Não são poucas as noites em que (por circunstâncias da vida) nos desencontramos na cama e nas horas de sono. Quando estou em casa e ele não esgueiro-me para a almofada dele, para fingir que estou mais perto. Que um bocadinho dele está ali. Mariquices. No outro dia ele dizia-me que faz o mesmo. Dorme na minha almofada quando sou eu que já não estou...para me sentir.
Conclusão: ele dorme na minha almofada eu durmo na dele. Estão a ver a ironia?
"Aqui está com quem não faz mal partilharmos uma cama:
A nossa irmã, se formos raparigas; o nosso irmão, se formos rapazes; a nossa mãe, se formos raparigas e o nosso pai, se tivermos menos de doze anos ou ele mais de noventa. A nossa melhor amiga. (...) Um modelo espanhol, um cão bebé, um gato bebé, uma daquelas minicabras domesticadas. Uma almofada de aquecimento. Um saco de batatas fritas vazio. O amor da nossa vida.
Aqui está com quem faz mal partilharmos uma cama:
Qualquer pessoa que nos faça sentir que estamos a invadir o espaço dela. Qualquer pessoa que nos diga que «simplesmente não consigo estar sozinho neste momento». Qualquer pessoa que não nos faça sentir que partilhar uma cama é a atividade mais aconchegante e sensual do mundo (a não ser, claro está, que seja um dos parentes atrás mencionados; nesse caso, devemos ter uma atitude carinhosa, mas também reservada/ligeiramente incomodada).
Agora, olhe para a pessoa que tem ao seu lado. Cumpre estes critérios? Se não, remova a pessoa ou remova-se a si. Mais vale ficar só."
Do livro Não sou esse tipo de miuda, de Lena Dunham. Porque até os livros de que não gostamos têm pérolas.