Parece que agora pôr o eyeliner como eu costumo conseguir é uma micro-trend! Pumbas! Em cheio nas nalgas das bloggers fashion que fazem o risquinho todo direito e simétrico! Aqui a das mãozinhas atrofiadas dá-vos 10 a zero e já faz isto há para lá de muito tempo.
A sair de um parque de estacionamento altamente inclinado e com paragens, o meu pai vai a forçar a embraiagem que naturalmente começa a cheirar um pouco a fumo. Ia ele, a minha mãe e a minha irmã no meu velho carrito, que já puxa menos que uma carroça de bois. Assim que a minha mãe vê um pouco de fumo, o que faz?
Foge. Sai do carro a meio da rampa do parque de estacionamento e começa a fugir atirando à minha irmã um "não vens?" a sumir-se.
Ora o meu pai e irmã sabem que a situação não é assim tão grave, embora incómoda. Lá saem finalmente do parque e alcançam a minha mãe, que segue em frente (como os malucos), encostando o carro ao pé dela.
- Entra!
- Nem pensem! Isso ainda cheira a fumo!
Então ainda andou mais uns 500 metros a pé, o carro a seguir devagarinho atrás como o carro-vassoura numa peregrinação a Fátima, até se sentir segura para voltar a entrar e seguirem todos viagem.
Quando me contam isto, entre muitos risos, uns dias mas tarde, a minha irmã diz: - Já viste? Bela mãe! Foge do carro e deixa a filha ali, dentro de um carro que ela acha que ia explodir.
E a minha mãe, a única a manter-se séria, a recordar o pânico que sentiu nessa situação:
- Eu disse-te para vires! Não tens perninhas?!
Vamos juntar a isto àquele episódio em que veio um cão gigante (ela tem pavor de cães com tamanho acima de um garrafão de 5lt) a correr na direção dela e da minha avó e ela põe a minha avó à frente. E ao outro em que ela ia a passear o nosso cão pequenito e vem um gato gordo a querer atacá-lo (também tem pavor de gatos) e ela se fecha no campo de futebol e deixa o cão à mercê das garras do outro bicho.
De facto as mães têm um instinto protetor bem apurado. A minha sei que tem. Para ela própria!
Aqui há uns tempos andava a desesperar, a precisar de arejar a cabeça. Viajar é a minha cenoura. Foi aí que planeei com o Moço a nossa escapadinha da semana de aniversário e logo na mesma altura um fim-de-semana em Madrid. Quando digo fim de semana é mesmo ir no Sábado de madrugada e voltar Domingo à noite, em espírito mochileiro. Ficamos perto do centro para possibilitar andar sobretudo a pé, levamos acepipes vários conosco para gastar o mínimo possível em alimentação e se S.Pedro ajudar (anda lá, sacana) tencionamos passar bastante mais tempo a explorar as ruas da cidade do que enfiados num museu. O Real Madrid certamente já nos ajudou a poupar com preços de bilhetes para o jogo de Sábado à tarde que não lembram ao menino Jesus (tendo em conta que 2 lugares juntos já é miragem) e portanto ao Ronaldo dizemos um "fica para a próxima".
Certo é que estava tão sedenta de passeio que nem considerei que eram dois gastos muito juntos (a escapadinha de aniversário mais o fim-de-semana em terras madrilenas), nem que ia faltar assim a uma festa dos 30 - mais uma - de uma das minhas amigas mais próximas. Mas o mal agora está feito e há que aproveitar ao máximo. Não se coíbam de dar dicas: o que ver, onde comer, tudo sem nos deixar na penúria, sim? É que isto, se correr tudo bem, é para ser uma viagem low cost...
A peça está quase a começar. O passatempo está quase a acabar. Ide lá, se vos interessa o bilhete familiar para o próximo Sábado! Peça: Cinderela, by Byfurcação.
Prometi revelar o segredo mais bem guardado pelos deuses (mentira, quase toda a gente sabe) e aqui vai. Vejam lá como instalar o Google Analytics e ter acesso a informação como esta, em mais uma participação aqui da Maria no blog mais útil da blogosfera.
Já há muito tempo a minha irmã viu um documentário daqueles sobre a crueldade animal que nos põe bifes nos pratos e filetes de peixe na mesa e cada vez mais opta por pratos vegetarianos para diminuir a sua "pegada ambiental". O chamado Manzarra-effect. Eu, nestas coisas, como noutras, ainda que erradamente, prefiro fechar os olhos.
Que é como quem diz: não sei se ver o documentário me ia afetar ao ponto de deixar de apreciar um franganito assado, um bife da vazia, uma picanha, uma dourada escalada, um bacalhau à Zé do Pipo, mas na dúvida, prefiro não ver.
Como quem está certo que os fantasmas não existem, mas na dúvida prefere não jogar o jogo do copo.
Ou quem enche a boca para dizer que não acredita em Deus e depois repete baixinho "mas se existes, és fixe e estava a brincar".
Depois desta acusação do Moço e de me terem linchado em praça pública por não querer que me digam "bom dia" quando estou a trocar de roupa no ginásio, passou-se outro episódio. E eu, que acho sempre que sou encantadora (às primeiras, pelo menos, depois torno-me irritante porque quando vou ganhando confiança não me calo e abuso na brincadeira e na ironia e já não me suportam), tive de me render às evidências: sou uma besta (e é mesmo logo às primeiras).
Estava com uma amiga e o Moço liga-me. Falo com ele, desligo e vejo-a muito séria a olhar para mim.
Amiga: Afinal não é só a mim que fazes isto!!
Maria: Isto, o quê?
Amiga: Tu nunca te despedes ao telefone!
Maria: Não é verdade...
Amiga: É, é! Qual foi a última coisa que o Moço te disse?
Maria: Tchau? Beijinhos?
Amiga: Tu não respondeste nada! Só desligaste! Fazes o mesmo comigo. Até já te fiz o mesmo para ver se gostavas, mas tu nem ligaste nenhuma e eu fiquei a sentir-me mal a achar que podias ter mais alguma coisa para dizer e eu cortei a chamada...
Pois, meus caros, isto é assim: eu não quero retirar poder a ninguém. Se o Moço (ou a minha amiga) dizem "adeus" estão a terminar a chamada e não precisam da minha validação. Não é preciso eu autorizar. Eles despedem-se e eu limito-me a obedecer. Se dissesse "adeus" também estaria a dizer que eles sozinhos não têm poder aos meus olhos para deter a decisão do fim da chamada - e eu respeito-os muito.
Pelo menos foi assim que racionalizei a questão e a expliquei. Porque tenho sempre resposta para tudo - inventada na hora.
A verdade é que nunca me apercebi que fazia isto. Que vivi anos a fio sem noção que não respondia ao "adeus" telefónico. Logo eu que sou toda "por favores" e "obrigados". Uma besta, afinal. Peço desculpa à humanidade. Por existir, enfim.
Que hoje está nas bancas a revista mais lida do país. Ou quase. Aqui. No Correio Sentimental não percam a pior rubrica, minha e da M.J., onde deslindamos o caso do beijo que a Violeta queria pregar ao Zé Tó.
No segundo dia da escapadinha que começou começou saborosa, mas turbulenta, fomos para Aveiro. Já tinha passado pela "nossa Veneza" umas quantas vezes, mas nunca com tempo suficiente sequer para provar uma tripa. Escolhemos a estadia na Odisseias (paguei do meu bolso, sim? para não acharem que isto é só borlas). Ficámos no Aveiro City Lodge, que está localizado no coração da cidade, com uma experiência que incluía o pequeno-almoço,uma oferta de ovos-moles à chegada e um passeio de Moliceiro para dois - tendo em conta que só o passeio de Moliceiro é 8€ à cabeça, o voucher compensou bastante. Vejam aqui.
A senhora que nos fez o check-in era claramente uma apaixonada pela cidade. Falou-nos com muito entusiasmo do passeio de Moliceiro e aconselhou-nos a estar junto à embarcação (posso dizer assim?) logo cedo na manhã seguinte, prometendo que não chovia apesar de o IPMA dizer o contrário (e estava certa). Tínhamos deixado o carro mesmo à frente do City Lodge, onde há parquímetro, mas ela deu logo os conselhos por baixo da mesa: a esta hora (era fim da tarde) já não vale a pena pagarem e se puserem moedas depois da hora em que acaba o parquímetro fica logo pago para a manhã seguinte. Obedecemos, deixando lá o carro, até porque o parquímetro lá tem uma taxa mais engraçada que as Lisboa e não íamos ficar muitas das horas pagas.
A seguir fomos passear pela cidade a pé - eu já com dois ovos moles no bucho. Ver as casas todas com os seus azulejos diferentes, dizer olá ao mercado do peixe e à ria, tirar muitas fotos enquanto o sol descia (não aceito comentários abaixo de "porra, que luxo de fotos"). Depois voltámos ao City Lodge para nos pentearmos - afinal o jantar ia ser com a boa da M.J. e seu noivo e tínhamos de fazer boa figura na terra deles. O restaurante onde comi um bife do tamanho do pé do Moço era pertíssimo de onde estávamos - maravilha. Só me escapa agora o nome. Até porque estava entretidíssima com a companhia. Não digam a ninguém, mas somos os 4 pessoas péssimas e portanto demo-nos muito bem.
Na manhã seguinte, depois do pequeno-almoço - que está incluindo no alojamento mas se toma num dos cafés da praceta - lá fomos ao Moliceiro. Gostei muito da visitinha guiada pela ria, onde o...Sr.Moliceiro (?) nos ia explicando o que estávamos a ver e um pouco da história da cidade à medida que passávamos por ela. Mas eu sou uma taradinha por embarcar em coisas instáveis (barcos, aviões, lojas da Primark) por isso já calculava.
Depois fomos arrumar as coisinhas ao hotel e seguimos para a Costa Nova a.k.a. sítio das casas às riscas. Não comi o pastel de nata, nem o gelado, nem a tripa de lá, porque já estávamos perigosamente perto da hora de almoço, mas enchemos o bucho de passeio.
A seguir voltámos o carro para nordeste e fomos em direção ao próximo destino, ali nas margens do Douro. Ficam para ler?