Dúvidas no uso do novo AO? Ela explica.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Não me apetece festa. É diferente de "não me apetece fazer 30 anos". Não estou numa altura nem particularmente triste, nem particularmente feliz da minha vida, mas estou exatamente onde tenho de estar. Até acho que os 30 me vão assentar bem. Que serão uma década melhor que a montanha russa dos 20. Talvez vão ser só uma montanha russa diferente. Eu até gosto de montanhas-russas. Seja como for, estou serena , talvez entusiasmada, para os receber. Quero só ter a certeza que me lembro da maior lição dos últimos tempos, para os aproveitar ao máximo: não esperar pela felicidade de amanhã, tirar o máximo partidos dos momentos de hoje. Os problemas sucedem-se, é a vida, pelo que não podemos simplesmente sentar-nos e aguardar por uma bonança imperturbável que nunca chegará.
Mas festas...não tenho paciência. Não quero organizar coisas, nem quero ser surpreendida. A agenda está a abarrotar e uma coisas assim seria mais uma chatice que um motivo de alegria. É mais ou menos o motivo (um deles) pelo qual dispenso o casamento: que chatice ter de organizar tudo. É mais pelos outros do que por mim. E foi assim, que chegámos à conclusão, eu e o Moço, que me acompanha na entrada dos -inta este mês, que já não temos idade para fretes, mas temos idade para desfrutar das coisas que nos dão prazer (e já sabemos bem quais são). Havemos de jantar com família, beber cafés com amigos, não interessa a data, se é o dia certo ou um mês depois, é quando quisermos, e vamos fugir: vamos passear. Vamos tirar uma semana para subir e descer, com a calma que quisermos, ver a ria de Aveiro, parar nas margens do Douro, tudo o que fique pelo caminho. Levo-vos comigo nessa viagem. Porque este blog é uma dessas coisas que já aprendi que me dá prazer. Embarquem comigo no blog, embarquem comigo no Facebook, embarquem comigo no Instagram, enviem-me me email ou deixem-me comentários com as vossas dicas à medida que me forem vendo aproximar das cidades que conhecem.
Partimos a 21 de Março (o meu dia). Vêm?
Eu era pequena e dizia ao meu pai que queria escrever um livro. Tinha uma máquina de escrever velha que, no entender dele, ao ouvir as minhas ambições, não estava à altura da tarefa. Computadores nem todos tinham, ainda não era como ter uma TV em casa (normalíssimo, uma por divisão). Então, um dia, o meu pai chegou a casa com esta Olivetti da foto. Para mim. Uma máquina de escrever "automática". Funcionava ligada à corrente. Escrevia e apagava. Tinha um pequeno ecrã que contava digitalmente os caracteres. O sonho de uma jovem (tão jovem) pretensa escritora.
No outro dia, a propósito das vendas do OLX, a minha mãe foi buscar a velha máquina que tinha a tecla de espaço encravada e pousou-a na mesa da sala. A tal onde escrevi muita coisa, mas nunca um livro, a olhar-me de soslaio.
E o meu pai diz isso mesmo, o que eu estava a pensar, mas em voz alta "olha, a máquina onde a minha Maria pequenina ia escrever um grande livro". Enlagrimeci.
937 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.