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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

27
Mai15

A fome que é negra e Pragas Familiares

Maria das Palavras

Hoje esperei - literalmente - horas para almoçar com um amigo. Esperei tanto que já nem estavam a servir refeições no tasco da esquina onde combinamos. Já sentados, a devorar dois pregos ensossos e um cachorro em pão ressequido, ele diz-me:

- Isto está mesmo bom, não está?

A provar que tudo na vida é relativo. Bem me dizia o meu pai quando eu recusava "pão de ontem": hás-de querer pão com bolor para comer e não o terás

 

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03
Mar15

A minha pequena fobia

Maria das Palavras

Cobras? Aranhas? Alturas? Espaços fechados?
Nada disso. Uma pessoa out como eu, também não podia estar dentro das maiores tendências de medo (preferem dizer receio, não é?).
Sou de nicho: tenho pavor de sobras de comida. 

E gostava muito de vos dizer que isto era uma metáfora para mostrar como sou solidária com a população mundial que passa fome e portanto odeio desperdiçar, mas o caso é mesmo que quando sobra comida no prato (ou no tacho) e já não é para efeito alimentar, passa a causar-me um ligeiro nojo. Agora venham as pragas, já estou a ouvir a minha avô a dizer "a comida nunca é nojo" enquanto me atiça o chinelo e um de vocês caros comentadores - ou vários - a mandar-me queimar no Inferno (descansem, que estou certa que vou). Mas é uma coisa cá de dentro e não há meio de controlar: num minuto estou a comer o arrozinho quente e é delicioso, no outro o arroz arrefece, está de sobra no rebordo do prato e custa-me horrores lidar com o bicho-arroz, mesmo para a infame prática de raspar o prato com um guardanapo em direção ao lixo (arrepia-me só de pensar).

 

Podia dar-me para pior, nasci assim. E à falta do Moço e da minha mãe sempre tive de engolir esta pseudo-fobia e lidar com o resto-de-comida o melhor que pude. Afinal levei quase dez anos a morar sozinha ou com roommate e uma pessoa tem de se fazer à vida. Hoje em dia, sempre que possível, vigora o acordo com o rapaz: eu faço a comida, ele desfaz-se dela. Salvo seja.

 

Tabuleiro comida

 

Isto para dizer que hoje, por motivos que agora não interessam nada, vi-me a almoçar sozinha no El Corte Inglès (amén, H3 Limone) e passei um autêntico pesadelo quando terminei a refeição. Não é que os sacanas fizeram uma espécie de corredor da morte na zona da restauração? A pessoa vai de boa vontade, quer facilitar e segue os sinais para ir pousar a bandeja com o prato. E tem de passar por um corredor de restos de comida, ladeado de tabuleiros de todo o mundo que almoçou, largados de um lado e outro da paliçada, para cumprir o seu civilizado dever. Ao menos é no El Corte Inglès, onde ninguém com doenças (tipo pobreza) vai. Só eu.


Para a próxima, almoço um gelado da Hagen-dasz e já não tenho estes problemas.

 

 

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21
Nov14

Não há almoços grátis

Maria das Palavras

Odeio esta expressão, por mais que seja verdadeira em 97.5% dos casos.
Paga-se um almoço a um parceiro para otimizar o acordo. 
Paga-se o almoço a um amigo para lhe pedir ou pagar um favor ou agradecer uma ajuda.
Paga-se o almoço à miúda em busca de tu-sabes-bem-o-quê.
Paga-se um almoço ao vizinho porque no outro dia ele nos pagou a nós.

 

Olho por olho, dentro por dente - filosofia execrável. 
Percebo a parte da troca em nome de um bem comum (respeito e uso, não minto). Mas não posso com a obrigatoriedade. A mesquinhez do ele-deu-por-isso-agora-é-a-tua-vez. O "não há almoços grátis" - adoro oferecer "almoços" sem esperar nada em troca e portanto também assumo que me façam bem sem olhar a recompensas.

Isto para dizer que hoje ia a subir as escadas do metro e uma senhora estava lá no cimo com um carrinho de bebé. Nem estava particularmente atrapalhada, mas o rapaz à minha frente prontificou-se para ajudá-la a trazer o carrinho para baixo. E eu pensei: este é dos outros 2.5%. [A não ser que depois tenha pedido à mulher para lhe carregar o passe.]

Escadas do Metro - Não há almoços grátis | Maria das Palavras

 

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