As pessoas não são números
Acho que posso dizer isto à vontade porque sempre tive boas notas. E sei o pouco que isso vale ou traduz um aluno.
É que a semana passada houve exames para muitos. E vai parecer que os alunos que tirem os cincos, mais para a frente os vintes, são os melhores.
Mas não são. O cinco ou o vinte num exame pontual não fala da taxa de esforço ou da alma que se tem para uma profissão em particular - propósito último disto tudo da quantificação da aprendizagem.
Muitas vezes não distingue quem é bom de interpretação e quem é bom de memória - e são coisas tão diferentes, perceber e decorar.
É por isso que se chega a determinado patamar e os alunos das boas notas são pressionados a ir para uma profissão que só esses podem alcançar e que às tantas nem querem (porque a capacidade de ser alguma coisa na vida está ligado a essa média que se escreve na testa). É assim que acabamos com médicos que nem olham para a cara dos pacientes para lhes passar a receita. E profissionais resignados noutras áreas que teriam dado excelentes cirurgiões. Talvez não o sejam por algumas décimas. Só que as pessoas não são números.