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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

23
Mai16

Os romances não aleijam as mulheres

Maria das Palavras

Imagem Pixabay

 

Há um certo preconceito em torno de livros de amor e filmes românticos. O romance que se vive nessas páginas ou frames, tal como nos contos da Disney, deixam - dizem - as mulheres com ideias irrealistas do que um homem verdadeiramente deve ser e pode fazer por ela. Costuma dizer-se que os contos de fadas as deixam com expetativas elevadíssimas de romance, ao mesmo tempo que a pornografia os deixa a eles com expetativas elevadíssimas de performance e predisposição sexual. Tudo mitos.


Eu sou contra este movimento que acha que os romances deixam as mulheres tolas. As expectativas elevadas conseguimos criá-las sem qualquer auxiliar ficcional, da mesma forma que as desrespeitamos clamorosamente quando um bad boy qualquer sem cavalo branco nem promessas nos consegue tirar o juízo - mesmo que seja totalmente diferente do tal príncipe que foi acordar a Aurora ao palácio depois de não sei quantos anos e sem ligar ao hálito da moça. 

 

Não são os romances que nos fazem acreditar no amor elevado ao sonho cor-de-rosa. Da mesma forma que não deveríamos precisar de uma Barbie Verruga para sabermos que há pessoas com verrugas. Da mesma forma que não acreditamos nos dragões que fazem parte das mesmas peças de fantasia que os príncipes e as princesas (nem o Pinto da Costa já acredita em dragões). 

Quer o Mr.Grey desse uma sova à Anastasia com amor (e tesão) ou porque o seu clube perdeu nessa noite e estava tocado a copos, continuaríamos a esperar que um milionário lindo e inteligente e com tiques de playboy se convertesse à monogamia e às subtilezas do amor por nós. Está-nos na natureza, mesmo que não esteja nos filmes a que assistimos e nos livros que folheamos. Por favor atribuam-nos o dom da inteligência e confiem que se, às vezes, não distinguimos as coisas, não é porque achávamos que o Amor em Seattle podia facilmente ser a nossa história de vida (se ao menos morássemos em Seattle e o Tom Hanks fosse minimamente jeitoso), é porque desejar nunca fez mal à saúde e a capacidade de sonhar nos é intrínseca.

 

Depois, um dia, independentemente de qualquer tipo de ficção, tanto para as que choram com a Anatomia de Grey como para as que vibram com Star Wars, bate-nos a porta um homem que faz canja para nós se estivermos doentes. E afinal, era tudo o que precisávamos para viver o tal amor que nos transporta ao conto de fadas. Afinal os príncipes existem mesmo. E, afinal, os romances não fazem mal a ninguém.

 

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