Diário da mudança
Boas notícias: O Moço vai finalmente voltar a morar comigo.
Más notícias: O Moço vai finalmente voltar a morar comigo e não faço ideia onde vai arrumar as tralhas dele porque eu já ocupei tudo…
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Boas notícias: O Moço vai finalmente voltar a morar comigo.
Más notícias: O Moço vai finalmente voltar a morar comigo e não faço ideia onde vai arrumar as tralhas dele porque eu já ocupei tudo…
O gelado não ocupa lugar.
Esta semana ele aprendeu a fazer canja de galinha* porque umas horas antes eu disse que era o que me apetecia para o jantar.
*com estrelinhas.
OU a nossa relação em gíria futebolística:
Maria: O Porto nunca mais vai ganhar o campeonato.
Moço: Nunca mais?
Maria: Não. Desde que namoramos o Porto nunca mais ganhou. Enquanto estiveres comigo vai ser assim.
Moço: No primeiro ano o Porto ganhou…
Maria: Sim, mas eu não comecei essa época.
Moço: Verdade. Foste uma contratação de Inverno.
Este é um dos filmes a concurso na edição do Festival de Cannes deste ano. Está em francês mas vale a pena ver - apenas no caso de serem pais ou filhos (portanto no caso de toda a gente). Muito jeitoso. Se tiverem curiosidade em ver o top 20 dos candidatos a Leões no Festival, selecionados pela Gunn Report, cliquem aqui.
Quem é que acha inacreditável eu nunca ter visto Seinfeld?
1. "Como te correu o dia?"
Tenho alergia a resumos do dia. Já vem dos tempos de escola, quando ainda nem tinha pousado a mochila e já me era requerido que falasse. Primeiro: não sou da marca de falar sobre a minha vida para a processar (talvez escrever sobre a minha vida). Depois, se houver algo relevante a dizer, hei-de chegar lá a meio de uma conversa devidamente contextualizada - ou se for demasiado relevante não preciso que ninguém me pergunte por isso que eu própria hei-de dizer logo. Terceiro: Obriga-me a um esforço mental que não aprecio para rever o dia que a) se correu mal não quero fazer, b) se correu bem tenham calma que já la vou nos meus próprios termos ou c) se não teve nada de relevante me força a admitir que foi um dia desperdiçado da minha existência. Conselhos para lidar com o assunto se quiserem que fale mesmo sobre o dia: primeiro mandem-se sentar e alimentem-me.
2. "Mas já experimentaste [determinada coisa básica] para resolver esse problema" (por exemplo, se o computador apresenta um problema, perguntarem-me se já o reiniciei)
Resposta provável no tom mais irónico de que sou dona: Ah, não! Porque sou estúpida, é um problema que eu tenho. O meu cérebro não faz sinapses. De forma que a coisa mais óbvia não me tinha ocorrido. Mas também não posso ir já tentar isso, porque neste momento estou muito agradecida por te ter na minha vida, ó pessoa iluminada, meu salvador, e vou a correr construir-te um altar por me resolveres a situação, mas sobretudo pela oportunidade de te ouvir chamar-me imbecil.
3. "Tem calma."
Esta não é específica da minha pessoa. Funciona com qualquer mulher e o processo é o seguinte: a pessoa pode ou não estar enervada > usa-se a frase > a pessoa perde a cabeça. Não sei em que escola andam os homens, onde lhes ensinam que se nos mandarem ter calma, magicamente todos os nossos problemas se resolvem e ficamos SUPER aliviadas.
Expectativa:
- Oh não, o meu piriquito favorito morreu!
- Tem calma.
- Uff, boa, agora estou fixe. 'Bora enterrar o piriquito.
Realidade:
- Olha, parti uma unha.
- Tem calma.
- Ok, eu nem estava ralada por ter partido a unha, que até vou à manicura logo, mas tu achas que tens necessidade de me pedir calma? A mim?! Euzinha?! Eu estou MUITO CALMA e agora vais explicar-me porque é que achas que não!!!!
Para que as mulheres nunca ficassem confortáveis na praia, incertas de que parte do lombinho estaria agora à mostra - se já estariam a dar um alô à galderice ou não - e pudessem ficar malhadas como a Cornélia pelo resto da época de praia. Esta sorte imensa não estaria, no entanto, ao dispor de todas. Apenas as mais capazes seriam capazes de destrinçar exatamente como vestir o bicho no meio de tantos buracos no trapo para apenas dois braços, duas pernas e um pescoço.
It’s a family joke that when I was a tiny child I turned from the window out of which I was watching a snowstorm, and hopefully asked, "Momma, do we believe in winter?”
Philip Roth, em O Complexo de Portnoy
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