fomos cruzando.

 

Por um motivo ou por outro, por muito que já tenha gostado de algumas pessoas e (ou) elas de mim, nunca achei que cumprissem esta frase. De alguma forma sempre me senti superior - presunção minha, eu sei. E sem esse reconhecimento, não podia nunca ter-me apaixonado verdadeiramente.

 

Independentemente do que o futuro nos reserve (ou talvez do que nós reservamos para o nosso futuro), tu és o primeiro que, para mim, cumpre esta velha máxima de um par de amigas tolas. Tu igualas-me ou superas-me. Fazes-me sentir grande com as tuas palavras e o teu carinho por mim, e pequenina no teu colo protector ou debaixo do teu olhar terno.

 

Tenho por ti o respeito e a admiração que ninguém me conseguiu arrancar. Podes sonhar como um menino e brincar como um rapaz, mas tens todos os traços de um Homem: da forma como me tratas, à forma como te relacionas com a tua família e com os teus amigos; da responsabilidade com que vês o teu trabalho, à tua paixão pela música e pelas tuas ambições.

 

E é por considerar que me igualas ou superas que és tão diferente de todos.

E me fazes a mim ser diferente também. Para melhor.

 

Não vamos chamar a este conjunto de parágrafos uma carta de amor. Chamemos-lhe só um e-mail de agradecimento, por me fazeres gostar mais de ti todos os dias: de cada vez que me dás a mão, quando me apertas ao ouvir determinada música, se me tocas no joelho quando vamos no carro e eu estou mais calada, quando dizes que me adoras no meio de uma conversa que nem tem nada a ver, se fazes um desvio para me dar um beijo ou simplesmente me lembras que te lembras de mim.

 

Sabe que nenhum gesto teu é menor ou esquecido.

 

Da tua,

M.

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24
Jul14

Receitas em poucas letras #3: Pudim de Iogurte LIGHT

Maria das Palavras

Quando eu digo light, é mesmo light, ao melhor género é-saboroso-mas-só-tem-coisas-que-a-nutricionista-aprova.

Não é light como as receitas que eu procuro e geralmente têm ingredientes do géneros "natas light". Como se natas e dieta pudessem ter alguma coisa a ver. 

Pudim de Iogurte - Sobremesa Light

 

Um pudim light e saboroso! Pode lá ser? Pode. Aprendi-a aqui, experimentei-a e o meu homem até lambe os dedos quando a faço.
E depois obedece ao meu outro requisito para experimentar receitas: poucos ingredientes, poucos passos. Que eu cá não sou escrava Isaura atrás do fogão, nem a dona-de-casa mais prendada ou paciente. Gosto de aprontar uns petiscos e deliciar quem por cá passa, mas simples e rápido é a minha filosofia. Se são muitos ingredientes, incluindo pó-roxo da cauda do kanguru da Tasmânia (ou outros igualmente difíceis de encontrar) ou demora hora, já estou a olhar para a receita seguinte. Foi por isso aliás, que chamei a esta rubrica: Receitas em poucas letras.

 

Vamos lá então?

PUDIM DE IOGURTE LIGHT na Bimby
[sem Bimby também dá, é só misturar tudo muito bem, respeitando as quantidades e temperaturas]

Ingredientes: 600 gr de água, 2 pacotes de gelatina em pó, 2 iogurtes magors

Passos:
1) Aquecer a água no copo da Bimby (7 minutos, 100º, vel.2)
2) Juntar a gelatina e misturar (2 min., vel.3)
3) Adicionar os iogurtes e misturar (30 seg., vel.3)

4) Colocar numa forma, deixar arrefecer um pouco e depois levar ao frigorífico pelo menos um par d ehoras antes de meter a colher


Notas: A combinação de sabores é a que se queira. Eu fiz com gelatina e iogurtes de morango da primeira vez. Depois gelatina de Maracujá e iogurte de côco, juntando côco ralado também. Qualquer versão é deliciosa. A gosto, sim? 
Quanto à forma, qualquer uma serve, mas  se for de silicone facilita imenso na hora de desenformar o doce. Outra opção, é colocar logo em tacinhas individuais.

 

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23
Jul14

Fazes-me lembrar o Inverno

Maria das Palavras

Porque olhei para ti e me arrepiei, mesmo sem ser de frio. Porque me dás o conforto de uma lareira acesa no canto da sala, lenha a crepitar. A lareira de onde apanho o calor sentada no chão, porque sou eu, sem filtros, e eu gosto de me sentar no chão. E faço barulho com os calcanhares a andar, mesmo que use pantufas.

Assim, como é Verão, faço barulho com os meus pés descalços a assentar cada passo no chão. Já vão sujos de pisar todas as divisões da casa e não faz mal. Sento-me na mesma no chão, quando não me sento no teu colo, sempre que me apetece. Olho para ti e arrepio-me, mas é de calor. É assim que me fazes lembrar o Inverno.

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22
Jul14

Sala de Espera

Maria das Palavras

Esta sala tem muitas portas e eu ainda não sei qual é a minha. Há uma pequenina, tenho de me baixar para lá passar e dá para um labirinto onde eu nunca estive, com várias saídas que eu desconheço. Há uma grande, em mogno bem polido, envernizada, mas andam à procura da chave e enquanto eles procuram eu espero. Há uma muito bonita e luzidia, parece feita em ouro, mas dizem-me que tenho de a abrir sozinha e ela parece pesada. Ainda há mais uma ao fundo, que tem o meu nome escrito e tudo, mas em cima tem uma placa: "Em manutenção. Seremos breves.". Voltar para trás não é opção e se eu me levantar de repente e me puser a forçar uma, corro o risco de ligar os alarmes. 

 

[tirei a senha e estou à espera que me chamem]

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21
Jul14

Uma viagem vale mais que mil palavras: Paris

Maria das Palavras

Não há duas sem três e parece-me que não vai haver três sem mais.
Se Paris sozinho não fosse boa razão, se os amigos que lá tinha não chegassem também, agora tenho família lá emigrada como desculpa. 

O que gosto mais é de ouvir a língua (tanta gente discorda de mim no amor à língua francesa) e tenho uma grande mágoa em não a treinar mais para desenrolar o vocabulário esquecido. E é mentira que as francesas não tomam banho, nem se depilam, já agora. Ou melhor, é tão verdade como todos os portugueses terem bigode (incluindo as mulheres).

 

 

Eu em Paris, Notre-Dame

 

 

Da primeira vez fui sozinha, da segunda raptei a minha irmã e divertimo-nos muito e da terceira levei lá o meu amor. Queria afinal, fazer jus ao outro apelido da cidade da luz.
Li algures que o dinheiro que dispendemos em viagens é o único que nos deixa mais ricos em vez de mais pobres. E eu só queria ser assim para lá de rica, a gastar cada cêntimo em viagens.

 

[Na foto sou a de chapéu (a ser perseguida pelo pássaro), junto à Catedral de Notre Dame, vista pela lente do meu rapaz - que tirou e tratou a fotografia para ficar assim tão bonita. É ou não é um talento, o meu amor?]

 

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20
Jul14

Carta para ela

Maria das Palavras

Sempre que erras comigo - e erramos tantas vezes, a sorte é a capacidade que temos de nos acertarmos - há um momento em que desabafas: não sei porque gostas de mim.

 

Coisa do momento, claro. Tu sabes tudo o que és (em ti e para mim) e eu já to disse muitas vezes.

 

Mas eis uma razão muito boa para gostar de ti: porque quando tomamos duche juntos tu acabas sempre primeiro (odeias ficar sem a água quente em cima do corpo por um segundo que seja, por isso eu espero por ti, só te observo) e quando sais levas sempre os meus chinelos para fora da casa de banho. Tantas vezes andas descalça por mais frio que o chão esteja, mas depois do duche, roubas-me sempre os chinelos. E eu chateio-me invariavelmente contigo, mas só te acho adorável. Depois tu voltas atrás com um sorriso maroto, às vezes já vestida, e devolves-me os chinelos.

 

É isto.

Podia repetir como és bonita, inteligente, que adoro o teu sentido de humor e os teus olhos de mar, ou a tua insegurança bem disfarçada para o mundo. Mas não é este um elogio mais puro? Um que só eu te posso fazer de algo que só me fazes a mim. Um elogio nosso de uma particularidade tua que só eu conheço. Amo-te porque me roubas os chinelos.

 

E foi isto que te quis oferecer neste aniversário. Porque já te dei tantas coisas, mas nunca te ofereci palavras.

 

Com amor,

F.

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19
Jul14

Noites sem ti

Maria das Palavras

As noites sem ti servem para me explicar como já não és alguém importante para mim: és parte de mim. E não há palavras para justificar como é que tu, tão alto, cabes dentro do meu coração que não medirá mais de 15 centímetros. Mas cabes. E mesmo a desafiar a lógica, tenho-te sempre guardado no peito.

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19
Jul14

Todas iguais, todas (a achar ques somos) diferentes

Maria das Palavras

Queremos todas amor, dinheiro e saúde. Julgamos todos os livros pela capa, numa primeira vista. Achamos secretamente que somos melhores em determinada coisa do que alguém que até é reconhecido por isso. Acreditamos em entidades divinas quando a fé nos convém (ou não acreditamos, mas tentamos pedir na mesma). Quando estamos em casa de estranhos fingimos que gostamos de alguma comida, que em em casa pomos sempre de lado. Queremos o cabelo diferente do que temos (caracóis se é liso, liso se tem caracóis, mais volume se é escorrido, menos corpo se é volumoso). Merecemos um trabalho e um salário melhores. Apareceu-nos sempre uma borbulha naquele dia importante - que era o único em que não podia aparecer. Temos medo de rugas e cabelos branco, mas sobretudo de ficar carecas. Estávamos tão bonitas (ajeitadinhas, vá, ao nosso gosto) quando olhámos ao espelho a última vez antes de sair de casa e, agora no WC do restaurante já está um bocado de lápis esborratada e o cabelo parece que ganhou vida. Aquela mala que vi agora na montra da loja é que é mesmo a única que me faltava na coleção pessoal e tenho de a comprar. Afinal não era, a última, mesmo última, é a que vou ver na próxima semana e comprá-la também. Só quero é estar sozinha. Só queria era ter companhia. Estar sozinha. Ter companhia. 

 

 

Estatuetas Buddha Eden Garden - Quinta dos Loridos

 

 

Mas depois algo corre mal e achamos sempre que somos as únicas com medos e anseios. As únicas a passar por esta situação. Lançamos o-que-é-que-eu-fiz-para-merecer-isto's e porquê-a-mim's.
Pssiu. Olhem para o lado [eu também]. Somos todas iguais. Só não nos calhou foi a aparência laroca da Gisele Bündchen a todas.

 

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18
Jul14

Receitas em poucas letras #2: Peru com limão "spicy"

Maria das Palavras

Cá em casa come-se muita carne branca (por prescrição médica, pode dizer-se assim) e portanto é preciso inovar na forma de preparar frango e peru e peru e frango e frango e peru (já disse peru e frango?). 

Por isso quando ontem vi a receita de Frango com Limão da Joana - que tem só o blog de culinária menos aborrecido de sempre, porque mistura receitas com histórias pessoais - , de seu nome Palavras que Enchem a Barriga, tive de experimentar logo.

 

Inventei um bocadinho. Usei peru porque já tinha descongelado. Em vez de piri piri pus duas malaguetas pequeninas à mistura. E esqueci as batatas, acompanhando a carne só com salada de cenoura e alface.
Ficou de-li-cio-so, bem condimentado (vou confessar que já tinha um frasco de paprika cá em casa há semanas a fio, sem nunca ter experimentado) e a dose certa de picante - para mim, mas quem é do género frango-assado-sem-picante-se-faz-favor pode saltar a parte das malaguetas.

Segue a receita. O meu muito obrigada à Joana - que a seguir publicou umas bolachinhas de chocolate com recheio de caramelo com aspeto tão divinal, que assim que acabar de escrever este post vou atar as mãos ao estendal para não me pôr a fazer gulodices!

 

PERU COM LIMÃO "SPICY"

Ingredientes: Peru cortado aos cubos/pedaços, 1 limão, meia cebola picada, uma colher de chá de paprika e pimentão doce, sal q.b. e duas malaguetas pequenas.

Passos:
1) Temperar o frango no tabuleiro em que vai ao forno com o sal, a paprika, o pimentão, a cebola picada e a(s) malagueta(s).
2) Regar com um fio de azeite e cobrir com rodelas do limão.

3) Levar ao forno por meia horita ou até estar coradinho.

 

Peru com limão spicy

 

Deliciem-se e não deixem de ver a receita original (e taaaantas outras) no blog da Joana.

 

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