Eu sei, eu sei. Três dos quatro posts desta rubrica são "vá para fora cá dentro". Mas não deixa de ser uma descoberta. Não deixo de estar a respirar oxigénio de outro lado. Não deixa de ser uma viagem.
Esta levou só 48 horas, mas soube-me pela vida. E partilho convosco algumas fotos do passeio junto à marina...e do meu lanche (muahahahaha).
Gostava de saber quem inventou esta parolice e arrancar-lhe os pêlos do bigode à dentada, um a um.
O Movember é um evento anual (em Novembro, lá indica o nome) em que se promove uma política de fazer crescer o bigode (Moustache) para chamar a atenção para problemas de saúde masculina, como o cancro da próstrata. Tem uma fundação e tudo. O propósito é nobre, mas os espécimes masculinos parecem todos mais entusiasmados com os pêlos faciais do que em fazer exames de prevenção.
Não me interpretem mal, não tenho problemas com a política no shave, aliás, adoro uma barba bem ajeitada. Mas deixar crescer só o bigode? Só autorizo o meu pai e é porque sempre o conheci assim (e porque sem bigode fica igualzinho ao meu tio).
Portanto quando ontem o Moço chegou ao pé de mim só de bigode estive uma boa meia hora para que me convencesse a dar-lhe um beijo. Não o reconheço. Com a sua garbosa barba é o Moço, meu lindão. Sem barba chamo-lhe Vítor (que é um menino manso). Só de bigode é o Juan - e eu ainda não decidi se confio nesta versão castelhana.
Depois de pesquisar um pouco sobre o assunto, acalmei-me e pensei...podia ser pior.
Estou lixada. A julgar por aqui, eu e o Moço nunca vamos passar da cêpa torta. Tenho fobia que me toquem nos pés. E o momento mágico que a Rita Marrafa de Carvalho descreve normalmente, para mim, acaba normalmente num coice pónei-style. Aiiii, que me arrepio só por ler isto.
O amor não está na juras ou promessas. Nem na liberdade dos teus dedos no corpo dela. Está nos pés. Naquele momento em que os teus tocam nos dela. Frios ou transpirados, sujos ou lavados, de unhas cortadas ou compridas. Quando os pés dela se esfregam nos teus e ali ficam.
É aquele instante tabu, em que a âncora do teu corpo tenta entrelaçar-se no outro. Em que ofereces a tua base. O teu sustento. O teu equilíbrio. Está aqui e é teu.
Não há intimidade maior, nem oferta mais doce. Quando, indiferente ao que aqueles cinco dedos comportam, deixas o teu dedo grande passar-lhe pela palma do pé. Quando sentes a rispidez da pele do calcanhar na barriga da perna e prendes, em pinça, os dedos dela nos teus.