Vieram vocês, com a mania da grandeza, explicar-me com grandes sermões que uma pessoa se deve rir (por escrito) com ahahaha e não hahahaha. Que estúpida que eu era, diziam as vozes em coro, a rir-se de mim em ahahahaha apontando com o dedo daquela forma que dizemos às crianças que é feio - sou capaz de estar a exagerar, mas não garanto. E eu, triste, pelo engano de uma vida, fiz uma mudança mais radical que o corte de cabelo "à joãozinho" nos idos anos 90 e alterei a forma de gargalhar em textos. Para uma blogger de renome como eu, lida por mais de duas pessoas quando chove e não lhes apetece ir passear para sítios nomeadamente alguns, é uma questão de identidade e estatuto. Agora vem o Facebook com os novos botõezinhos de reações e espeta logo com haha para começar. E agora, hein? Que dizem às minhas ilusões desfeitas? Onde param as vossas mentiras? É que está na Internet. E tudo o que está na Internet é verdade. [só que não]
São lindas não são? Em toda a sua simplicidade. Linhas direitas, mas curvas. Pequenas abas encantadoras. De um branco baço que se confunde com as nuvens e os nossos sonhos. Estendem-se pelo horizonte, como um símbolo da viagem que se inicia, continua ou acaba.
A página da junta de freguesia no Facebook mostra um prédio antigo que está a ser demolido. Há quem diga que se vai fazer ali um lar de idosos ou outra estrutura social. Mas a maior parte das pessoas concorda nisto: querem que seja zona verde e estacionamento. Não é "ou". É "e". Sou só eu que vejo alguma incoerência nisto?
Talvez um bonito relvado para pôr os pneus em cima? Canteiros de carros em vez de flores?
Faz lembrar as pessoas que dizem que se ganharem o Euromilhões ficam com uma parte para si e outra dão para solidariedade. Ou para as zonas verdes.
Elejo-o como o livro de hoje, página de Facebook da semana e melhor título de sempre. Histórias de Fernando Caeiro e Ilustrações de Filipa da Rocha Marques.
Agora só me falta saber o que é um pop phone para fazer planos de vida: saber se dá para ir às Caraibas, reformar-me, viver na luxúria, gula e preguiça até ao fim dos meus dias. É provável que não dê. Pff...também não queria a noite na Serra da Estrela.