É Outubro e já comprei a primeira prenda de Natal. E estão com uma sorte dos diabos que foi só uma. É bom mês para mandar vir coisas em bom&barato, online e a tempo do Natal.
Este blog não diz palavrões, por isso a Mula (e o autor original) que me desculpe a ligeira adaptação do titulo na resposta ao desafio. São cá coisas minhas.
Estou a ler o livro D.Teresa, que nos conta da origem de Portugal, e a irritar-me com a história das sucessões. Não sou feminista, nem pela igualdade cega (somos diferentes dos homens, ninguém me convencerá do contrário), mas sei que há ainda há um caminho grande a percorrer para que haja justiça na distinção dos sexos. E na época deste livro assistimos à desvalorização completa da mulher: ela servia para ter filhos...varões. E se não conseguia, se só dava filhas, era uma incompetente. Ora isto está errado sob muitos pontos de vista, mas há um que é factual e que se prende com o facto de eles não fazerem ideia como se determina o sexo do bebé. Não tem a ver com os chás de ervas que a mãe toma, ou com o facto de ela comer espargos durante a gravidez...
Há mais de um mês selecionei roupa para dar. Peças de meia-estação, em bom estado, que não uso já há umas três meias-estações. A junta de freguesia fica a distância a pé da minha casa e tem um depósito de roupa para solidariedade.
Primeiro, tinha o saco de roupa no quarto, junto à cama, mas nunca me lembrava de pegar nele ao sair. Então, há um par de semanas, levei-o para a entrada da porta. Mesmo assim, nunca me parece o momento certo: agora vou com pressa, há bocado já ia carregada, vou para a direção contrária...há sempre qualquer coisa.
Hoje pensei para comigo: não vou adiar mais, que a porra do saco aqui no meio do caminho já me está a incomodar.
Viram o que eu fiz? Pensei em mim. Centrei-me no meu problema, que é o saco que já não posso ver à frente lá por casa. Não nas pessoas que, às tantas, tinham agradecido já ter usado uma destas peças de roupa. O melhor é admitir já também que o que me levou a dar roupa foi a falta de espaço nos armários lá de casa, não a falta de roupa nos armários dos outros. Eu avisei. Ser solidário não é o mesmo que ser boa pessoa. Dar e d(escentr)ar são coisas diferentes. Não me chicoteio, mas aprendo. Para a próxima serei melhor. Já é qualquer coisa.