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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

26
Set18

Este blog não é sobre livros #18: Truly Madly Guilty

Maria das Palavras

Truly Madly Guilty - Maria das Palavras | Opinião

 

Em português, chamam-lhe "Até que a Culpa nos Separe" mas mais uma vez apostei na versão inglesa para poupar uns cobres. Até aqui a única desvantagem desta dica de poupança é que eu bem recomendo os livros, mas menos gente o quer emprestado - o que pensando bem, dependendo de quem pede, até pode ser bom. 

 

Agent-Smith-Evil-Laugh.gif

 

Pois que dizer? Quando comecei a ler Liane Moriarty nunca mais parei e este foi o "não há dois sem três" a seguir ao Big Little Lies e O segredo do meu marido. Dos três foi o que me custou mais a entrar na leitura. Pensando bem, agora que acabei, ainda não consigo justificar o início. 


Gostei, porque gosto da escrita da autora, há sempre mistérios que ela nos vai permitindo descobrir sozinhos, outros que espera para nos revelar, e traduz as várias fragilidades humanas sem medos. O tema - aí sem mistérios, logo a partir do título - é desta feita: a culpa. Um sentimento tão bem impregnado na nossa cultura ocidental que qualquer um se identificará, mesmo que queira dizer às personagens: esquece isso, m'lher, não podes carregar o mundo às costas. 

 

Gostei, mas gostei menos do que dos outros. Li-o bem, mas estou preparada para ler algo diferente agora. 

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26
Jun18

Culpa

Maria das Palavras

Parece que a culpa não é só o sentimento que assola as mães e os católicos em geral. É, aliás, o maior problema que tenho desde que fiz esta mudança geográfica. A culpa de não chegar a todos a todo o momento. Ou a culpa de optar por mim, nas ocasiões em que o faço. 

 

Nos dois fins-de-semana anteriores tínhamos acorrido a duas localizações diferentes, todas a mais de 100km da nossa base, a propósito de aniversários (para estar com família, como também fazemos com regularidade, mesmo quando não há bolos com velas à mistura). Neste, não fomos a lado nenhum, mesmo tendo dois convites para aniversários de mini-pessoas que adoramos, da família e de amigos que são como família. Não fomos porque o Moço trabalhava no fim-de-semana, senão certamente a culpa se teria sobreposto à nossa necessidade de descansar, de estar em casa, de fazer nada por ninguém senão por nós. Sendo que por nós também estaríamos sempre rodeados de todas essas pessoas que fazem parte de quem somos, mas vocês entendem. 

 

Porque ele estava a trabalhar e eu decidi adiar os meus afazeres para mais logo, fui até à praia no Sábado de manhã. Estava um dia lindo em Espinho. Calor, sem pinga de vento, até a água tinha temperaturas convidativas. Pensei como seria tão bom se o Moço estivesse ali para aproveitar comigo aquele dia maravilhoso. Depois pensei melhor. Se ele não estivesse a trabalhar também eu não estaria ali. Estaríamos os dois de pé na estrada. Porque não teríamos desculpa, portanto se não fossemos haveria lugar a culpa. 


Quando não há ocasiões especiais conseguimos selecionar melhor os nossos momentos e a regularidade das nossas viagens. Mas quando as há (e são tantas vezes, em pelo menos 3 cidades distantes) não conseguimos evitar fazer o que está ao nosso alcance para não faltar. Por causa da culpa. 

 

E é só idiota da nossa parte. Nós também somos prioridade, como às vezes consigo racionalizar, mas não sempre. Tento lembrar-me: os quilómetros são iguais em percurso inverso e também não culpo quem não arranjou a disponibilidade para vir até à nova cidade a que chamamos de casa ou não pode fazer mais vezes o mesmo caminho que nós fazemos vezes sem conta de sorriso nos lábios.  

 

Mas a culpa, essa filha-da-mãe, tem-nos feito exagerar nas viagens e recusar alguma calma, bem, necessária. A culpa usa a imagem das pessoas de quem gostamos na nossa cabeça e põe-lhes uma expressão de desilusão. A culpa tem de ir para longe, por uma vez, no nosso lugar.

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13
Mai15

A culpa é dos pais?

Maria das Palavras

Vou comentar o vídeo do momento, sobre as duas miúdas que batem no rapaz, só porque vejo muito boa gente no Facebook a atirar rapidamente um "a culpa é dos pais".

Queria dizer que, sim, somos produtos do meio em que fomos criados, mas há muita coisa que contribui para a nossa formação e gosto de acreditar que há algo de nosso na forma como bebemos e vivemos o mundo. Isto sem querer entrar em teorias psicológicas e sociológicas de geração de personalidade, onde há correntes para todos os gostos.

Mas uma coisa é certa: já conheci pessoas, com quem inclusivamente andei na escola, filhos de gente malcriada e violenta, outros literalmente criados entre as vacas. E não tinham o mau génio destas catraias (e dos que os acompanham). E já conheci gente de berço de prata (ouro é demais para mim) que são filhos da mãe do pior. E conheço irmãos, filhos dos mesmos pais e da mesma educação em que um é mais que decente e o outro uma besta.

 

Com isto não quero excluir que a culpa seja dos pais. Não quero dizer que não possa haver ali muita educação em falta. Mas já agora, só por brincadeira, vamos por a hipótese que até pode não ter nada a ver. Que a maldade também pode ser inata ou aprendida noutros circuitos - já que as crianças não crescem em bolhas.

 

[Nota adicional: Aquele vídeo é deveras estranho, só a mim é que parece que o garoto estava a alinhar numa espécie de brincadeira para a câmara? Pelo menos de início?]

 

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