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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

27
Jul16

E porque hoje se fala de livros...

Maria das Palavras

Cloud Atlas com galão - Maria das Palavras

 

É o dia certo para vos contar o balanço da minha experiência com o Livro Secreto. A foto foi tirada esta manhã, com o Cloud Atlas e o meu galão (como se pode ver na mancha da minha caneca favorita). Ultimamente dou por mim a acordar mais cedo para ler um pouco, já que não consigo deitar-me mais tarde - não sou definitivamente um ser da noite. 

Lembram-se do Livro Secreto, certo? Já vos falei da iniciativa, criada pela M.J., assim que me chegou o primeiro exemplar. Basicamente pus um livro a rodar, bem como os restantes elementos que participam na iniciativa. Todos os meses alguém lê o meu livro e todos os meses leio o livro de alguém - sem saber qual vai calhar a quem. E cada leitor anota as suas passagens favoritas ou faz comentários, de forma a que o livro volte, no final do ciclo, para o seu dono, mais lido e mais rico. Pelo menos é esse o plano.

Quando começámos - digo eu - era tudo muito rigoroso nas datas, nos envios e nas leituras e com o tempo o grupo foi-se conhecendo e entrosando, criando empatia e flexibilidade. O que não abandalhou a iniciativa, só a tornou melhor. E já não me lembro quantos livros me passaram pelas mãos, mas, com exceção de uma impossibilidade, li-os todos até agora e descobri verdadeiras pérolas (às vezes literalmente) que jamais teria escolhido. 


Não escrevi sobre todos os livros da iniciativa que já li, por isso vou aceitar a sugestão da Presidentadeste "clube do livro" e vou responder a algumas questões, para acalmar a vossa curiosidade sobre o assunto - estão a salivar para saber mais, não é?

 

a) porque decidi participar na iniciativa;
Fui vítima de chantagem emocional por parte da Presidenta, pois claro. O chamado olhinho de gato das botas.

b) qual o livro que mais gostei até agora;
A Luz, do mestre Stephen King. Ou não fosse eu passada dos carretos. Mas fica uma menção honrosa para o livro que eu própria pus a circular (e li à pressa para entrar neste circuito) e que me surpreendeu positivamente: o minorca "A Contadora de Filmes". E aguardo ansiosamente pelo Zafón (ele anda aí!), que prometem que me vai roubar o coração. 

c) qual o livro que menos gostei;

O livro que tenho no momento é sempre o que gosto menos. Porque penso: "tenho tantos na minha estante que fui EU a escolher e me apetecem ler...porque raio tenho de ler este que não fui eu que escolhi?". Depois lembro-me do propósito da iniciativa, do facto de me ter juntado a ela de livre vontade e em consciência, do bem que faz sair do hábito...e deixo-me surpreender.


d) uma passagem do livro que tenho e que está sublinhada por alguém;

A passagem que a Magui sublinhou na página nº40 do Cloud Atlas quis marcá-la também a amarelo fluorescente (não o fiz, dona do livro, não te preocupes).

 

(...) resolvi perguntar-lhe porque é que me tinha sorrido enquanto estava a ser chicoteado. "A dor é forte, pois é - mas o olhar de um amigo é mais forte". Respondi-lhe que nem ele sabia nada de mim nem eu sabia nada dele. Ele tocou nos olhos e depois nos meus, como se esse simples gesto fosse uma explicação total. 


e) se já pensei em desistir;
Sempre que pego no livro que não fui eu que escolhi, lá está. E depois perco-me nele e passa tudo. 

f) coisas que gosto e não gosto na iniciativa;

Não gosto de ter de estar sempre a caminhar para os CTT. Gosto quando consigo convencer o Moço a ir lá por mim. Não gosto dos papéis *a solta nos livros. Gosto de ler as mensagens das outras pessoas no livro. Não gosto de não conseguir cumprir a meta. Gosto de ser supreendida. Não gosto de empurrar para trás os meus próprios livros que já estavam na fila. Gosto daquilo que mais odeio: ser "obrigada" a ler algo que não escolhi. 


g) se pudesse trocava o livro que enviei por outro: qual!

Não, não trocava...e a explicação é simples: fiz uma escolha perfeita (ahahah, esse ego!). É um livro agradável de ler, curto para deixar que pessoas com vários ritmos de leitura consigam sempre cumprir a meta e que gostei o suficiente para querer recomendar, mas não tanto que não me queira separar dele. Honestidade a mais?

 

*sim, está errado, é de propósito, porque é assim que lhe chamo. Neste âmbito. Noutros, chamo-lhe só "tola" ou "psst, tu aí".

 

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27
Jul16

Distintamente bons

Maria das Palavras

Joel Dicker e o Caso de Harry Quebert mantêm-se como a dupla imbatível nas minhas leituras dos últimos tempos. Encantada que estava com o autor suiço, depois de ter devorado o seu best seller e de o ter conhecido na Feira do Livro, li os seus outros dois livros numa semana e considero-os distintamente bons - nenhum dos três livros se parece com o outro, a meu ver, mesmo aquele em que o protagonista é o mesmo. 

 

Joel Dicker - Os Dias dos Nossos Pais e O Livro dos Baltimore

 

Os Dias dos Nossos Pais é um romance sobre as emoções da guerra dentro de uma pequena unidade de elite formada na Inglaterra e, paralelamente, um foco muito especial na relação entre um pai e um filho que parte para a linha de combate (uma das linhas de combate, que a guerra nem sempre é tudo o que se vê e sabe dela). É aliás um livro sobre o amor sem limites: entre amigos-irmãos, entre um homem e uma mulher, entre pai e filho, para com o país e o Homem, no seu âmago. O final é absolutamente emocionante e sem ter a intriga complexa dos outros dois, leva-nos até ao fim sem esforço. 

 

O Livro dos Baltimore é o livro da história familiar de Marcus Goldman, que já conhecemos (e quem não conhece deve parar já o que está a fazer e tratar disso), mais uma vez escrito da perspetiva do autor-protagonista. Está relacionado com o anterior (cronologicamente, passa-se antes), mas é possível ler um sem o outro. Fala-nos do presente, do passado e do ainda-mais-passado dos Goldman de Montclair e sobretudo dos Goldman de Baltimore. Fala-nos da infância dos primos Goldman, onde me prenderam particularmente os episódios de violência escolar vividos (e provocados?) por Hillel A.W. (Antes de Woody). Fala-nos de um Drama (um dia D) em particular do qual rapidamente conhecemos as consequências, mas os contornos apenas no final. No entanto considero injusto chamar Drama ao drama, assim com maiúscula, quando, a meu ver, outros se sucedem ao longo das páginas - de igual importância ou que, pelo menos, levaram a esse. Ao longo do livro todo consegui sentir a nostalgia do Marcus, que nos escreve, a sua admiração, a sua revolta, a sua generosidade.

 

Ambos me deliciaram. Ambos são grandes livros. Ainda assim, não há amor como o primeiro. E, para mim, não destronaram A Verdade sore o Caso de Harry Quebert.

 

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