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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

22
Jul20

Os melhores livros que li em 2020 (por agora)

Maria das Palavras

Este ano está a ser atípico mesmo, portanto ninguém me vai levar a mal se começar já a fazer retroespectivas. Estamos em Julho e já li 27 livros. No início do ano o objetivo eram 24, por isso - vejam só - há coisas a correr melhor do que o esperado neste ano maluco. Na verdade até já tinha falado sobre alguns destes livros num episódio do podcast Mensagem de Voz, mas desde esse momento li mais uns quantos (10...) e o quadro geral sofreu alterações. O aclamado Pintassilgo nunca fez parte dos favoritos, nem a grande tendência livro-série Pequenos fogos em toda a parte (meio aborrecidinhos). A Delia Owens e o João Tordo foram destronados.

 

Sem mais demoras, vamos às minhas recomedações!

 

Vozes de Chernobyl

 

O livro que nos ensina

Li As Vozes de Chernobyl, con factos reais sobre o desastre que todos conhecemos. O livro que inspirou a série Chernobyl da HBO (também ela recomendadíssima). E apesar de ser uma coleção de relatos, uns mais intensos, outros mais aborrecidos, é um quadro real, cru e inesquecível da nossa história. Há duas ou três passagens que não me saem da memória, como o tipo que voltou do desatre e ofereceu o barrete com que andou na zona radioativa ao filho. 

Nesta categoria fica a menção honrosa para o livro Holocausto Brasileiro. Não considero um livro escrito de forma muito interessante mas deu-me a conhecer uma realidade que desconhecia completamente: um hospício onde milhares de brasileiros foram aniquilados ou (sobre)viveram em condições desumanas).

 

A Seleção

 

O livro que é tão mau que é bom

Por mais vergonha alheia (na verdade, própria) que me cause, não posso deixar de incluir a trilogia A Seleção de Kiera Cass nesta short list. E sim, de Chernobyl para "35 garotas e uma coroa" descemos um bocadinho o nível. É uma espécie de reality show tipo The Bachelor, mas com princesas. Também é uma distopia, mas isso é pouco relevante na trama. É mau? É. Devorei? Devorei. Às vezes tudo o que precisamos é de um destes livros tão maus que são ótimos. Parece que a partir do quarto livro a coisa se inverte e são as moças a ter a faca e o queijo na mão, mas só li os três originais. Achei que se se chama trilogia, não devia haver cinco...

 

A Paciente Silenciosa

 

O melhor thriller

O Mais recente foi o The Hunting Party (da Lucy Foley), que também achei interessante, e antes desse tinha adorado o Uma Gaiola de Ouro, da Camilla Lackberg. Mas elejo como favorito A Paciente Silenciosa. Há que diga que é previsível, mas eu só vi o que se passava mais perto do fim e por ter mantido a surpresa, gostei bastante da descoberta. O andamento do livro também é muito gostoso, porque vai alternando entre duas perspetivas. O da paciente que mantém o silêncio há anos desde que foi acusada do homicídio do marido (não é spoiler) e o psiquiatra que a vai tratar na instituição onde está internada e que tenta desvendar o que realmente se passou.

 

Noivos à Força

 

O romance que não é um cliché total

Noivos à Força foi uma recomedação do BookGang da Helena Magalhães. Um dia pus-me a ler a amostra na loja do Kobo e não resisti a comprar para continuar a facilidade. Afinal o Kobo não são só vantagens! É demasiado fácil comprar livros...
É um romance que não começa com o típico "eles olham-se e apaixonam-se". É claro que continua a ter clichés, mas achei muito fresco para a categoria. É daqueles que sei que todas as minhas amigas vão adorar ler.

 

Daisy Jones & The Six

 

O livro que se lê num sopro

Daisy Jones & The Six tem um grande defeito: parece real e é ficção. É a história de uma banda (ficcional) na sua ascenção, apogeu e queda, com duas figuras centrais, mas contada alternadamente pela voz de todos os elementos da banda e outras pessoas envolvidas. Que balanço tem o livro! Lê-se muito depressa e mesmo que não encontrem o final que queriam, prometo que a viagem vale a pena.

A Educação de Eleanoe

 

O livro que todos devíamos ler

Já falei sobre ele aqui e por isso não me alongo. Trata-se da Educação de Eleanor. Um livro terno e tão realista. Encantador, apesar de estar todo contruído em cima de problemáticas graves. É sobre saúde mental, mas é sobre nós todos. É uma história louca e a história da nossa vizinha do lado que não conhecemos assim tão bem. E, sim, é entretenimento.

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11
Mai20

Este blog não é sobre livros #26 - A Educação de Eleanor

Maria das Palavras

A educação de Eleanor - Review Maria das Palavras


O título em inglês é bem melhor e foi na versão original que o li, mas o livro terá o mesmo encanto de qualquer forma. Tinha-o comprado numa viagem, sabendo de antemão da recomendação do Book Gang (onde podem comprar a versão PT). Não desiludiu. É um livro original, enternecedor, divertido e pesado, tudo ao mesmo tempo. 

A protagonista é a caricata Eleanor, uma jovem nos seus 30, mergulhada numa solidão e numa perspetiva muito própria da vida. A sua visão do mundo tem tanto de pragmática, como de inocente e à medida que o livro avança e rimos com as suas interações sociais desajustadas, percebemos que não é tão engraçado, como preocupante.

Citação do Livro


A ideia surgiu à autora após ler uma reportagem sobre pessoas solitárias, que nem sempre são as de idade avançada. Às vezes são jovens, que entre a sexta ao sair do trabalho e o regresso na segunda de manhã, não trocam uma palavra com ninguém. 

Apesar de abordar uma temática dura, o livro é todo muito leve, e, até mesmo positivo. 
O final surpreendeu-me. 

Talvez seja a melhor leitura que fiz em 2020. 

 

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05
Mai20

MDV #17 - Treze livros e um flop

Maria das Palavras

Treze Livros e um Flop - Maria das Palavras


Deixei-vos uma mensagem de voz a falar dos quase catroze livros que já li este ano.
Pode parecer muito a alguns, mas é um valor quase nulo, numa escala de zero a Magda. Além disso nem ter lido catorze (ok, treze) livros me livrou de pelo menos uma bacorada que identifiquei logo na gravação. 

Falo-vos dos 6 que vêem na imagem e mais 8 que estão no Kobo, meu mais-que-tudo. Sobre alguns até já tinha publicado reviews, sobre outros publiquei notas breves no Instagram, mas de alguns nem tinha dito nada e partilho agora convosco: recomendo ou não? 

Ouçam e digam-me o que acharam se leram algum deles, se concordam comigo, e deixem-me também as vossas recomendações para próximas leituras. Só tenho centenas em lista de espera, mais um menos um, não vai fazer diferença!

 

Ouçam aqui no spotify, ou aqui no castbox (não precisam instalar nada, se não quiserem - ouvem no browser) ou clicando PLAY abaixo.

 

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12
Abr20

Este blog não é sobre livros #25 -O Pintassilgo

Maria das Palavras

O Pintassilgo - Donna Tart | Opinião Maria das Palavras

 

O problema são as expectativas. Sei que estou sempre a dizer isto. 

Comecei sabendo que era um livro ótimo, favorito de muita gente. Tinha ouvido dizer que o fim era supreendente e, noutra versão, a pior coisa do livro. 

O que achei?
É um bom livro e um livro para quem gosta de ler. É para apreciar o processo de leitura e crescimento do Theo, cada página. Não para se ter ânsia de chegar ao fim, fim esse que não me supreendeu, nem me desiludiu.

Tão bem escrito (não por ser demasiado pretensioso na linguagem) que nos faz sentir fisicamente mal a espaços, ao recriar tão bem determinados contextos. Que nos frustra, porque só queremos entrar para dar um conselho ao protagonista, ou então afastar-nos daquilo tudo de uma vez para evitar o desconforto de não o podermos fazer.

Mas não é um livro que recomendarei a quem gosta de ler de vez em quando, antes um livro para leitores frequentes apreciarem, no sentido em que entendo que nem toda a gente ficasse contente em passar por 900 páginas para ver o Theo desenvencilhar-se.

Breve (brevíssimo) resumo: Theo perde a mãe, o pai já se tinha esquivado, e ele passa as passinhas do Algarve para encontrar estabilidade em todos os sentidos. No centro da trama está uma obra de arte, O Pintassilgo, por razões que terão de descobrir. 


Quando terminei, instalei a Amazon Prime para ver o filme (gratuito por 7 dias) - e depois descobri que não está disponível em Portugal. Também pesquisei para descobrir que o quadro está em Haia, e sei que o gostava de ver ao vivo um dia. 

Da mesma forma que não encontrei o fim do livro, não assentou ainda totalmente a minha opinião. Gostei muito, não me apaixonou. Recomendo se estão numa fase de leitura, mas não se estão estagnados e a querer voltar. 

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06
Abr20

Este blog não é sobre livros #24 - Handmaid's Tale

Maria das Palavras

A História de Uma Serva, o livro - Opinião Maria das Palavras


Quero ver a série que toda a gante elogia, mas queria antes disso ler o livro. Comprei-o numa viagem de trabalho a Londres onde comprei demasiados livros, por acidente...são mais baratos, têm capas lindas e o tamanho perfeito. Mas tendo em conta que é um livro escrito nos anos 80 e não muito simples (por exemplo, a autora, não distingue os diálogos nas frases), acho que teria sido mais rápido em português.

 

Em todo o caso, li-o, como quem gosta, mas passa na diagonal alguns parágrafos, sabem? Perdemos muito tempo nos devaneios da protagonista (é ela a narradora) e a ação, embora interessante,deixa sempre muito por explicar - supostamente muito se desvenda no livro que se segue (Testamentos). 

 

É uma distopia, uma sociedade pretensamente feminista, mas pareceu-me mais em fachada que tudo mais. A protagonista é uma das mulheres que são "atribuídas" a famílias de elite numa altura em que a procriação é difícil, para que tente gerar um bebé. O ritual mensal para que esta missão aconteça deixará o leitor muito desconfortável. 

 

Comparo este livro a outro que li recentemente: 1984. Ambas distopias, onde há regimes totalitários que toldam a liberdade aos indivíduos numa perspectiva que pode não ser assim tão irrealista enquanto houver pessoas a eleger Trumps, Bolsonaros, deputados do Chega e qualquer pessoa ou partido que represente uma fação extremista, seja à direita ou à esquerda. 

 

Leiam. Não porque é um livro de entretenimento incrível. Mas para verem os ecos de realidade que se conseguem vislumbrar no nosso mundo de hoje, nestes sociedades inventadas, mas não irrealistas se resvalarmos por certos caminhos de intolerância.

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18
Jan20

Este blog não é sobre livros #22 - Crime, Disse o Livro.

Maria das Palavras

Crime disse o livro - Clube do Autor.jpg

 

Foi este o livro que me acompanhou no fim de 2019 e início de 2020. E foi um bom livro de viragem. É do tipo de mistério que eu gosto mais: o que envolve escritores. Além disso, tem uma particularidade que é quase uma batota (das boas). Há um livro dentro do livro. Há dois mistérios para desvendar, portanto, e o meu favorito até é o que vem de bónus. Desesperei por mais páginas. Páginas literais, como perceberão. 

Gosto do escritor, do qual não creio que devesse gostar. Mas a sua fidelidade (apesar de tudo) ao que é a sua verdadeira natureza, torna-o o aldrabão  mais honesto de sempre. Acho que não falei demais.
E a progonista não é de todo um cliché. É uma editora de meia idade com uma relação imperfeita e dúvidas de pessoa normal, em vez de uma gostosa humilde que embora linda não sabe a beleza de que é dona.

A expectativa era alta e a cada página fui gostando mais. Excepto no fim.

Naturalmente não vou explicar porquê, sob pena de vos estragar a experiência (terão de lá chegar e dizer se concordam comigo). Mas pelo menos o início, podem experimentar aqui. 

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16
Dez19

3 Prendas para Leitores

Maria das Palavras

Bem sei que é tardíssimo para fazer este post. Duvido que ainda encomendem a tempo de chegar no Natal estas sugestões. Mas é que eu não podia falar disto antes de oferecer a quem ia oferecer o item número 1, sob pena de estragar o brilho que vi nos seus olhos (e da outra catraia). Mas guardem a ideia para aniversários, para o próximo Natal, ou encomendem e seja o que Deus quiser. 

 

1. Carimbo Personalizado

Instagram Magda Pais


O crédito é da minha irmã que me ofereceu um assim no Natal. E eu soube logo a quem o queria oferecer. Encontra-se no Etsy uma panóplia de opções como esta (algumas com componente de personalização de nome, como eu tenho e quis) e depois podem complementar logo com a almofada de tinta (é assim que se diz?) que se compra em qualquer papelaria ou no...cof cof...chinês...cof cof


2. Agenda Literária

 


Porque o GoodReads não tem cheiro de livro, porque quem gosta de ler usualmente também adora todo o tipo de bloquinhos, bloquetas, agendas e afins, mas também porque o que é nacional é bom, sobretudo quando é feito com tanto carinho e cuidado. A Helena Magalhães é autora de dois dos livros que li no último ano e dos quais falei aqui. Tem uma página de Instagram (@hmbookgang) que começou como um tímido clube do livro e hoje em dia tem um negócio que se foca em items sustentaveis (@hellomagapaper) e sempre em relação com os seus maiores amores: gatos, plantas e...livros. Esta agenda literária, ou Book Journal, mora nos meus sonhos desde que ela partilhou antes da pré-venda e certamente se gostam de ler, morará nos vossos. 

 

3. Um Livro

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Esta era para fazer o número três que ficava melhor no título...mas não só. Tantas vezes nos esquecemos de um presente tão simples e tão rico como este. Há livros para todos os gostos e para todos os ritmos de leitores (até aqueles que lêem um por ano). Desde que, como eu defendo que façam seja qual for o presente, adequem a oferta à pessoa. Há desde romances históricos, distopias, leituras infantis e juvenis, livros cómicos e de piadas, banda desenhada, um mundo infindável. Aliás, até há livros, para quem afirma que não gosta de ler. Como disse há algum tempo aqui no blog, não acredito em pessoas que não gostem de ler. Só acredito em pessoas que ainda não conheceram o seu livro ideal. Quem sabe, não sejam vocês a oferecê-lo?...

Alguns autores que me apaixonam e que talvez vos sirvam de sugestão: Liane Moriarty (O Segredo do Meu Marido!), Joel Dicker (A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert!),  Stephen King (o Misery!), Afonso Cruz (Onde páram os guarda chuvas!!) e Helena Magalhães (Diz-lhe que não!"). Vejam as minhas reviews sobre livros, para detalhes.

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04
Dez19

Jill Mansell, temos de ter uma conversa.

Maria das Palavras

Jill Mansel - Opinião.jpg


Olá Jill, tudo bem?

Espero que andes a trabalhar no teu português, que eu cá vou escrever na minha língua mãe. Em primeiro lugar e para que não feches já a página, gostei deste teu livro, ok? Apeteceu-me um romance de verão no outono - e posso, porque o outono é quando o Homem quiser. Ou seria outra coisa? Enfim...

Gostei muito que se trate de um livro de amor que fala sobre tipos diferentes desse nobre sentimento e desprovido de preconceitos, reconhecendo que ainda os há. Para mim, a relação principal é até a da Clem com a sua "irmã", coisa que bastante me enternece. 

A trama principal, sim senhora. Outras personagens e tramas secundárias, sim senhora. Proporção de homens jeitosos, sim senhora.

Mas - sem querer dar spoiler - tiveste ali uma travadinha com aquele fim da menina que trabalha nos CTT, certo? Eu entendo que quisesses surpreender, mas era mesmo preciso aquilo?
Ainda por cima havia não-sei-quem que conhecia não-sei-quem na mesma situação? Pode lá ser que seja assim tão frequente? É que não estamos propriamente a falar de casamentos de derrotas do Sporting... 
Quem já leu e sabe do que estou a falar, que me apoie. Era evitado, não era? Quem não leu, pois bem que leia e me venha contar o que achou disso.


Aviso-a já que vou emprestar o livro à minha amiga Magda, que é sua fã e leitora expert. Faço questão que ela leia e me diga se sou eu que estou a exagerar. 


De resto, obrigada e continue a publicar, que eu cá estarei para ler (este foi o meu primeiro), mas se faz favor sem cenas daquelas. 

 

Da sua, 

Maria das Palavras

 

Mais informação sobre o livro.

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14
Nov19

Este blog não é sobre livros #22 - A Mulher do Viajante no Tempo

Maria das Palavras

IMG_20191114_090357.jpg

Cheguei a pensar que a Magda me tinha enganado. Quando fui à biblioteca nacional a casa dela, já tinha eu escolhido meia-dúzia de livros para ela me emprestar, quando ela me estendeu esta: A Mulher do Viajante no Tempo, de Audrey Niffenegger.

 

Confiei, porque é a Magda-devoradora-de-livros que já me deu muito boas recomendações, mas não seria uma escolha minha. 

Cheguei mesmo a achar que ela me tinha enganado desta vez. Foi em Junho que comecei o livro. Larguei-o na página 127. Não estava a puxar por mim, ou vice-versa e havia outros na estante a gritar. Entretanto li de rajada dois da Elena Ferrante, seja ela quem for, porque peguei na Amiga Genial e me supreendi positivamente, mais o 1984 que foi um achado na Feira do Livro do Porto, que me fez refletir, sem me apaixonar com o argumento.

Antes de pegar noutro pensei: admito que não vou ler O Viajante ou dou-lhe mais uma chance?
Quem fez pender a balança para o sim, foi a lembrança de quem mo tinha recomendado. Voltei à página 127 e parti daí, de onde tinha um talão de lavagem de carros que a Magda deixou no livro a servir-me de marcador. 

 

E creio que isso foi há uns 5 dias. Está lido. Deitei-me tarde a virar páginas, coisa que não é típico meu, porque de noite só sei dormir.

É um livro de encontros, regressos e futuros que são passados, que vai além do típico para o tema "viajar no tempo" e cria conexões fantásticas. 
A Magda recomendou, agora recomendo eu. Vão lá e digam-me o que acharam. Eu cá, vou procurar o filme para ver.

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25
Jun19

Raparigas Como (eu) Nós

Maria das Palavras

Raparigas como Nós, Helena Magalhães - Lido por Maria das Palavras


Começo por dizer que eu sabia que ia gostar deste livro. Por default. Sigo a autora desde o tempo em que os blogs eram grandes e apreciava a sua forma de escrever, além de que já tinha gostado do primeiro (Diz-lhe que Não). Sabia que ia gostar, porque quando "devia" invejá-la, por estar a viver o meu antigo sonho (da juventude, precisamente) de ser escritora, estive sempre no canto dela a torcer pelo sucesso de uma autora portuguesa, que efetivamente o merece. Esta opinião é portanto, enviesada. E, ao mesmo tempo, totalmente verdadeira.

Este livro foi um verdadeiro regresso ao passado, à intensidade da juventude, numa época muito própria em que a internet e as redes sociais não serviam para dar respostas a nada e as fotos da paixoneta tinham de ser roubadas em visitas de estudo.

Se a Isabel era certinha, eu era 300 vezes mais, sem beber alcóol nenhum, nem pronunciar um palavrão (ainda hoje). Se ela se aborrecia nas festas eu nem sequer queria por lá os pés. Aos 14 ela era o esqueleto, eu era a crânio da turma. Sempre odiei o apelido, mas era pronunciado com um certo respeito (e é se queriam apontamentos!). Aos 17, ela duvidava de um percurso, que eu sabia que queria traçar. Fui uma adolescente diferente da Isabel, com outras vivências, mas todo o cenário e personagens batiam certo.

Discordei das opções da Isabel em pontos do livro, às vezes sem me lembrar que os estava a reviver aos 33 anos e portanto as minhas decisões seriam necessariamente diferentes. O senhor Gil, por exemplo, à luz do presente parece-me muito creepy, quando naquela época teria sido aquele mesmo adulto cúmplice, à margem de qualquer suspeita.

Mas noutros momentos deixei-me envolver completamente e senti o coração a acelerar e a abrandar, com o Afonso, o Simão, a Xana, e, estranhamente, a Marisa das argolas, por quem desenvolvi uma grande empatia. Vi a Helena (a autora) em muitos momentos do livro, tanto quanto posso identificar alguém que não conheço pessoalmente e perguntei-me a cada página onde estaria a realidade e a ficção. Porque sei - estive lá naquela época - que muitas sensações são reais.

Não vou contar-vos nada, vou recomendar-vos que leiam (sobretudo se cresceram nos anos 90, mas não só), e, mais uma vez, emprestar o livro a várias pessoas. A mais alta garantia de que gostei. Sem ser por default.

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