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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

16
Dez18

As que se põem a jeito.

Maria das Palavras

Opinioes x 1000, respeito x 1000, Maria das Palavras Blog (foto de base Unsplash - Gareth Harper)


Hoje, como na maior parte dias em que estou sozinha com tarefas caseiras para despachar, foi dia de me fazer acompanhar com o tablet de um lado para o outro, enquanto arrumo roupa, ou cozinho. Vou ouvindo as peripécias de diversas Youtubers, meio atenta, meio distraída. E, hoje em particular, chamou-me a atenção que várias delas mencionaram os comentários insultuosos do público e a expressão que elas tantas vezes ouvem: a partir do momento em que se expõem, põem-se a jeito

Falam para muita gente, partilham parte da sua vida e portanto, sim, é natural que mais gente forme opiniões, ou mesmo comente, o que se passa. Mas faltar ao respeito a alguém é um ato igual quer sejamos a única pessoa a ver ou sejamos um de 50 mil.

Vamos a exemplos práticos.


Digamos que conto a uma amiga minha que já comprei todas as prendas de Natal. Expus-me diante dela.  Ela odeia o consumismo e desperdício gerado à volta de datas como o Natal. Ela vai julgar-me. Vai (ou não) dar-me a sua opinião. Terá de o fazer de forma educada. Não é esperado ou aceitável que me chame nomes ou ameace.

Digamos que o digo no Youtube num canal com meio milhão de subscritores. Expus-me diante de todos eles. Pelo menos cem mil odeiam o consumismo e o desperdício gerado à volta de datas como o Natal. Eles vão julgar-me. Vão (ou não) dar-me a sua opinião. Terão de o fazer de forma educada. Não é esperado ou aceitável que me chamem nomes ou ameacem. 

 

Se disser algo a uma pessoa ou um milhão, o julgamento e as opiniões serão multiplicados pelo mesmo número, inevitavelmente. Mas o respeito devido está na mesma expressão numérica e também deve ser multiplicado. 


Alguém que fala para uma audiência maior tem uma maior responsabilidade e deve usar a sua voz da melhor forma. Mas não tem, sob nenhuma circunstância, uma autorização emitida para merecer menos civismo do que aquele de que fazemos uso diariamente, nas nossas interações pessoais e individuais. Nem para ouvir que estão gordas, nem para ouvir que o cabelo está horrível, nem para condenar nenhuma das suas opções. Se ajudar, façam um exercício: pensem que a pessoa pública é a vossa vizinha do lado e se encontram com ela na escada: dir-lhe-iam diretamente o que estão prestes a escrever? Não?! Então apaguem e sigam com o vosso dia. Prometo que prosseguirem, nem chega a ser assim tão terapêutico para as vossas próprias frustrações.

 

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16
Jan16

O humor não tem fronteiras, tem haters

Maria das Palavras

Humor sem fronteiras - Maria das Palavras

 

Pode brincar-se com tudo e ninguém é obrigado a prestar atenção a essas tolices. 
Por exemplo, eu não me interesso por rendas de bilros, por isso se alguém conversar sobre isso eu viajo para o espaço psicológico intitulado terra-chama-planeta-Maria. Da mesma forma, não subscrevo páginas de rendas de bilros, muito menos as comento. Por isso quem odeia humor negro e tem espamos com anedotas como "Não se goza com a pedofilia? Só se a criança for mesmo muito má na cama", pode sempre não ler o Guilherme (Por falar noutra coisa) que fez esta piada, em vez de o ameaçar com porrada. Quem não acha sequer que o que o Sinel de Cordes diz é digno sequer de ser chamado piada, tem direito à sua opinião e a não ler nada do que ele escreve (ele sempre fez piadas sobre violação, não foi só depois da lei dos piropos).

 

[a série #humorsemfronteiras tem o alto patrocínio da minha capacidade de abstração e riso]

 

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