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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

06
Jul17

Um minuto de silêncio pela minha privacidade

Maria das Palavras

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Cortinados. São a coisa mais feia na história da decoração, a meu ver (e já sei que não obedeço à maioria). Roubam espaço à casa, confinam-nos mais na caixa de quatro paredes e no geral só servem para os gatos afiarem as unhas. 

 

Não são só vocês que (potencialmente) discordam de mim. Já vos contei o que me disse a minha avó. No passado, por morar praticamente sempre em últimos andares, ou ter o quarto virado para locais sem gente, não lhes senti necessidade e - assim - evitei-os. Hoje em dia, na nova casa onde tenciono ser feliz, tenho mesmo necessidade de botar cortinados nalgumas divisões, por ser mais baixa. A casa é muito luminosa e aberta para a rua e mata-me ter de cortar na vista, mas pelos mesmos motivos, os vizinhos iam conseguir contar-me os buraquinhos da celulite, por isso lá terá de ser.

 

Tenciono passar muito tempo de cortina arredadada. Não quero roubar a vista para a rua que me apaixonou assim que entrei na casa pela primeira vez. Mas tenho mesmo de ter opção de vedar os olhos aos outros, sem baixar as persianas (bem basta vedar a vista, não posso vedar também a luz natural com que o sol presenteia a mim e ao mar ao lado ao mesmo tempo). 

 

Mas juro-vos que isto me mata por dentro um bocadinho. E que enquanto no outro dia via as opções para tratar deste assunto, estava capaz de verter meia lágrima. Deve haver praí alguma solução de vidro que seja claro por dentro e não permita olhar do lado de fora, - como nos carros de vidros fumados, mas melhor? Se vos calhar o Euromilhões (que eu não jogo) era mesmo só este favorzinho que vos pedia. Sim?

 

#firstworldproblems

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19
Out15

A vida dos outros e as cortinas

Maria das Palavras

O maior desgosto da minha avó é que eu não ponha cortinas lá em casa. Já chegou ao ponto de me dar dinheiro para as cortinas (usei-o para comprar tapetes para o quarto). Se soubessem o quão forreta é a minha avó, saberiam o significado que isto tem. 


O argumento dela não é estético, é social: as pessoas podem ver o que se passa cá em casa. Só a sala se presta a que alguém olhe e veja qualquer coisa, pela vidraça grande da varanda. Já lhe expliquei de mil formas que não faz mal, não farei nada que a envergonhe (não que ela conheça alguém em Lisboa), nem tenho nada a esconder. O que lá tenho de valor é mesmo só a TV e, mesmo o mais tonto dos meliantes, há-de adivinhar que tenho uma, mesmo que não a conseguisse avistar. Acrescento que o meliante que me visse a TV teria de ser meu vizinho do prédio da frente, porque da rua não se vê nada cá para dentro - não moro propriamente no rés-do-chão.


De resto, não me preocupo com isso porque eu própria não me incomodo minimamente com a vida dos outros. Demorei mais de um ano, para ver o cão do outro lado da rua, na varanda mesmo à frente da minha, quando toda a gente que lá ia a casa já o conhecia de cor. Não sei se será problema meu ou dos outros. Aposto as fichas no segundo cavalo. Em todo o caso, não há cortinas.

Assim, quando calha a minha avó vir à capital e ir lá casa, senta-se na mesa ao jantar, de frente para a varanda e já sei que me vai voltar a dizer:

- Vês? A vizinha daquele lado ainda não parou de olhar para aqui. A querer ver o que se passa.

Já nem me dou ao trabalho de a fazer notar que estava a fazer exatamente o mesmo que a vizinha que acusa de indiscrição. 

 

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