Desde que fui à Madeira passei de apreciadora-moderada a louca-obsessiva pelo Bolo do Caco. Até já fui jantar a um restaurante típico madeirense em Lisboa, em busca daquele ouro.
E a resposta aos meus desejos não se fez tardar. Não bastava ter aberto há uns tempos na minha terra natal, em Leiria, agora o Caco, o Original abriu também muito perto de mim, em Lisboa. Uma perseguição desenfreada que me fizeram - e muito bem feita. Em boa verdade vos digo, é o melhor bolo do caco que comi extra-Madeira. Minto: é exatamente igual, só lhe falta a espetada de pau de louro ao lado.
A minha nova missão de vida é, obviamente, comer lá muitas vezes bolo do caco: simples, com a manteiga de alho, em hambúrguer acompanhado, e todas as outras variações deliciosas que lá moram. Não é por mim...é pela sobrevivência do bolo do caco em Lisboa. Se aquela lojinha fecha agora, pelo menos 70% das minhas papilas gustativas já prometeram suicídio.
Como uma desgraça nunca vem só, ainda têm o croissant de massa doce com Nutella mais delicioso de todos os tempos. Isto se precisassem de mais razões para se juntarem a mim nesta luta solidária. Em Leiria, em Benfica ou no Mercado da Ribeira: ide ao Caco, boa gente, ide!
Nas últimas semanas este elevador só ia até ao quarto andar, por estar avariado - da última vez que o usei a porteira fez-me logo essa recomendação. Mas hoje já deu para carregar no botão do 5 e fez-se luzinha. O elevador pára no 3º andar e entram dois funcionários da ThyssenKrupp, aparentemente responsáveis pela resolução da avaria.
O outro "passageiro" pergunta aos senhores se já dá efetivamente para ir até ao quinto andar:
- Sim, já está resolvido.
Eu, meio pateta, como sempre, enquanto subíamos, acrescento:
- Então já podemos ir até ao quinto sem medos?
- Sem medos...é relativo. - diz um dos funcionários com um esgar de dúvida.
Ainda pensei pedir para sair. Mas gosto mais de correr riscos do que subir degraus. Pura adrenalina para começar o ano.
[E acalmem-se as hostes porque não está para breve. Mas às vezes apetece-me tirar notas.] Quando for mãe, sei que provavemente não terei esta virtude que tem a mãe do Miguel e da Maria. A da paciência infinita que a faz não cair no facilitismo de responder à filha que lhe pergunta quando volta a ser Natal com um "uiii, anda falta muito", "até lá não te doa a barriga" ou "não penses nisso que chegamos lá num instante outra vez". Mas gostava.
"(...)no regresso ela perguntou-me quando era natal outra vez: eu expliquei-lhe todas as coisas que iamos fazer antes de ser natal outra vez. que ela ia fazer 4 anos. o miguel 3. que iamos brincar na praia e comer bolas de berlim. que a prima ia começar a andar e a falar. que iamos ver muitos filmes de princesas e piratas. brincar no parque e fazer amigos novos. que ela ia aprender muitas coisas. que o miguel ia ficar mais alto e conseguir acender a luz sozinho. e ela ia aprender a andar de bicicleta ainda mais depressa. lá fora estava escuro e frio: dentro no carro que nos embalava conseguíamos todos ver a lua: parecia um sorriso. e depois de pensar em todas as coisas que eu lhe disse ela respondeu:"então eu espero".