Eis uma grande prova de amor para o Moço que hoje faz anos: ofereci-lhe um par de bilhetes para irmos a um festival (uma forma de ouvir música que experimentei uma vez e jurei para nunca mais porque enfim...nada ali me assenta) porque terá uma banda que ele quer muito ver ao vivo.
*Mas comprei bilhetes para a área VIP para tornar a experiência mais tolerável para mim.
Vamos ser honestos, vamos? Essas músicas JÁ ESTAVAM NO ALINHAMENTO. Portanto quando fazem aquele numerozinho de ir embora e ficam à espera que o pública insista...no fundo estão só a enganar-nos. E nós aplaudimos. Ai que adoro ter de me pôr de joelhos por uma coisa que eles já tinham programado, vou-lhes bater palminhas por me fazerem de imbecil e tudo. É assim: têm mais para tocar toquem. Não têm: vão-se embora. Simples. Não gosto é de andar ali naquela: sera que vão voltar ao palco pela 65ª vez ou posso mesmo ir-me embora? É que acaba por se tornar numa espécie de Pedro e o Lobo. O público continua a pedir e eles continuam a vir. Quando não vêm mesmo já ninguém acredita e ficamos ali a pedinchar para o boneco.
2. Albufeira, quero ouvir-vos! Paguei o bilhete, certo? Então quem canta SÃO VOCÊS! Nada dessas mariquices de "agora vocês" para o público (sobretudo nas notas mais difíceis, bem vos topo às vezes). É que não só eu não fui lá para ser eu a cantar o refrão (que aí até tenho uma escolha que é ficar calada) como não paguei para ouvir as centenas de marmanjos desafinados à minha volta. Se não quisesse ouvir alguém que soubesse cantar tinha ido ver o Pedro Abrunhosa, am I right?
3. Ficha técnica ao vivo
Agora vamos lá apresentar os músicos todos que isto o vocalista é tão importante como o rapaz dos ferrinhos. Verdade. Mas se num dueto isto é tolerável, numa orquestra sinfónica nem tanto. Depois dos músicos todos vêm os técnicos de som, de luz, o departamento de relações públicas, o Horácio que montou o palco. Poupem-me. Eu também tenho um músico lá em casa e não me importo de ler o nome dele no programa em vez de ouvir um nome de cada vez, numa lista mais longa que algumas das músicas. E depois há sempre aquele fenómeno: quando começa o ditado de nomes ainda batemos palmas com vigor. Quando chega lá atrás ao baterista as palmas já estão tão fracas e regulares, como quem está ali a bater castanholas já sem ouvir quem está a aplaudir, que o homem até fica com o ego desnutrido.
"Põe o teu ombro junto ao meeeeu, carga de ombro é legaaal."
Foi com o refrão que dá nome ao álbum que saímos do São Luiz. Samuel Úria a cantar e tocar guitarra sai de sala caminhando entre o público e o coro afinado em "uuu" vai atrás dele. Batemos todos palmas ritmadas e aos poucos a sala segue a banda e esvazia o teatro. Ou foi o final de concerto mais bonito a que assisti alguma vez ou o momento da minha vida que mais se pareceu com uma sessão da Igreja Universal do Reino de Deus.
[Foi muito bom. Vão ao Porto, se puderem. No concerto oferecem o novo CD.]