Estiveram à altura do desafio. Eu confesso que não achei que chegássemos aos 50 likes e ainda guardava o trunfo para uma próxima. Mas juntaram-se todos para me "lixar" e portanto merecem a história da minha queda. De amor.
Corria o ano de 1964 e passava uma brisa leve...
Pronto, agora a sério. Está quase a fazer um par de anos e estava frio como o raio. Depois de termos estado na mesma festa de Passagem de Ano, por termos amigos em comum (que até já nos haviam apresentado quer num passado distante, quer num passado próximo), ficou uma linha de comunicação aberta. Um flirtzinho aqui, uma provocaçãozinha ali, um chat de Facebook sempre aberto...eu um pouco impaciente, a ser vilmente cortejada por outros garbosos seres, mas só neste via potencial: era o único que nunca mais me convidava para sair...
E eis que chegamos ao momento definidor. Quando ele me escreve na janelinha azul:
Queres jantar na Sexta?
Tomei um momento, tentando não saltar da cadeira. Fiz-me de difícil, afirmei ter de consultar a agenda. E finalmente acedi: sim, vamos jantar na Sexta.
E ele desfaz-me as ilusões assim:
Mas não somos só os dois, ok? É o jantar de aniversário do A. [nosso amigo em comum]. Ele entretanto deve mandar sms ao pessoal.
Caiu-me tudo. O sacana arrancou-me a resposta (será que eu quereria jantar com ele?) de forma maliciosa. Levou-me ao engano, tornou-me pequena e fez-me odiá-lo. E respeitá-lo. Quem era este adversário à minha altura que, de forma matreira, me levou a demonstrar interesse - ficando ele seguro?
Claro que a partir daí teve de penar para me fazer de facto jantar com ele. Só com ele. Ser jeitoso e irresistível colaborou muito para que eu demorasse menos a ceder novamente do que devia (e planeava). E um dia 30 fomos jantar, com acompanhamento de conversa deliciosa. E depois ele levou-me ao bar mais intimista de sempre para me tomar por certa. Resultou.
Tenho um pequeno baque no peito de cada vez que oiço ou leio alguém a dizer que ainda não comprou uma única prenda de Natal. Faltam 6 dias - a opção online deixou de ser válida e ninguém tem saúde para andar agora em centros comerciais. Tem?
Quando comecei a escrever este post, já a Sofia desabafava: diz que há coisas complicadas. E há. Eventos como o Natal são sempre complicados para quem junta os trapinhos e tem duas famílias a quem assistir (às vezes chega a quatro, quando os pais de ambos estão divorciados). O planeamento exige consideração pelo outro, mas honestidade acima de tudo, também.
Para mim, a véspera de Natal é muito importante: é o verdadeiro Natal. E, pelo menos para já, sinto-me incapaz de trocar a minha família de sempre da consoada, pela minha nova família para sempre, que é o Moço.
Com alguma negociação de todos os lados, bom senso, compreensão e amor tudo se resolve. Eventualmente, a coisa complica-se ainda mais quando há pequenos petizes à mistura, mas a base da decisão terá de ser a mesma. Rai's parta a exclusividade da omnipresença para os Deuses e afins...
Pois é, para mulher eram 8 dicas e para homem são só quatro. Porquê? Primeiro porque eu, sendo representante da primeira espécie, percebo mais de mulheres (que é quase nada, nenhuma de nós se percebe muito bem, para dizer a verdade). Depois, porque apesar do mito que corre de que é difícil dar prendas a homens é preciso lembrar que, como em tudo na vida, eles é que são os básicos e nós as complexas. Não é ofensa, é só verdade - e temos todos de admitir a nossa parte.
As principais regras são:
1.Não deixem de lhes oferecer algo porque vocês não querem. Por exemplo, um jogo para a PS4 (ou a própria da consola) porque já sabem que eles vão ficar colados àquela porcaria. Lembrem-se: estão a tentar fazê-los felizes. Talvez um bom passo intermédio seja comprar um jogo que achem que também gostassem de experimentar numa logica de "se não podes vencê-los, junta-te a eles". Eu experimentei o ténis virtual e viciei-me. Apesar de não ser o jogo favorito dele, preferia jogar aquilo comigo (e ganhar-me sempre!) do que jogar sozinho a um jogo de arcada comigo a torcer os olhos ao lado...
2. Esqueçam as prendas sentimentais. Não é que eles não valorizem (há homens que sim), mas não as esperam como "a" prenda. Portanto guardem essa minhoquice para complemento ao plano A, que é o presente a sério. A não ser que a coisa sentimental seja: uma mota Ducatti como aquela que passou por nós no nosso primeiro encontro. Aí esqueçam o que eu disse: o plano sentimental é o plano A.
3. Oiçam as dicas. A diferença entre as nossas dicas e as deles é que as deles não se fazem ouvir de forma propositada. Eles não têm sempre o nosso calculismo (vou dizer que quero a ver se ela me dá, agora que estamos perto da ocasião). Mas quando desejam algo são muito mais diretos que nós em relação a isso e não escondem desejos na esperança que as metades da laranja os adivinhem pela forma como agitámos a orelha (ou outra coisa igualmente subtil, como nós tendemos a fazer). Quando o ouvirem dizer "gostava de conseguir ter as fotos com melhor qualidade" apontem: máquina fotográfica, workshop de fotografia. Não se fiquem pela altura de Natal ou perto do aniversário. Apontem todo o ano as ideas que forem tendo de acordo com as conversas dele e quando precisarem recorrem à lista. Isto é uma dica de ouro, espero que reconheçam...
4. Dêem um twist às prendas tradicionais. Se é verdade que não é difícil contentá-los, também é verdade que a variedade de ofertas para eles é menor (alguém do marketing lá percebeu que as mulheres são mais consumistas). A boa notícia é que não faz mal. Podemos dar-lhes sempre perfumes (que tal um novo aroma?), música (que tal um vinil em vez de um CD? Ou o leitor de vinis, se for caso disso?), até peúgas (que tal umas assim engraçadas?). O segredo - como sempre - está na personalização e na originalidade da coisa (ainda que a coisa seja a mesma de sempre). E acreditem, um novo jogo para a consola ou a camisola do clube deles da nova época, para nós parece repetido, mas para eles não é (!?).
Pronto, em todo o caso, e tal como fiz com as catraias, ficam as ideias básicas, para percorrerem todas com os olhos e verem se há alguma que ainda não tenham usado e possam adaptar ao rapaz a que querem agradar:
- Banda desenhada, livros ou jogos da série favorita dele (por exemplo, do Game of Thrones ou The Walkind Dead, há coisas gírissimas).
- DVD do filme de eleição dele (mesmo que seja O Gladiador, como é o caso do Moço).
- Música em CD ou Vinil (ou, como disse, o próprio leitor de vinis).
- Jogos retro (vale tudo desde um pião,ao jogo dos peixinhos, até ao clássico Monopólio).
- Meias, boxers ou t-shirts com estampas ou mensagens criativas.
- Peças de roupa mais upa-upa que eles não comprariam, mas gostam (se a vossa carteira deixar e se eles gostarem, atenção: não é para vocês os vestirem como sempre quiseram e depois eles ficam desconfortáveis).
- A jóia do homem: o relógio.
- Merchandising do clube do menino.
- Cenas autografadas pelo seu jogador ou artista favorito. Eles morrem por estas coisas (alguns, como em tudo).
- Experiências: desde as estadias às coisas mais radicais (conduzir desde karts a Porsches, skydiving...).
- Uma boa garrafa da bebida de que ele seja apreciador (um whisky com a idade dele?).
- Se eles forem malucos por carros, motas, barcos, uma boa réplica (de coleção) dos modelos favoritos.
- Tecnologia (as coisas mais acessórias, que as essenciais eles compram para eles): headphones xpto, câmaras fotográficas, colunas para o iPhone, carregadores de telemóvel portáteis...
- Perfumes, estojos de barbear, conjuntos de gorros, carteiras, cachecóis e luvas e outros acessórios que tais.
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