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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

22
Jun17

Como des-besuntar a pele

Maria das Palavras

Não, não se diz assim, escusam de vir os grammar nazis da vida desejar que eu tenha um troçolho por escrever mal. Mas já é um golpe duro para mim ostentar o título de blogger menos in e falar de cremes e maquilhagem, portanto, imaginem o que seria eu dar um título ao post do género “3 passos infalíveis para remover maquilhagem”. Ora, quando comecei a pintalgar a cara com mais regularidade, usava para me desmaquilhar a tal coisa milagrosa a que se chama água micelar. Porque tem micelas com os benefícios X, Y e Z? Não, porque me disseram que aquilo fazia de tudo, incluindo hidratar, limpar, desmaquilhar, passar a roupa a ferro e andar ao pé coxinho.

O que sucede é que eu passava dois, três, vinte discos de algodão e continuava a ver sujidade como se tivesse andado nas minas de carvão o dia todo - ando a ler o primeiro livro da trilogia O Século do Ken Follet e portanto tenho as minas de carvão na cabeça. Estava a um passo de pôr diluente na cara ou usar lixa daquela que o meu pai costumava ter na oficina. E foi aí que vi num vlog da Ingrid Nielsen a menção a este produtinho. Tenho a certeza que lhe pagaram uma fortuna para o elogiar, mas a verdade é que…funciona. Parece uma cera dura, mas no contacto com a pele fica cremoso e literalmente desfaz a maquilhagem e a sujidade que está na pele. É nesta fase que parece que nos estamos a disfarçar para a guerra, porque a máscara de pestanas desfaz-se à volta dos olhos e até às bochechas (sim, eu percebo que com esta visão, não acreditam que isto limpa). Depois é só lavar com água para tirar tudo. Também parece caro, mas tendo em conta as vezes que utilizei e o boião ainda está praticamente intacto, diria que vai render muito.

Clinique Take the day off Balm - Fapex.pt | Dica Maria das Palavras para des-besuntar a cara

 

Há à venda na Sephora, mas eu comprei online, aqui. Choca aí Clinique e manda vir o patrocínio, faxabor.

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21
Jun17

Dois dedos de conversa #73

Maria das Palavras

Maria repara que determinada pessoa, sua conhecida (moderadamente), pede hambúrguer vegetariano: 


Maria: Mas és vegetariana? Achei que já te tinha visto comer carne.

Pessoa: Não sou. Mas evito comer carne. Tenho pena dos bichos.

Maria: Ok, respeito. 

Pessoa: Só como galinha. Porque as galinhas são estúpidas.

Maria: 

 

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20
Jun17

As palavras são estúpidas

Maria das Palavras

Não se apalpam. Não podemos pegar numa e atirá-la. Não podemos misturá-las na água e fazer com que alguém as beba para ficar melhor. Não as podemos ver quando as dizemos, nem as podemos roubar quando as ouvimos de forma a ficarem só para nós. Não lhes tocamos - quando muito tocamos no papel onde moram. São pouco importantes, são só palavras, não têm nada dentro, fomos nós que as inventámos e sem nós não eram nada. São pontos que formam traços, que formam sons, que formam significados. Mas não existem como existe uma maçã, à parte da nossa vontade. Não as roemos, não lhes tiramos o caroço, não deixamos cair uma e quando vamos a ver, nesse sítio cresceu um discurso. Não nos batem num braço e fazem uma nódoa negra.  Sozinhas, soltas, sem nós, se não as ouvirmos, se não quisermos saber delas, não valem de nada.

 

Mas ferem. E acalmam. Separam famílias e juntam amores. Contratam e despedem. Compram a paz e a guerra. Mudam-nos. E mudam o mundo. Esses pontos, que formam traços, que formam sons, que formam significados. Que sozinhas, soltas, sem nós, se não as ouvirmos, se não quisermos saber delas, não valem de nada.

 

Coisas estúpidas, as palavras.

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19
Jun17

As tragédias não se medem aos palmos.

Maria das Palavras

Estava em Leiria, onde tenho os meus, mas a distância bem segura. Tão segura que nem dormi com o telemóvel por perto, onde começavam a entrar mensagens de quem queria saber se com a minha família estava tudo bem. Tinha o Moço, os meus pais, a minha irmã, a minha avó ali ao pé. O mundo parecia sossegado. Ao mesmo tempo, as cinzas de um fogo a lavrar longe caíam na varanda do mesmo quarto onde eu dormia, numa sorte que centenas não teriam nessa noite, tão pouco nas seguintes. E as minhas queixas do início da tarde de Sábado, ainda em Lisboa, numa volta rápida à Feira do Livro, porque não me aguentava com tanto calor, que estava impossível, que o Sol me queimava as pernas, eram agora o eco de uma menina egoísta e ignorante, uma ironia miserável. Não sei se as grandes tragédias tornam menores os problemas do quotidiano, das coisas pequenas de cada um. Num ciclo vicioso de eu não me poder queixar de calor, porque nunca perdi nada num incêndio, de quem perde a casa no incêndio não se poder queixar, porque há quem não tenha casa, de quem não tem casa não se poder queixar porque em determinadas zonas de África não há sequer água potável e as crianças definham antes de crescerem. E depois perde-se mais uma vida e não interessa nada, senão a vida que se perdeu, e as vidas que agora parecem desencontradas por causa disso. Não interessa a contagem final, o número redondo da tragédia, que a imprensa internacional usa para os títulos. Interessa o um mais um mais um mais um mais um mais um mais um. A estória de cada pessoa, num sofrimento único, desligada do evento maior. Não interessa tanto que o incêndio tenha ceifado dezenas de vidas como que tenha ceifado uma só de cada vez, ou uma que nos toca, é a realidade crua. É assim que vejo isto tudo e é assim que sinto, à distância. Não é uma tragédia de grandes números, são muitas tragédias de pequena dimensão. É cada uma dessas que vai doer muito tempo a quem é próximo, não é a maior que vai doer a seja quem for que agora faz discursos em choque sobre o terror vivido no país. E é cada uma dessas que nos comprime o peito, mas não asfixia. Sabemos lá o que é fumo. 

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18
Jun17

A maravilhosa epopeia da blogger que descobriu que ver Youtube faz bem à pele.

Maria das Palavras

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Foi quase no final do ano passado que o vício do Youtube se me pespegou. Começou pelos vlogs e evoluiu rapidamente para tutoriais de maquilhagem. É fascinante como este ser que vos escreve, uma nulidade em qualquer tipo de trabalho manual (que é o que a maquilhagem também é, se pensarmos bem) se deixou embeiçar por isto. O encantamento com que as ditas vloggers falavam do produto X e Y (fosse patrocinado ao não) era o encantamento com que eu as ouvia – e eu nem os tinha, nem os sabia ou tencionava usar. Perfeitamente inexplicável. 
 
Aos poucos foi-se dando o fenómeno “e porque não?” e passei a experimentar melhor as coisitas que eu tinha lá por casa, coisas que tinha comprado nos saldos da KIKO, essencialmente, com a leve crença que já as sabia usar (e não sabia). Depois comprei algumas que me faltavam. E hoje em dia tenho uma gaveta cheia de tintas e utensílios para besuntar a cara. Nuns campos mais noutros menos (já domino mais ou menos bronzer, iluminador e sombras de olhos, mas continuo a ser zero à esquerda no eyeliner). Portanto, primeiro fenómeno: ver Youtube fez-me aprender a maquilhar melhor – só de me lembrar como eu achava que as sombras se usavam, fico com o blush natural. 
 

Ora, o que aconteceu a seguir? Esta pessoa que tinha sempre a melhor das intenções em relação a cremes e afins, mas nunca os usava mais de três dias seguidos, começou a sentir necessidade de, por besuntar a pele mais vezes, tratar a pele mais vezes. Tirar a maquilhagem, limpar, hidratar. Maquilhar-me mais fez-me tratar melhor a pele da fronha. Ver Youtube fez-me bem à pele. Se antes maquilhar-me um dia e não tirar a porcaria da cara era mesmo só um dia e não fazia mal, agora são vários dias e sinto-me culpada por não tratar da pele como se não lavasse os dentes. 

 
Maquillalia, Fapex, Uriage, Clinique, Nyx, Nars, Urban Decay, Kiko, Sephora e essa tal de Berenice, cheguem-se cá ao patrocínio, se faz favor. É que agora, deixei de ter suores frios só para fechar o site da Mango e da La Redoute e passei a querer-vos bem também.  
 
O certo é que hoje em dia a minha pele está menos oleosa e mesmo “naquela” altura do mês as borbulhas (querem que eu diga espinhas?) são muito menos frequentes. E se sujar a cara foi o caminho para melhor a limpar, pois que seja. Viva o Youtube, caramba.  

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16
Jun17

Eu manjerico, tu manjericas, nós martelamos.

Maria das Palavras

Quando saí de Leiria perdi o 22 de Maio (que era um simples feriado municipal) e ganhei o 13 de Junho e uma tradição que nunca tomei por minha. Fui ao Santo António algumas vezes (prometi sempre que seria a última) e desde a primeira, que acabou comigo encerrada num elevador avariado às seis da manhã, à ultima, a comer sardinhas sobrevalorizadas num tasco de Carnide, nunca lhe tomei o gosto.

 

Agora venho para norte, contente por me livrar disso, ao menos. Quando me deparo com o terror. Já vi à venda no Continente da terra martelos (MARTELOS) para o São João. Já ouvi aconselhar o alho porro para fugir às marteladas na cabeça, por meio do seu aroma (des)agradável. Como explicar isto de forma civilizada? Se casamentos de grupo e cerveja nos pés não faziam o meu género mais a sul, marteladas na cabeça a norte também não entram o meu programa ideal.

 

Digo aos Santos, o mesmo que os rapazes dizem às miúdas em quem não estão assim tão interessados: o problema não são vocês, sou eu. Mas estão à vontade para me encher a caixa de comentários com motivos para se adorar qualquer uma das celebrações (e ofensas várias por não ser o caso).

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15
Jun17

Dois dedos de conversa #72

Maria das Palavras

Fomos espreitar o encontro de estátuas vivas em Espinho (não foi tão assustador como soa).


Moço: Isto deve ser muito difícil. Eu não ia conseguir estar quieto tanto tempo.

Maria: …tu nem sequer consegues estar quieto ao nível de um humano normal.


Em caso de dúvida ler aqui

 

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14
Jun17

5 Coisas que mudaram agora que o Moço voltou a morar comigo.

Maria das Palavras

1
A cama nunca mais voltou a acordar com os lençóis no sítio. Não, não estou a ser ordinária. É que eu entro e saio da cama quase sem ela dar por mim. E durmo direitinha, perpendicular à linha dos lençóis, sossegada. Ele dorme assim:

 

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2

A TV voltou a estar sempre ligada e há música por todo lado. Perdi há muito o vício da TV por companhia e passei a preferir o silêncio como banda sonora de quase tudo. Já ele: Porto Canal e Spotify ao poder.

 

3

A cozinha começou a ser frequentada. Sim, cozinhei tanto desde fevereiro, como uma pessoa normal cozinha num dia só. Eu juro que não era assim quando morava sozinha A.M. (antes do Moço). Mas parece que o facto de saber que era uma situação passageira deu lugar a uma preguiça que eu sempre soube que possuía. Portanto "preparar o jantar" passou a ser "ir buscar qualquer coisa ao frigorífico" e "pôr a mesa" era basicamente "tenta não fazer muitas migalhas no sofá".

 

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4

Há “coisitas” espalhadas pela casa toda. Eu nunca fui freak da limpeza (até porque isso é uma mania que dá muito trabalho) mas sou obcecada por ter as coisas no lugar. De maneira que a minha casa podia fazer parte de um catálogo (não da Caras Home, mas do Povo’s Home, sei lá) a qualquer dia da semana porque toda a confusão está perfeitamente dissimulada. Agora já não: o iPad mora em cima do sofá, as calças que se tiraram moram em cima da cama (“porque são para voltar a vestir”, como se o resto da roupa fosse descartável), a mochila ficou pousada na entrada e o garrafão de água não desceu da bancada depois de ser usado.

 

5

O lugar que já tinha passado a ser a minha casa, agora passou a chamar-se lar. Agora sim: mesmo que ainda faltem trocar candeeiros, a mudança está feita e a vida nova começou.

 

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