Quando for mãe
[E acalmem-se as hostes porque não está para breve. Mas às vezes apetece-me tirar notas.]
Quando for mãe, sei que provavemente não terei esta virtude que tem a mãe do Miguel e da Maria. A da paciência infinita que a faz não cair no facilitismo de responder à filha que lhe pergunta quando volta a ser Natal com um "uiii, anda falta muito", "até lá não te doa a barriga" ou "não penses nisso que chegamos lá num instante outra vez". Mas gostava.
"(...)no regresso ela perguntou-me quando era natal outra vez: eu expliquei-lhe todas as coisas que iamos fazer antes de ser natal outra vez. que ela ia fazer 4 anos. o miguel 3. que iamos brincar na praia e comer bolas de berlim. que a prima ia começar a andar e a falar. que iamos ver muitos filmes de princesas e piratas. brincar no parque e fazer amigos novos. que ela ia aprender muitas coisas. que o miguel ia ficar mais alto e conseguir acender a luz sozinho. e ela ia aprender a andar de bicicleta ainda mais depressa. lá fora estava escuro e frio: dentro no carro que nos embalava conseguíamos todos ver a lua: parecia um sorriso. e depois de pensar em todas as coisas que eu lhe disse ela respondeu:"então eu espero".
No imperdível Eu, ele e a Maria.