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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

30
Jul14

Os 5 Tipos de Amigos

Maria das Palavras

Parece que hoje se comemora o Dia da Amizade, mas ninguém diz qual. É que amigos há muitos, seu palerma (ou seriam chapéus?).

1. O Amigo do Dia. É o chamado amigo light. Faz parte da nossa vida em determinadas fases, por períodos mais ou menos extensos. É por exemplo, aquele colega de trabalho com quem nos rimos muito e que vai estando a par da nossa vida - afinal faz parte dela cinco dias por semana. E é dos poucos que compreende os dramas do trabalho. Muda-se de emprego, lá vai o amigo. Passa a conhecido com quem temos contato de seis em seis meses, numa qualquer rede social perto de si.

 

2. O Amigo de Facebook. E nesta categoria somos tão seletivos como a Elsa Raposo com os namorados. E quem tem páginaaaaa, é cá da maltaaa (a cantar). Ah, vi-te uma vez na festa da vizinha da minha prima? Bota cá um like. 

 

3. O Amigo da Casa. As mães que passam horas conosco ao telefone ao ponto de saberem quantos bagos de arroz comemos ao jantar. A irmã que sabe de todos os nossos pensamentos. O nosso amor que é o nosso melhor amigo. Pessoas que são obrigadas a ser nossas amigas, vem com a profissão, mas que até o fazem por gosto.

 

4. O Amigo Pr'ós copos. Estes são muito importantes. São aqueles que estão sempre lá. Sais do trabalho e queres beber um copo porque não te apetece ir para casa? Liga-lhe. Domingo preguiçoso em casa e queremos mudar a tendência com uma ida à praia?  Liga-lhe. Alinha sempre que pode e pode muitas vezes. Também muito usados aos pares (casal amigo).

 

5. O Amigo Pr'á Vida. Normalmente são mesmo de uma vida. São de infância ou fazem-se na escola lá mais para a frente. Podes não falar com ele durante semanas e de repente mandar uma mensagem a dizer coisas tão importantes como "Vê lá que hoje agrafei um dedo". Continua tudo igual. Falar regularmente é uma formalidade. Aconteça ou não estão lá sempre e para tudo, do maior ao mais pequeno.

 

E aqui os meus blogo-amigos? Qual o tipo de amigos que mais vos assiste?

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30
Jul14

Uma Volta no Carrossel da Vida - Parte I

Maria das Palavras

A Mónica-que-manda (é assim que lhe chamo sempre, mentalmente, por causa do nome do blog) teve esta ideia genial: uma história escrita a várias blogo-mãos. Fico assim destroçada por ainda ser pequenina nisto dos blogs e não ser da liga deles para me convidarem a participar. Eles (A Mulher é que Manda, Farmácia de Serviço, Dias de uma Princesa) são assim tipo Campeonato Nacional e eu só jogo o amigável lá da aldeia (e mesmo assim ainda estou no banco à espera que alguém se lesione). Vai daí achei que ninguém levava a mal se eu começasse algo semelhante aqui neste blog da Liga dos Últimos [a chegar]. 

 

Quem convido a continuar a história é um mocinho que cá para mim até joga na primeira divisão, mas estou em crer que entra neste torneio amigável com equipas de juvenis (eu) com algum prazer: o Homem Sem Blogue. Pois siga o capítulo I e vá daí em diante até ao infinito e mais além. Homem Sem Blogue lê, escreve e passa a outro e não ao mesmo, sim?

 

Foto daqui: http://10.ital.z8.ru/index.php?page=attractions&category=39



Uma Volta no Carrossel da Vida - Parte I

 

Mal acordou olhou-se ao espelho. Fazia sempre isso. Achava que o cabelo desgrenhado e os lábios inchados nem lhe ficavam mal. Ou então a explicação para não se achar tão feínha logo pela manhã tinha a ver com o facto de ainda não conseguir abrir bem os olhos. Talvez fosse mais isso.
Os olhos não estavam inchados de chorar. Já tinha parado de chorar todas as noites há pelo menos uma semana. Mais precisamente há 9 dias. Sabia-o como um viciado em recuperação e repetia para si numa graça mental "Olá, eu sou a Camila e não choro há 9 dias". E as vozes imaginárias respondiam "Olá Camilaaaa.", num coro em desacerto.

Há 9 dias que já não era feliz para sempre. 

Ela que nunca tinha gostado de parques de diversões via-se obrigada a dar uma volta no carrossel da vida, depois de alguns meses na casa do terror.
Não disse a ninguém o verdadeiro motivo pelo qual o seu casamento acabara. Deixara correr os comentários bem além dos 42 km da maratona, sem dizer uma palavra: "A casar tão nova, estava-se mesmo a ver", "Se calhar não conseguiram ter filhos, afinal o casamanto já levava 5 aninhos e nada...".

Ela que na feirinha lá da terra nem gostava de andar nas chávenas do carrossel que giravam e a deixavam logo tonta via-se obrigada a dar uma volta no carrossel da vida. Só andou uma vez nas chávenas. Quando ele a levou. Ainda era um amor de criança e ela não sabia dizer que não a nada que ele pedisse. Olhando agora para trás nunca aprendeu a dizê-lo. Mesmo quando o amor deixou de ser de criança. Mesmo quando o amor eram dois adultos com um gato num T1. Mesmo quando o amor já era um velho a bater-lhe nas canelas com a bengala. Mesmo quando já não era amor.

Isto tudo ela pensou ainda antes de lavar a cara. Antes de se arranjar para ir para o trabalho, já atrasada. Meia taça de cereais e um café quente que escorregou pela garganta, a queimá-la. 
Sentou-se à secretária, atendeu muitas vezes o telefone, fez a pausa para lanchar,  atendeu mais telefonemas, depois parou para almoçar, trocou palavras simpáticas com as colegas mais afastadas e de escárnio com a sua colega-amiga de há anos e atendeu mais vezes o telefone até o relógio decidir que já chegava.

Os dias passavam rápido. Não era suposto ser assim. A tristeza devia fazer os minutos arrastarem-se por horas - era o que lhe tinham vendido a vida toda em romances de cordel. Mas as horas dela sumiam-se e, sebastianistas, nunca mais regressariam, nem em noites de nevoeiro. A vida tinha de ser vivida. Foi por isso que casou tão cedo. A vida é curta e sabe a pouco, sempre o soube. E doía-lhe cada dia que passava sem que ela o fizesse valer a pena, cada hora sem sentido que se evaporava em menos de nada. Doía-lhe mais isso que a ausência dele.

Tilintava as chaves enquanto subia as escadas para entrar a casa. Quase tropeçou no cesto de rosas vermelhas que lhe tinham sido deixadas no tapete. 
Uma nota por entre as folhas, escrita à mão, numa caligrafia que lhe era desconhecida: "Tenho um desafio para ti. Amanhã, no Café das Rosas Vermelhas às 17h.".

 

O bom senso mandou-a entrar depressa, fechando a porta com estrondo atrás de si, e rasgar a nota de imediato. Seria certamente uma brincadeira de mau gosto. Tinha a certeza. Poderia até ser perigoso. E daí, talvez fosse disso que ela precisava naquele momento. Seria aquele o carrossel que a esperava, o tal que daria a volta à sua vida e faria cada hora valer a pena?
O dia a seguir era um Sábado e ela tinha traçado planos específicos para...nada. 
Foi assim que às cinco da tarde desse Sábado se dirigiu ao local indicado e avistou um homem sentado na mesa mais recôndita, com um ramo de rosas pousado em cima da mesa. Aproximou-se e colocou-lhe à frente a nota rasgada-e-colada.

- Isto é seu?

Ele olhou-a com surpresa mal disfarçada. Ela estava já preparada para se afastar, pois percebeu que, apesar das pistas, se tinha enganado na pessoa. 

- Espere. É sim. Como encontrou esta nota?
- Estava à minha porta.
- Com um cesto de rosas? Em cima do tapete azul?
- Precisamente. Então foi o senhor que o deixou lá.
- Sim. Só não era para si...

Quem se tinha enganado era ele.

 

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30
Jul14

Serviço Público: Como chegar à Cascata de Vila Nova de Milfontes

Maria das Palavras

Na semana passada estive em Vila Nova de Milfontes com amigos. Toda a gente já tinha ouvido falar da cascata, só nunca nenhum de nós a tinha visto. Ou sabia muito bem onde ficava. As informações são muito escassas e o Google Maps, neste caso, ajudou pouco. Levávamos meias indicações, alguns diz-que-disses e uma pequena legenda de mapa que dizia para seguir as marcas. 

Chegados ao ponto onde sabiamos que devíamos deixar o carro (a partir daí só com um todo-o-terreno) começámos a ver as tais marcas. Só podia ser aquilo: setas brancas pintadas no chão. Continuavam ao longo do percurso. Um longo percurso. Um percurso longo demais. Já tínhamos passado clareiras, ouvido água a correr ao longe (que també podia ser só o vento a dar nas árvores), passeado à beira de um ribeiro, passado uma ponte improvisada, feito filmes a prever o novo Projeto Blair Witch (versão Milfontes) quando, com as silvas a dar pelos joelhos e os fetos a fazer cócegas no nariz, desistimos e decidimos voltámos para trás.

Setas para a cascata de Milfontes (ou não)

 

Sou capaz de ter omitido que além de setas brancas o percurso era acompanhado por algumas faixas rasgadas. Que diziam "biking". Sim, estavamos a seguir um percurso BTT (uma prova, que a julgar pela vegetação selvagem, já tinha decorrido há uns bons meses...anos?). Claro que a nossa fé nos levava a crer que - nas palavras de um qualquer sábio: uma coisa era uma coisa e outra coisa era outra coisa. As setas eram para a cascata. As faixas eram para as bicicletas. Ou então as bicicletas tinham o percurso até à cascata. Qualquer coisa assim, que em voz alta continua a não fazer sentido.

Portanto voltámos para trás e desta vez prestamos mais atenção à primeira clareira que encontrámos, ainda seguindo o caminho das setas - e que agora tinha uma mota estacionada ao pé. Uma clareira que tem abertura para o tal ribeiro. Onde há umas pedrinhas que permitem saltar para o outro lado. E que permite avistar um pneu de baloiço lá ao fundo.

 

Percurso para cascata de Milfontes

 

Depois de termos feito 2km no caminho errado, decidimos continuar a arriscar. Atravessamos o ribeiro, passamos o pneu e vem de lá um senhor.  Um amigo meu diz que ele tem um machado na mão (muita TV Cine é o que é), o outro concorda. O machado era um capacete. Estão a ver a semelhança? Eu também não.

Percurso para a cascata de Milgontes II

 

O senhor também não era um assassino, era um homem da terra que lá nos indicou que a cascata era de facto por ali e que estava seca. Que de qualquer forma era muito bonita. Não avisou que ainda íamos andar aos saltaricos por bocados de charco com sapos, muita lama e troncos caídos para lá chegarmos. Mas para quê estragar a surpresa, não é?

 

Lá chegámos. Estava de facto seca. Era de facto bonita. E para que ninguém tenha de palmilhar tanto como nós para lá chegar, eis como podem fazer o percurso: começam por seguir estas indicações e depois a cascata é exatamente nestas coordenadas (Google) 37.753233, -8.717605. Se colocarem o percurso até este ponto no Google ele vai dar o percurso que vai ao topo da cascata e não lá abaixo, por isso proponham que sigam mesmo as primeiras indicações (que começam ao virar na 6ª saìda à direita de quem vem da rotunda da Brunheira, do lado de Milfontes), depois ao encontrar a clareira, passam a ribeira que tem o pneu do lado de lá e continuam até encontrar...isto:

 

 

Cascata de Vila Nova de Milfontes

 

 

 

 

 

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