Gostamos mais da comida que faz mal porque não a podemos comer (o fruto proibido é o mais apetecido e portanto se fossem proibidas as couves de bruxelas seriam essas a fazer-nos salivar) ou são os componentes que dão sabor agradável os mesmos que fazem mal à saúde?
Eu até me considero uma pessoa de inteligência aceitável, mas há fenómenos que não consigo entender. Estive durante muito tempo a tomar balanço para vos confrontar com isto. Segundo estudos científicos (que acabei de inventar) cerca de 98% da população delira com momentos de lazer sentados à sanita. Não estamos a falar de dificuldades ao nível das tripas - estamos a falar de puro gosto por estar sentado em loiça branca a encetar as mais diversas atividades: jogar nos iPads ou telefones ou ler, contam-se entre as preferidas.
E eu, que só passo o tempo estritamente necessário sentada em loiça sanitária fria, não entendo porque é que estar de calças para baixo, a ficar com as pernas completamente dormentes ao ponto de qualquer pessoa normal se perguntar se estaria paraplégico é algo apetecível.
Não ha sitios melhor para se sentar a ler ou a jogar? Ou estar sossegado, mesmo sozinho? O sofá da sala, o tapete do quarto, os degraus do prédio, um banco de jardim, uma pilha de roupa, um templo budista?
Porque é que há pessoas que almoçam ao balcão nos cafés/restaurantes? Assuma-se que há lugares vagos e não é daqueles sítios horríveis onde o prato é mais barato se não te sentares.
Não será pressa, porque sentar e depois levantar no fim, assim tudo junto, não levará mais de 20 segundos.
Conforto não me parece também...o rabo é sempre mais almofadado que os pés para se estar sobre eles.
Se fosse por motivos de saúde, aquele cuidado extremo que "eu já trabalho de pé e estar sempre na mesma posição faz mal e eu sou muito fitness-coiso" também não escolhiam comer croquetes fritos...
Este Verão foi muito complicado em todas as frentes e ficaram por gozar os dias de verdadeiro descanso (e a dois). Já sem Sol quente, mas - espera-se -, que com um maior sossego depois de algumas semanas que se seguem e ainda serão complicadas, decidi que temos de fazer um retiro em Novembro - eu e ele. Quatro ou cinco dias, um orçamento controlado, mas muita vontade de nos afastarmos um bocadinho de tudo para aclarar ideias e aproveitar a companhia exclusiva um do outro.
Pelas capitais europeias que ainda não vimos e para onde consigo um voo + hotel em Novembro a cerca de 450€ temos Berlim para os dois por 5 dias. O tempo em Novembro não será pior que da vez que fui para Amsterdão por essa altura e me diverti bastante na mesma, com mais 3 amigas. E pelo preço parece que ainda consigo um apartamento pequeno em vez de quarto, para pouparmos na alimentação.
A primeira mais longe, mais distinta, a aguçar-me a curiosidade com os locais do holocausto, mas um pouquinho mais cara (embora por mais um dia).
A segunda um desejo antigo dos dois, mais um canto líndíssimo de Portugal a descobrir, a um preço mais apetecível ainda, mas numa altura que talvez não seja a ideal para visitar as ilhas da maneira como esperávamos. Ou até poderá ser?