Ultrapassamos largamente os 10.000 comentários aqui no blog. Nem metade chegam a ser meus, que eu normalmente só respondo quando acho que tenho algo a acrescentar (senão sorrio só para mim e desejo poder fazer um like no comentário) e é raro fazer conversa - o meu pai ensinou-me que na dúvida mais vale estar caladinha e no geral sou uma anti-social com tiques de estrela (só se for cadente, acrescentam vocês). Eu bem sei que é politicamente correto dizer que escrevemos só para nós, com ou sem fio-de-back (como dizia o outro), mas cada comentário é uma coceguinha e sabe bem (não daquelas nos pés que causam espasmos, daquelas no pescoço que provocam sorrisos parvos).
Deixo o agradecimento da praxe a todos os que me aturam e lêem - isto é o mais próximo de um discurso à Óscares que alguma vez terei, portanto deixem-me prosseguir -, a todos os que estão a fazer o reforço positivo desta mudança (e a quem deu as suas sugestões de melhoria aqui e no Facebook do burgo), ao Moço que me envergonhou com o seu comentário lamechas e, em especial, ao fado-madrinho que me fez inaugurar esta fase mais fresca e airosa com o novo template.
Dizem-me que isto veio equilibrar a relação palavras-imagem do blog, em termos de qualidade, e eu espero que isso queira dizer que o design está um mimo indescritível, fina-flor da blogosfera, apenas ao alcance dos mais aptos.
- Senta-te aqui, Maria. - Não posso ouvir de pé? - Não, senta-te. - Está beeeeeeem. [a revirar os olhos] - Maria, temos de dar um jeito ao teu blog. - Porquê?! - Gosto muito do que escreves. Por exemplo, acho que nenhum concorrente de reality show faria melhor...E tem dias que nem acho que deves ser internada por seres totalmente tonta... - A sério? Então porque tenho de mudar? [já a fungar e de olhos marejados] - É o design, Maria. Péssimo. - Mas, mas...é simples! E, e...o que me interessa são as palavras! [em pranto completo] - Eu sei. Mas precisas de ajuda. O primeiro passo é admitir. - Eu não percebo nada de desiiiiiiiign. [aos berros] - Eu ajudo-te. - Prometes? [já mais calma] - Prometo. E fazemos como achares melhor. - Pode ter flores? - Não. - Poder ser todo verde? - Não. - A letra pode ser comic sans? - Não. - Pode ter uma fatia de bacon no cabeçalho? - Não. - Mas o bacon torna tudo melhor... - Confia em mim. - Está bem, eu confio.
O Instagram fez cinco anos e a Visão partilhou as fotos mais populares desde o seu início. Nem um gatinho, nem um bebé fofo, nem uma pecinha de sushi, nem um par de pés ou as papas de aveia do pequeno-almoço? Uma frase motivacional que seja? Nem sequer são selfies? A mim não me enganam, isto está errado de certeza. Ou então andamos todos a remar para o lado errado.
Li um artigo assustador sobre mentiras aceitáveis numa relação. Apesar deste tipo de artigos serem normalmente de e para mulheres, parece-me evidente que este foi escrito por um homem (ou uma mulher cuja relação mais longa se conta pelos dedos das mãos - em horas). Ora leiam a primeira mentira tida como permitida:
Dizer "tens razão" - De certeza que já passou pela experiência de argumentar e contra-argumentar com o seu parceiro durante algum tempo e percebeu que apenas andavam em círculos e não conseguiam chegar a lado nenhum. Para que isto não volte a acontecer, o melhor que tem a fazer é dizer ao seu parceiro que ele tem razão, mesmo que não seja bem assim, para dar como finalizada a discussão.
Se é verdade que há little white lies que fazem bem à saúde (já expliquei) e que no meu entender são sobretudo aplicáveis em casos em que já não há nada a fazer e se quer dar paz de espírito ao outro, esta (e outras neste artigo) passam em muito essa esfera. Dizer "tens razão" para acabar uma discussão, ou nem sequer começá-la, é o primeiro passo para uma não-relação. Não argumentar, não saber o que se passa na cabeça do outro (mesmo que sejamos incapazes de lhe dar razão), não querer saber...é permitido apenas entre estranhos ou pessoas com as quais não nos queremos "dar ao trabalho". Se isso for a pessoa que temos ao lado: é muito mau sinal.
Assim decidi eu mesma reunir as 3 mentiras, que não sendo aceitáveis, são quase ditas sem querer em muitas (todas?) as relações. Se há mentiras permitidas, porque as dizemos ingenuamente, enlevados por um sentimento etéreo, em momentos de pés pouco assentes na terra, são estas:
"Não mudes nunca."
Mas vais ter de te habituar a levar o lixo para baixo. E deixar de roer as unhas. E gostava mesmo que começasses a usar mais camisas. Vais vestida assim? Tens mesmo de te pintar? Tens de ser mais compreensiva. Tens de ser mais incisivo. Quando deixas de fumar? Passas muito tempo no futebol. Gostava que saíssemos mais. "Uau, um voucher para implantes mamarios, obrigada querido!".
"És o homem/a mulher mais bonito/a do mundo."
Ó ACAPO VEM CÁ VER ISTO! Salvo seja. A intenção é boa: não escolheríamos outro/a companheiro/a mesmo com o cardápio inteiro aberto à nossa frente, inesgotável de possibilidades. O que não quer dizer que não saibamos perfeitamente que isso é mentira. Sabemos todos, calamos e comemos. Calamos para comer, aliás. E podem dizer-me que "para mim arruma mesmo a Irina Shayk a um canto" ou "aos meus olhos é mesmo o homem mais garboso do planeta", que eu digo "balelas". Aos vossos olhos está a anos luz da Irina Shayk e vocês gostam na mesma (até preferem), isso sim (e não é nada mau, pelo contrário). Se mesmo assim estão convencidos que eu estou errada (ou não estão preparados para admitir que estou certa) levem lá a taça...e um par de óculos.
"Vamos ficar juntos para sempre."
Já para não falar das cerca de 70% de relações que falham (segundo uma sondagem à boca da urna que não levei a cabo) - mas que começam invariavelmente para lá das nuvens, pintadas deste tipo de promessas - temos o caso das vezes em que é dito, sim senhor, numa relação onde isto vai ser verdade, mas antes de ser verdade. Até porque, convenhamos, não há maneira de o garantir, por mais que pensemos que temos a certeza. Às vezes "para sempre" é até apanhar a Sheila gostosa a apanhar a caneta de mini-saia do chão lá no escritório, ou até se acabar a cerveja no frigorífico, ou até ficar um sozinho a limpar ranho aos putos e o outro não acode ou simplesmente até que um dia as coisas mudam (por motivos parecidos com a tal mentira que sugere o artigo de que falei inicialmente).
Depois da Bimby que é Gabriela (tem a ver com a escrava, sim), a Playstation Cindy (o Moço acha que a PS3 devia ter nome de homem, mas eu acho que passa muito tempo agarrada a ela para isso) e o recentemente batizado PC (é um PC que falha muito, portanto decidimos chamar-lhe Hélder Postiga), demos por nós ao almoço a discutir os nomes das duas máquinas de café. Vou poupar-vos ao processo que passou por definir que seriam nomes masculinos e envolveu dezenas de duos desde Lucas&Mateus a Tom&Jerry, e dizer-vos só, que após larga deliberação escolhemos Matt Damon e Ben Affleck. Para mim e para a minha irmã foi óbvio que Ben era a Nespresso, embora o Moço não tivesse logo concordado. Portanto já sabem, se conhecerem boas clínicas para nós, a vaga é para três (eu, o Moço e a sister)...
O Moço mostrava-me no Facebook, porque sabe que sou fã destas coisas (ele não) uma diversão que vai ser inaugurada em Cedar Point. Aparentemente, Cedar Point é um dos parques de diversões mais conhecidos no mundo, por levar a adrenalina ao extremo, mas eu não conhecia e perguntei-lhe onde era, onde haveria aquela diversão do demónio com uma queda acentuada.
Na Rússia, respondeu-me logo.
Depois caiu-lhe a ficha. Eu percebo. A notícia dizia de facto que era uma montanha russa.
Já vos contei que fui a um casamento e não conhecia metade das músicas que entusiasmava o pessoal (da minha idade) na pista? Não sei categorizar mas parece-me que eram kizombas e/ou pseudo-kizombas e/ou músicas de influência africana e/ou brasileira com letras como isto: levanta o vestido, deixa-me cheirar, deixa-me ver a cor - juro que não estou a inventar, mas provavelmente vocês sabem, eu é que não...
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