5 Tipos de Pessoas no Supermercado
A minha querida Lupa saberá identificar mais 50 tipos delas, mas estas são as que me tiram do juízo. No fim quero que me avancem qual a que gostam menos, se são alguma delas, ou que outras coisas vos tiram do sério a cada visita ao supermercado. Vamos lá?
A nervosinha do tapete
Vou confessar: foi esta que inspirou o post. Estava na fila, já a colocar as coisas no tapete. Como a divisória que diz "próximo cliente" não estava ainda disponível deixei uma distância bem simpática entre as as coisas da senhora da frente e comecei a pousar as minhas. Logo aí senti que ela ficou nervosa. Olhava para as minhas compras, olhava para as dela. O pânico que a operadora de caixa achasse que os guardanapos de rolo - a meio metro das compras dela - lhe pertencesse e tivesse de os pagar instalou-se completamente. Ou talvez fosse pânico que eu lhe ficasse com a embalagem de cenouras que escolheu a dedo. Seja como for: suores frios. Assim que possível, quando a operadora de caixa terminou de registar os produtos do outro senhor à frente dela, fez um salto de atleta olímpico para o separador e colocou-o vitoriosamente no espaço entre as minhas coisas e as dela, rematando com um olhar de "vês como é que se faz?" dirigido a mim. Isto passou-se em poucos segundos mas senti que para ela foi uma tragédia grega em slow motion. Por isso contive o riso.
A apalpadora de fruta
Literalmente, pessoal, não sejam ordinários. esta pessoa vive na secção dos frescos e legumes e quase a ouvimos a estalar os dedos antes de estacionar o carrinho à beira das courgettes para começar a sua jornada. Com ar de especialista e de saco em punho faz um jogo de toca e foge com cada peça de fruta. Não escolhe uma ameixa sequer sem tocar em pelo menos 70% das que estejam disponíveis. Não raras vezes, sai de mãos a abanar. "Nunca tem nada de jeito" diz ela a quem quer ouvir, "naquele supermercado a fruta está sempre toda pisada". E nem pensa que foi porque ela a cutucou toda no dia anterior.
A louca dos talões
Se acham que é um grande azar quando a fila para pagar pára por questões técnicas, faltas de preço em produtos ou tremores de terra em curso, é porque nunca se cruzaram com a verdadeira louca dos talões. Apesar de ter os milharzinhos de vouchers em pastas ou numa bolsa específica que anda sempre com elas, está lá de tudo o que recolheram e recortaram, de todos os supermercados da área (e alguns que nem existem num raio de 100 km). Portanto primeiro tiram os do supermercado errado, depois querem usar os que já expiraram e a seguir pedem à menina para os experimentar todos, por favor, mesmo que ela insista que aquele cupão só é válido em alface e a coisa mais parecida com vegetal que tem é uma pizza congelada com pimentos em cima. Mesmo quando se acabarem os cupões não vale a pena respirarem fundo: falta levar os selos dos copos, sim?
A acumuladora de fila
Deixam-na passar à vossa frente porque só leva uma embalagem de Panrico e vocês foram aviar-se (quem usa esta expressão?). De repente ela pergunta se guardam o lugar e vai buscar umas latinhas de atum. A seguir volta, pousa e vai buscar amaciador da roupa. Depois, ainda enquanto espera, pede desculpa, mas lembrou-se que precisa de sabonete líquido. E quando dão por ela, têm à frente uma pessoa com o supermercado inteiro por pagar. Mas muito a sério: começou com um produto na mão e acaba com um carrinho cheio que podia alimentar África.
A esfomeada
Eu. Claramente, eu. Alguém que passou mesmo só para ir buscar a manteiga que se acabou, mas decide passar naquela hora crítica antes do jantar. Resultado: traz TUDO o que consegue alcançar com a mão das prateleiras. Especialmente se for comestível. Especialmente se for doce.
Tudo se torna "aquilo que eu não como há tanto tempo" ou "aquilo que sempre quis provar". E quando, arrependida de todas as porcarias que trouxe, começa a arrumar as compras em casa, lembra-se: não trouxe manteiga!