Fui fazer uma massagem no fim-de-semana. Quando cheguei, o massagista disse uma coisa muito estranha: pediu-me para deixar as meias. Não percebi, mas obedeci, feliz - porque morro de cócegas nos pés e a experiência de ele me tocar nos pés poderia ser traumatizante para ambos se eu desatasse aos pontapés com um ataque de riso. Descobri mais tarde: foi o Moço que lhe disse para não massajar os pés que eu tinha muitas cócegas.
Passar uns quantos dias (não só um fim de semana) isolada neste moinho.com, da Casa do Foral, com vista panorâmica para a Serra de Aire e Candeeiros. Já lhe pisquei o olho muitas vezes, mas a carteira (100€ por noite é o diabo), o tempo, a falta de internet lá em cima e a proximidade com a minha terra natal sempre me travaram. Mas caramba, gostava mesmo. Babem comigo.
Lembrei-me disto porque vi agora um desconto. Mas não chega...por isso se não tiverem aí campanhas de solidariedade para ajudar, podem sempre criar o movimento "Um Moinho para a Maria". Se cada pessoa que me lê mensalmente der 1€ já posso passar lá 20 minutos inteiros. 'Gradecida.
Ainda só lhe vejo a silhueta. O nevoeiro parece menos espesso, menos sufocante. Será sensação apenas? Espada em punho, lá vem ele. Virá de azul ou de verde? Terá perdido a máscara que compunha a armadura? Estará o escudo partido? Já ouço a multidão a aplaudir, a bradar aos céus de contentamento. Vai ficar tudo bem, D.Sebastião voltou. Hei-de dar-lhe uma palmadinha nas costas, dizer obrigada. Tanto tempo perdido e conseguiu regressar. Mais que isso: quis regressar. Há que explicar-lhe que farmácia já não se escreve com ph, arranjar um telemóvel ao homem: ó rapaz, qual é o tarifário mais barato agora? Tanta coisa mudou enquanto ele foi e veio. Será mesmo ele que emerge ali do nevoeiro?
Podem ser afinal só os olhos turvos de lágrimas que me iludem e me fazem ver coisas onde não estão. Pode não ser ainda o homem. Mas é definitivamente a esperança que aí vem.
Já percebi que o tema prolifera apesar de ainda faltarem umas semanas. Os saldos já não são novidade desde o ano passado e é preciso dar um toque ao consumidor mais distraído, para começar a gastar. Já há tantas dicas de como supreender e o que oferecer, que achei que o que fazia falta era uma not-to-do list. Atentem nos meus parcos mas incisivos conselhos.
Jantar fora. Depende dos gostos claro. Se gostam de alimentar as varizes passando muito tempo em pé à espera, menus especiais (para passar especialmente fome e pagar especialmente muito), comida crua, empregados impacientes, aquele barulho inconfundível de restaurante cheio...by all means, sigam para essa opção. Mas para sossego e intimidade, nada como um jantar romântico em casa - tudo preparado com antecedência, para não dar trabalho nesse dia. Velas acesas, tudo nos conformes. Se em casa há petizes, até compreendo que a experiência caótica do restaurante pareça apetecível. Nesse caso já deviam ter marcado há 4 semanas façam já a reserva.
Aproveitar a data para um pedido - seja de namoro ou de casamento. Só pode correr mal de duas maneiras. A metade da laranja diz que sim e ficam com uma data horrível e muito pouco exclusiva para comemorar o sucedido em anos futuros. Ou, a metade da laranja diz que não e ficam mais ressabiados do que nunca com esta data já pseudo-depressiva. Vá lá, o cupido não andou a gastar setas para viverem no mundo dos clichés, escolham um dia só vosso para essas mariquices.
Comprar prendas caras. Deixem isso para as datas mais vossas e menos comerciais. Se querem mesmo oferecer escolham algo simbólico. E pelamordedeus não gastem dinheiro com aquele urso de peluche gigante branco a agarrar um coração vermelho que diz "Amo-te muito". Não há quem tenha onde enfiar isso. E lembrem-se que se a coisa correr muito bem, um dia, esse mono que compraram, vai ocupar um canto do VOSSO quarto.
Assumir que se tem planos com alguém. Saíram um par de vezes e estão tão cabeça-na-lua que se esqueceram que pode ser cedo para começar a exigir esta comemoração. Não assumam nada, ok? Na dúvida também não se comprometam em ir àquelas sessões de auto-pena dos jantares de solteiras (a não ser que sejam mistos e vão à pesca). Mesmo quando a solteira era eu (e fui-o todos os anos a.m. [antes do Moço] as reuniões de amigas solitárias ao género eu-sou-mais-eu nesta data davam-me vontade de bater com a cabeça nas portas. Acho que nem é preciso dizer que, neste caso, não se aplica prenda nenhuma. NENHUMA. Se houver algo de facto marcado para a data, ele pode no máximo aparecer uma rosa - não é nada de fantástico, nesta altura até à porta do metro dão rosas, e fica bem. Mas nada de gestos drásticos, ok?
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Eu ia chamar a este post "Chupa Pipoca" mas tendo em conta que cem mil visitas faz ela em cada par de dias, alterei. A verdade é que, segundo diz o Google, nestes parcos seis meses de blog, a blogger menos in do pedaço já ultrapassou em muito as 100 mil páginas vistas, por quase 40 mil pessoas diferentes. E já lhe subiu de tal forma à cabeça que agora fala na terceira pessoa. Pode ser francamente pouco, posso ser a blogger no top 3 dos menos lidos e metade das pessoas terão vindo por engano (sobretudo os que vêm pela pesquisa "mamas da sara sampaio"), mas estou orgulhosa tendo em conta que criei o blog só porque tinha palavras a mais na ponta dos dedos e quis partilhá-las, nem que fosse só com três pessoas e meia.
Neste número cabe quem já se habituou a vir cá todos os dias, até várias vezes ao dia (sem ser só o Moço), o que significa que há por aí muita gente doida (como eu). Para todos um muito obrigada - inclusivamente para os que se arrependeram assim que entraram e deram meia volta porque me acharam burra, presunçosa e/ou odiável (Deus sabes que nos momentos certos consigo ser estas todas).