Mas que tal eu embrulhada num lacinho? Tenho uma séria paixoneta por blusas e vestidos de costas abertas. E esta em particular tem o defeito de estar com um preço quase tão bonito como a camisola. Não acham que ela pertence no meu roupeiro?
E porque é que é tão óbvio que eu não estou a pedir que ma ofereçam pelo Natal? Porque se ma oferecessem no Natal eu não a podia usar no jantar da consoada, como gostaria. Portanto: óbvio. Não é para que ma ofereçam no Natal. Tem de ser antes...
Agora a sério...antes que eu me esbardalhe nas contas e esvazie a carteira só porque estas peças todas estão a menos de 15€ (menos as botas) temos duas opções: a) vejam lá qual gostam mais e aconselhem-me para eu comprar só essa. Ou b) façam uma vaquinha e por todos ofereçam-me as minhas peças eleitas todas. Pronto. Era isto. Obrigada e voltem sempre.
... que no outro dia, atrasadíssimos em praí 20 minutos para algo marcado com um grupo de pessoas, me ocorreu por um milésimo de segundo que mais valia que alguém nos batesse no carro para ao menos termos justificação. Sim, passou-me logo.
O Medo era um amigo do João que nunca o deixava fazer nada. Não faças isso que te aleijas. Não experimentes que podes errar. Não vás que ainda te arrependes. Opá, não te metas nisso. Era um amigo muito pequenino, mas com uma voz muito grossa que fazia eco e chegava a todo o lado.
O João adorava o seu amigo e conselheiro Medo. Graças a ele levava os seus dias de forma perfeitamente pacata, sem grandes nervos, sem grandes riscos, sem grandes emoções.
De vez em quando, é preciso confessar, o João pensava o que seria de si sem aquele amigo. Podia estrear aquela bicicleta nova, talvez. Ou ver o mundo para além da sua terrinha. Ou aprender uma língua nova. Quem sabe fazer outros amigos...Viver aventuras como as que lia nos livros. Mas era aí que o Medo lhe ajeitava a almofada na cabecinha e lhe puxava a manta até aos ombros. Deixa-te estar. Fazia-o ficar um pouco abafado, mas muito quentinho.
O João, cujas palpitações nunca estiveram muito longe de 80 por minuto, teve saúde por muitos e muitos anos. E apesar de a dada altura o seu corpo ter deixado de responder, gasto pela passagem do tempo, o João nunca morreu. Afinal nunca tinha chegado a viver.