As pessoas não sabem #1
Pastéis de Belém são pastéis de nata. Desculpem , não queria chocar ninguém.
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Pastéis de Belém são pastéis de nata. Desculpem , não queria chocar ninguém.
Não sei se era alto ou baixo, se tinha marcas de nascença ou o que vestia na altura em que foi avistado pela última vez. Sei que recebi esta mensagem de uma [aparente] rede social chamada Twoo na minha caixa de spam (entre outras mensagens enriquecedoras) e estou muito, muito consternada. Nem costumo perder as chaves, nem o telemóvel, fui logo perder uma pessoa inteira. As minhas preces vão para esta família de Sinfães, que neste delicado momento, terá o coração nas mãos. Para mais nas vésperas do Natal. Apresento ainda as minhas mais sinceras desculpas pelo sucedido.
Ah, afinal, era só uma mensagem de engate fajuta de um site amoroso ao qual não autorizei que utilizasse os meus dados. Vou apagar as velinhas à Nossa Senhora e cancelar a linha de crédito para ajudar nas buscas.
Este ano o filho não pode vir. Por causa do trabalho, como disse ao telefone já há um par de semanas, da última vez que lhe ligou para saber como estava de saúde. Ajeitou novamente o lume, com os cepos que lhe restavam da última volta que deu no pinhal ao pé de casa. Estava muito frio para voltar lá agora. E o filho do Cristovão que às vezes trazia lenha também para ele, já não visitava os pais também fazia uns meses - as viagens à terra estão cada vez mais caras.
A televisão estava desligada. O Natal dos Hospitais já não tinha ninguém que conhecesse e também já não tinha a sua Lucinda ao lado a dar-lhe cotoveladas para reparar no vestido desta e daquela cantora. Há tempo demais que ninguém lhe dava uma cotovelada.
Quase podia ouvir ainda a chaleira a chiar e ela ainda tão novinha a perguntar ao pai se também aceitava uma chávena. O sr.Aníbal da drogaria mandara-o entregar uns cartuchos para a caça lá em casa do Doutor. O Doutor recebeu-o com um sorriso e chamou a Lucinda, a filha, para fazer um chá ao rapaz, que era ele. E ele viu-a e soube com a certeza dos loucos: havia de casar com ela. Havia de passar com ela o resto dos seus dias - cotoveladas e tudo. Não fosse a vida ter-lhe pregado a rasteira de a levar tão cedo, cedo demais. Quase sentia o aroma do chá de limão, que ela lhe preparava sempre.
- Sr.José, o seu chá está pronto.
A senhora da bata azul passou pela porta e interrompeu-lhe os pensamentos. Pousou o chá na mesinha ao lado dele. Que estava aquela jovem ali a fazer?
Às vezes baralhava-se. Perdia a noção por um segundo. A "jovem" era uma senhora nos seus avançados cinquentas, que trabalhava para a associação local. O filho pagava a mensalidade que lhe dava direito às refeições, às limpezas, enfim, aos cuidados que podem ser os estranhos a dar.
- Deixei-lhe tudo pronto e acrescentei umas rabanadas ao menu do costume. Não se esqueça que amanhã não passa cá ninguém. Se precisar de alguma coisa tem o nosso número ao pé do telefone. Boas festas.
Ligou a televisão sem ele pedir. E pregou-lhe um beijo na testa antes de sair. O atrevimento! A Lucinda haveria de lhe contar das boas, se pudesse ver aquilo.
Olhou pela janela e viu a moça a afastar-se. Ao longe casas iluminadas, mais do que o costume. Lembrou-se. Era Natal. Contava oitenta e três Natais. E, sozinho em casa, pedia a Deus que não tivesse de contar mais nenhum.
Fala-se em Sozinho em Casa no Natal e todos temos a imagem do Macaulay Culkin e dos bandidos trapalhões na cabeça. E esquecemo-nos de desejar que fosse esse o único "sozinho em casa" associado a esta quadra. O único filme muito visto. Partilhem. Pode ser que toque a consciência de alguém que possa fazer a diferença.
As pessoas andam todas a publicar sobremesas de Natal light.
HAHAHAHAHAHAHA.
Sobremesas. Light. De Natal.
HAHAHAHAHAHAHA.
Eu, que sou de Leiria, tendo a dar prendas (embora use os dois vocábulos). Acho que quanto mais para Norte mais se dão prendas. E de Lisboa para baixo só se dão presentes.
Estou enganada?
A Framboesa, a Magda, a Nice, Dona Pavlova, a Diana e a Marina não me deixam passar em branco por este blogo-desafio (e eu acho bem). Às vezes, desleixo-me com estes desafios, mas acho que já estava a sentir saudades de um. De qualquer forma prefiro 12 perguntas a 12 passas por isso...aí vamos nós (a pedido de muitas famílias)!
1. Árvore de natal artificial ou natural?
Tenho de responder "artificial" de forma politicamente correta, enquanto me pergunto por que raio tenho aquele monte de plástico lá em casa quando a tanto pinheirinho a estender os braços para mim à beira da estrada e a gritar em pinheirês "Leva-meeeee. Está frio aquiiiiii.".
2. Natal com neve ou sol?
Tanto faz. Não tenciono botar pé fora de casa mesmo.
3. Esperar pela manhã ou abrir os presentes à meia-noite?
Meia-noite com direito a contagens entusiasmadas. Sim, tenho 28 anos.
4. Qual o filme que adora ver nesta altura?
Sozinho em Casa, claro (já Dona Pavlova dizia). Senão, perco-me um bocado e nem sei se a família está reunida por causa do Natal ou da Páscoa (nesse caso, seriam os filmes sobre a vidad e Cristo).
5. Cânticos de natal nos shoppings.
O problema não são os cânticos, mas os shoppings. Ganho urticária, de pensar.
6. Qual o uniforme que usa no dia de natal? Pijama ou veste toda bonita?
Roupa confortável, incluido camisolas "lanzudas" gordas na véspera. Mais lavadinha e elegante no dia de Natal.
7. Qual a sua comida de natal favorita?
Cabrito no forno. Até me babo.
8. O que quer receber este natal?
Vou responder paz, felicidade e saúde porque fica bem. Mas o que queria era férias em Bali por um mês.
9. Planeia antecipadamente os presentes ou é à última hora?
Planear e comprar tudo tão cedo, tão cedo, que se chega a Natal e já não dá para trocar...
10. Veste de Pai Natal?
Nunca. Barrete sim. Disfarçar-me de velho gordo que dá colo a crianças em troca de rebuçados já não gosto.
11. Qual a sua música favorita do Natal?
Gosto muito de uma muito foleirota que os Anjos editaram com outra cantora qualquer há muitos anos e já nem sei o nome. Estão a ver? Sooou um boneco de neveeee.
12. Onde vai passar o Natal este ano?
Na minha casinha (importei a família de Leiria e pela primeira vez passo o Natal fora da terra-mãe). Wish me luck.
No capítulo "dietas milagrosas", o CM também está na vanguarda da comunicação responsável.
Ao ver isto até pensei que fosse um daqueles anúncios enganosos ao género "emagreça 10 kilos a comer tudo" e só depois percebi que era mesmo uma notícia.
Até posso rir-me apenas quando pôem "dieta", "rica" e "caril" na mesma frase. Mas escusavam de dizer que caril ao pequeno-almoço emagreceu o tipo porque lhe acelerava o metabolismo comer todas as porcarias que quisesse durante a manhã e depois passar o resto do dia apenas com petiscos.
Toda a gente sabe a verdade por detrás desta dieta: o efeito laxante da comida indiana. É só saúde!
Não fiz nenhuma wishlist para este Natal (e se fizesse talvez lhe chamasse muito vulgarmente "lista de prendas"). Amanhem-se.
Ainda não acabei de contar sobre a Madeira, por isso espero que me aguentem mais um pouco.
Dizem que os momentos maus surgem para valorizarmos os bons. Escusava era de ser logo para a despedida.
Em primeiro lugar, só neste dia choveu. Logo no dia que tínhamos guardado para o longo passeio no Jardim Botânico do Funchal.
Tínhamos decidido acordar tardito e almoçar cedito. Assim fazíamos o check-out e já não voltávamos. Fizemos isso e seguimos para o Castelo dos Hambúrgueres - andava a sonhar com eles há dias, os mais recomendados hambúrgueres em bolo do caco da ilha toda.
Fechado ao Domingo. Porra.
Não faz mal. Temos uma recomendação que não seguimos: vamos às pizzas do Pico da Atalaia.
Fizemos meia hora para lá chegar porque nos enganámos no caminho. E, adivinhem?
Fechada ao Domingo. Porra duas vezes.
Almoçámos noutro sítio, mais caro, mas vá. Onde não pudemos beber café porque tinha faltado a água.
Seguimos para o Jardim Botânico e vamos para pagar. Não há Multibanco. E caixa ATM? Só no Funchal...A distância podia não ser muita, mas era preciso pegar no carro e voltar atrás.
Tudo isto debaixo de chuva e assim foi até regressarmos a Lisboa.
A Madeira deixa saudades. Mas não este dia em particular...
Chegar a Dezembro com as prendinhas todas compradas, invariavelmente. Por mais modestas que sejam (a mais barata conta com 1,45€ de gasto), são pensadas para valer mil dólares cada uma para a pessoa a quem a ofereço. E depois, no último par de semanas que antecede o Natal entristecer-me por ver toda a gente com sacos e saquinhos e morrer de vontade de ir à segunda volta. As pessoas que eu gosto só teriam a ganhar se eu fosse rica. Só vos digo isto.
Também já despacharam tudo?
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