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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

26
Out16

Coisas que aprendi a morar com o meu namorado

Maria das Palavras

[a versão feminina e menos engraçada deste hilariante texto do hilariante Guilherme - ou chamemos-lhe antes: o direito de resposta]

 

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Vivo com o meu namorado há três anos. Mas continua a parecer que estamos na primeira semana. Porque estamos sempre aos amassos, aproveitando o nosso espaço e tempo comum? Perguntam vocês. Não. Porque ainda tenho de repetir as mesmas coisas da primeira semana como “isso não se deixa aí” ou “não podes virar a carne com uma colher de chá”.

 

É verdade que ele morava com os pais e fazia pouco pelo que posso dizer que aprendeu tudo o que se refere à lida da casa comigo. Que é como quem diz: já sabe levar o lixo para baixo. Mesmo assim queixa-se muito. Que é sempre ele a fazer isso e eu não tenho nenhuma tarefa que seja só minha (tipo aturá-lo?). O que é falso porque sou sempre eu que arrumo o comando da PlayStation (apesar de nunca ser eu a usá-lo).


Ao contrário do Guilherme, acho que o Moço ficou favorecido com as despesas divididas. Nas coisas do dia a dia mal se nota (eu até compro muitos cremes e porcarias, mas depois deixo-os na prateleira cheios por três anos, logo os primeiros ainda não se gastaram), mas tenho para mim que noutros investimentos tenho ficado prejudicada. Por exemplo, comprámos a Bimby a meu pedido a qual ambos usamos e da qual ambos usufruimos. Mas comprámos a PS4 a pedido dele e eu usufruo muito pouco. Ele diz que escuso de falar da Bimby como se fosse a sétima maravilha porque também não faz torradas. Mas experimentei pôr bocados de Panrico na Playstation e também não torrou grande coisa. Embora de facto agora cheire às vezes a churrasco quando a usa. Portanto terá potencial. Aprendi qualquer coisa.

 

Além disso não sei se ele tem grande noção do que compramos para a casa, tirando as saladas, os ingredientes da sopa e a carne ou peixe. Há coisas que acabam e renascem como um mistério para ele . Sabem aquelas crianças que acham que os ovos se criam no supermercado em vez de virem da galinha? Ele acha que o shampô ou a pasta de dentes crescem nas louças da casa-de-banho. O papel higiénico também nasce no suporte, como todos os homens sabem.  Ainda por cima quando o vêem no supermercado muitas embalagens têm a indicação “reciclado” e eles pensam que ele se auto-recicla mesmo - grandes ambientalistas, os senhores da Colhogar.


Mas voltando à louça da casa-de-banho...já vos aconteceu, minhas senhoras, acordarem, arrastarem-se até à casa de banho pela manhã, e ainda estão a tentar lavar a cara quando começam a ver bicharada no lavatório? Uma espécie de pulgas do mar? Mas às carradas? E depois lá conseguem abrir melhor os olhos e são só restos mortais de barba.  Aprendi, no entanto, que há uma explicação: eles não lavam os cotinhos de barba com água do lavatório para compensarem o facto de transportarem consigo toda a água do mundo na barba de cada vez que lavam os dentes. Quando ele lava os dentes e me dá um beijo para se ir embora, parece que levei com o Rio Nilo no focinho. E eu nado mal. E não gosto de piranhas.


Aprendi ainda que há uma razão para existirem aqueles cartoons dos homens a dormirem sempre destapados no último terço da cama. É que ele queixa-se do calor porque eu quero dormir sempre bem coberta (sem piadas sexuais, por favor), mas sempre que se mexe deixa um túnel de vento entre nós e eu não me posso queixar. Depois puxo os lençóis, claro que puxo. Não quero dormir num ciclone em formação. E encosto-me, claro que encosto. A tentar evitar a cidade de Chicago entre nós.

 

Mas enfim, não me posso queixar apesar de ele ter ficado com um terço do espaço de arrumação de roupa apesar de termos combinado que ficava só com 10%. Na maior parte dos dias ele faz-me o pequeno-almoço.  E posso sempre ver o que quero na TV porque ele fica de olhos colados a tudo (mesmo que seja um documentário sueco - sem legendas  - sobre a o ciclo de vida do caruncho). De forma que já lhe ganhei carinho.  Isso e encontrar casa só para uma pessoa não está fácil.

 

 

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06
Out16

Só queria que vissem.

Maria das Palavras

Estava tão cansada que nem me apetecia fazer nada. Ele disse para eu não me preocupar que faria o jantar. Hesitei, normalmente isso é função minha porque outras são dele (prefiro cozinhar do que arrumar a cozinha no fim, por exemplo), mas aceitei a borla. 


Quando passado uma meia hora chego à cozinha encontro-o a grelhar hambúrgueres numa frigideira, virando-os com uma colher de chá

 

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02
Jun16

Uma mulher sem um homem é como um peixe sem uma bicicleta.

Maria das Palavras

Uma mulher sem um homem é como um peixe sem uma bicicleta.

 

Publiquei ontem esta frase que li num livro com técnicas para reparar corações partidos - é o que faz ter de esperar muito tempo para ser atendida nos CTT. E eu que não tenho trejeito nenhum de feminista (gosto é da igualdade que respeita as diferenças) vi-me a concordar com ela sem pensar muito. Logo depois de me ter rido, claro. 

Atenção ao contexto do livro, que é sobre separações amorosas. A frase não quer dizer que a humanidade não precisa de testosterona ou que os homens são uns inúteis (mitos puros que derivam de episódios e espécimes que não servem de exemplo). Não quer sequer dizer - pelo menos da forma que eu a leio - que ficamos tão bem sozinhas, para quê procurar o amor de um homem? Significa apenas que não precisamos que esse amor nos complete. Temos de ser inteiras, por nós. E temos de se inteiras para nos dividirmos. Desta forma o amor é uma escolha e não uma necessidade. O que o torna infinitamente mais valioso. 

 

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14
Abr16

Primeiro Encontro: 10 Perguntas

Maria das Palavras

Já uma vez me tinha dedicado aqui a dar conselhos para o primeiro encontro (para eles e para elas) e também já tinha contado como foi o meu primeiro encontro com o Moço. Mas vi por aí este desafio, numa tag pelo bairro, em alguns blgs que sigo, e estou cheínha de vontade de responder. Posso? Aí vai!

1- Pode ser a menina a convidar para o primeiro encontro?

Se ainda for menina, considere o enquadramento legal da situação. Se for mulher, pode, claro. 

 

2- Qual é a idade ideal para um primeiro encontro perfeito?

Nenhuma. É preciso desconfiar se o primeiro encontro for mesmo perfeito. Por exemplo, o Moço levava um barrete na cabeça...

 

3- O que vestir?

Qualquer coisa de nível acima da Ana Malhoa e nível abaixo da Irmã Lúcia. Vejam aqui o ponto 3.


Usar e não usar no primeiro encontro

4- O que levar na carteira?

As coisas do costume. E nada de truquezinhos de deixar a carteira em casa "por acidente" que vos fica mal. Se estão mal de finanças vão a um sítio mais barato. Casa da mãe não vale.

 

5- Que maquilhagem usar?

Qualquer coisa que destaque os vossos melhores atributos (levantem lá a cabecinha que estamos a falar só da cara) e esconda a filha-da-mãe da borbulha que tinha mesmo de nascer naquele dia e vocês escarafuncharam toda com os nervos. Nada de frescuras de "ai, quero que ele conheça as minhas olheiras desde o primeiro dia para saber se gosta realmente de mim". Sejamos honestos: é o primeiro encontro, ninguém gosta realmente de ninguém. Por isso venda-se bem, sem exageros.

 

6- O que fazer se ficar sem assunto?

Esta questão é das mais frequentes nas nossas cabecinhas tontas não é? Agora pensem assim, se fosse um café com qualquer pessoa sem interesse amoroso, dava-vos esse medo? Não. Em princípio isso não vai acontecer a não ser que estejam super nervosos (e os nervos não vos dêem para falar pelos cotovelos). Nesse caso, a primeira coisa a fazer é não entrar em pânico (o silêncio faz parte da vida e aprenderão a estimá-lo mais à frente se a coisa correr bem). E podem sempre levar uns tópicos pensados (ou escritos, se tiver mesmo de ser, no ecrã do telemóvel) para vos dar segurança. 

 

7- O que fazer se algo der errado?

Seguir com a vida. Se corresse sempre tudo bem só havia um primeiro encontro na vida e na maioria dos casos não é assim - e ainda bem, ou então não, nem sei. Se estamos a falar de estratégias de fuga não vale a pena, a não ser que estejam desagradadas ao ponto do assustadas. Mesmo que não estejam a gostar, façam como eu quando estou numa sala de espera num consultório ou coisa que o valha e tenho de passar tempo: pensem que amanhã por essa hora já não vão estar nesse sacrifício nem se vão sentir como naquele momento. Deixem passar, encarem a coisa com naturalidade e quando acabar: adieu pessoa e hello episódios da Clínica de Grey.

 

8- Vale beijar no primeiro encontro?

Vale tudo, desde que estejam alinhados um com o outro e respeitando a personalidade de cada um. Um beijinho não faz mal a ninguém, também diz alguma coisa sobre o outro se na parte da conversa já viram que corre bem. A não ser que...

 

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9- Como saber se a pessoa vai querer um segundo encontro?

Meio caminho para se saber é perguntar. Mas a não ser que tenha sido penoso (e aí vocês também vão sentir) é muito provável haver um segundo encontro para tirar teimas ou para ganhar certezas. Não precisam ficar de vigia ao telemóvel, nem suster a respiração para mandar mensagem se vos apetecer fazê-lo logo no dia seguinte. E quando houver mais conversa leiam sem interpretar muito: "oh meu deus ele pôs um ponto final na frase, significa que quer acabar com isto" ou "oh meu deus ela mandou um beijinho, está toda libidinosa para cima de mim, a maluca!". Geralmente eles são mais diretos que elas. Mas elas quando não querem também são bem diretas - não achem que se está a fazer de difícil e insistam durante três anos no segundo encontro.

 

10- Convida 5 pessoas a responder a este desafio.

Sou muito tímida para isso. Antes convidar para um primeiro encontro...

 

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15
Fev16

Dois dedos de conversa #42

Maria das Palavras

Ou: os homens também são indecisos.

Maria: Quero ir o Salto de Tandem!

Moço: Estás a falar a sério?

Maria: Porquê?

Moço: Não quero morrer!

Maria Ah! Mas eu estava a falar para mim! Não para os dois. Não tens que saltar.

Moço: O quê? Fico só a ver cá em baixo?!

 

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06
Ago15

Os homens não devem ajudar em casa.

Maria das Palavras

Estou para lá de chateada. Saiu no blog A Mãe é que Sabe o artigo sobre os pais que eu já estive a isto (juntar o polegar do indicador) de escrever sobre os homens-companheiros no geral. 

Um homem não deve ajudar a mulher em casa: nem na lida do dia-a-dia, nem com os filhos. Porque o verbo "ajudar" pressupõe que a obrigação está de um só lado. Não deve sequer fazer tudo o que a mulher pede (pôr a roupa a lavar, fazer a carne que ela pôs a descongelar) dever ser parte igual na organização e tomada de decisões, como na execução. Às tantas um orienta melhor a comida, outro a roupa, outro leva sempre o lixo (ele, ele!), outro faz as camas...mas ninguém ajuda ninguém: os dois fazem pela sua família, pelo seu lar. 

 

Vá, vão lá ler, mas sob protesto. Que quem queria ter escrito isto primeiro era eu! 

 

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22
Abr15

7 Frases a Evitar no Primeiro Encontro

Maria das Palavras

Avançar para um strip em cima da mesa no meio de um restaurante aberto ao público durante o primeiro rendez-vous é lastimável, mas ainda assim preferível a proferirem qualquer das seguintes frases:

1. O/A meu/minha ex não era nada assim.
Mesmo que a comparação seja para melhor só de mostrarem que estão a pensar no/a falecido/a já estão a perder pontos. Se a comparação for para pior acho que nem tenho de explicar, não é?

 

2. Tu não te calas!

Está bem, disseste isto a sorrir e depois? Achas que foi bonito? A pessoa está a falar que se desunha porque está nervosíssima...mas depois deste comentário, upa upa: vai ser a serenidade em pessoa. NOT.

 

3. Então, não dizes nada?

Vou virar o disco para tocar o mesmo. A pessoa está nervosíssima e não sabe o que há-de dizer. E o teu comentário ainda ajuda menos que os silêncios constrangedores que já se tinham registado até ao momento. Vai ler sobre desbloqueadores de conversa, mas nunca, minha alminha, digas isto. Ficas com a companhia muda na mesma e vermelha que nem um tomate de brinde.

 

4. Deixa-me só ligar à minha mãe.

O problema não está em ter mãe ou manter o contacto com ela. Mas se nem um primeiro encontro é motivo para te esqueceres dela por um bocadinho...diria que há aí qualquer coisa de pouco saudável nessa relação. Prepare-se a companhia: se quiser apanhar esse comboio, vai sempre na carruagem trás.

 

5. Tens aí uma borbulha, não é?

Obrigada! Não estava nada consciente e brutalmente complexado/a com este vulcão que esperava ter disfarçado convenientemente. Vale para qualquer defeito físico a apontas, tipo: És tão pálida! Ou: a tua barba parece pelito de rato, não é?

 

6. És contra ou a favor de sexo no primeiro encontro?

Se era a favor acabou de ficar contra que não é assim que se fazem as coisas. 

 

7. Nem acredito que ainda é tão cedo.
Sabem aquilo de "quando nos divertimos o tempo passa a correr"? Acabaste de denunciar o quão terrivelmente aborrecido/a estás. Se não era isso que querias dizer, pelo menos foi isso que se ouviu do outro lado.

 

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