Eu sei porque é que tanta gente (incluindo eu) acompanha o blog da S*. Ela descobriu o segredo do sucesso de sites como Facebook, 9Gag e Youtube: partilha imagens de gatinhos.E quem diz gatos, diz cães. Que são dela, vá. Ou então, ela diz que são dela (e já vai para muitos anos deste engodo) só porque sabia que no futuro, 5 anos depois da criação do seu blog, viria uma Maria das Palavras convidá-la para a Prova dos Nove. Assim tinha um trunfo na manga: Maria vai não descalça, mas segura, fazer-lhe a prova e afinal ela não tem bichinho de estimação nenhum e ganha-me o troféu de blogger menos in do pedaço...
Será ? Será?!...
1. Corres na marginal, fazes burpees ou tens um PT? S*:Nop. Só corro atrás do meu cão Pirata, quando ele me rouba os panos da cozinha, o rolo de papel higiénico ou os panados que fritei para o jantar.
2. Comes pão ao pequeno-almoço? S*: Desde que tenha manteiga Primor e fiambre do bom, marcha!
3. Onde pões couves: nos sumos, nas sopas ou em ambos? S*:No lixo. Compro-as, mas acabam sempre no lixo.
4. Qual é a tua relação com o sushi? S*:Desprezo mútuo. Eu acho-o muito cru e sem sabor... já ele acusa-me de ser uma parola pouco dada a novas experiências gastronómicas.
5. Tens filhos, cães, gatos ou chinchilas? S*:Filhos não tenho, mas estou a treinar para isso. Quatro gatas, um cão, e uma casa cheia de pêlo, lixo e amor.
6. Sabes o que é uma Marsala? S*:Eu sei lá, menina...
7. Em quantas paredes da casa tens papel de parede ou vinis com frases ou passarinhos? S*: Sou tão pouco in que nem sei onde se compram essas coisas.
8. Que percentagem aproximada da tua casa é composta por IKEA? S*: Oh, agora falaste a minha linguagem! 50% da mobília cá de casa é IKEA... e mais compraria, se mais dinheiro tivesse!
9. Quantas iCoisas tens? S*: Eu sou mais Samsung... mas só tenho mesmo um telemóvel!
Conclusão: É verdade que a S* é muito OUT. Mas tem muita mobília IKEA e 5 sets de patas felpudas lá em casa. Logo: é uma blogger IN. Sem novidade. E ainda nos atira à cara que anda a treinar para a criança: aí é que o contador de visualizações dela vai explodir! Vai ser uma espécie de As Minhas Pequenas Coisas na Fralda. Por último, uma palavra com um abanão de cabeça sentido: ó S*, honestamente...deitar fora as couves com crianças a morrer à fome?? (acontece-me o mesmo).
Estou de toalha enrolada ao corpo e cabelo ainda a pingar, com 200 vestidos em cima da cama e ainda não sei qual vestir. É que não tenho nada para vestir.
[Estou a prever diversão com a nova contra-rubrica no blog do Marquês: leiam já a primeira entrada do dicionário Machês para Português.]
"Pede qualquer coisa para mim, que eu vou só à casa de banho."
É bom que não sejas anormal e mostres que a conheces. Até pode não ser um teste, mas se ela chega e se depara com algo que não goste, vai ser falado (podendo variar entre uma mulher calada e distante o resto da noite ou um sermão pregado em três tempos sobre como não lhe ligas nenhuma).
Não falo em virar mais um capítulo a cada aniversário: cada um acomoda a idade com a graça que lhe aprouver. No entanto há certos rituais, que se têm vindo a aprimorar com o tempo, que me fazem sempre temer o momento do bolo.
1. O Parabéns a Você Infinito. Há sempre aquele atrasado mental que a meio da canção a recomeça, como se fosse um momento fantástico. Sejamos francos: os convidados estão desafinados e o aniversariante (sou só eu?) não sabe onde se enfiar, para onde olhar, se entra na cantoria ou bate palminhas como uma criança. O momento não se quer prolongar. Mas nãaaaaaaaao. Aquele anormal quer prolongar o momento. Entretanto, também o autor da letra está a dar voltas no caixão, porque há um uso escusado do "você" (parabéns a você? a sério?) e diz que quem canta são as nossas almas - antes fossem, talvez fosse um canto interior.
2. O Parabéns a Você Infinito - Parte II. Quando eu era novita não havia estas modernidades de prolongar a canção ao nível da epopeia musical. A música começava no "Parabéns a você" e acabava no "uma salva de palmas". Parece que alguém com uma veia de poeta ou diva da música, se lembrou de continuar a cantar quando todos se calavam e a moda pegou. Portanto há toda uma nova quadra para desejar saúde e amigos - mais amigos para quê? Para haver mais gente a cantar? E quando finalmente suspiramos de alívio porque acabou o ritual: olham para nós como se esperassem alguma coisa. E não é bolo. É um solo musical. Sei que começa com "Obrigado amigos" mas normalmente acabo logo com "não sei esta parte, vamos comer".
3. Trincar a Vela. O fabricante de velas que se lembrou desta é um génio. Como é que posso fazer para eles não guardem as velinhas e as reciclem até à morte riscando os numerozinhos? Ponho-os a trincar cera para dar boa sorte! Meus senhores: se ao trincarem cera querem pedir um desejo, que seja este: uma escova de dentes logo a seguir. Neste momento, imagino sempre pessoas muito finas a entrar num hotel elegante onde há candelabros com velas altas acesas e que de repentem perdem a pose, largam as malas e se põem com a cabecinha de lado a mordiscar as velas do lobby. Depois sacudo a cabeça e penso que é um disparate. As pessoas ricas que vão para hóteis com candelabros não têm desejos: compram tudo.
4. A primeira fatia de bolo. É uma espécie de "gostas mais do pai ou da mãe" aplicado a toda a família e/ou amigos. E agora? Dás a fatia de bolo à pessoa mais velha, talvez num insulto? À mãe que distendeu as ancas para te trazer ao mundo? Ao namorado, criando mais uma quezília tipo quem-é-o-homem-da-tua-vida com o pai? Conselho: come a primeira fatia e engole a dúvida.
Não é que seja recorde absoluto, mas - graças ao Guilherme - hoje veio ao tasco muita (leia-se MUITA) gente nova. E sádicos (!), que continuaram a ler para além do primeiro post, o que me encheu de vaidade. Sejam sempre bem-vindos (ou regressados).
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