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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

22
Mar17

O sacana do belho...

Maria das Palavras

Vocês desculpem-me o palavreado (e o sotaque emprestado) mas não estou capaz de por a coisa de outra maneira. Vocês lembram-se do dia em que me podiam ter cortado a goela porque abri a porta sem perguntar quem era? Pois bem, desta vez perguntei e não valeu de muito. 

 

Eu explico. Cheguei a casa ao fim da tarde. Por agora estou sozinha em casa, o Moço ainda não se mudou, mas não me faz muita confusão que sei que ele há-de vir, vemo-nos com bastante regularidade e no geral sempre fui uma pessoa que gosta de estar sozinha (embora já não o prefira). 

 

Enquanto fechava a porta de casa atrás de mim senti que algum vizinho abria a sua, não percebi bem qual. Ainda estou a pousar as coisas quando me começam a tocar à campainha. Perguntei quem era. Resposta? Mais tocar de campainha. E a pessoa desata também a bater à porta (com força). E a repetir com maus modos "abra a porta". Repeti a pergunta e a voz do homem (que pelo cabelo branco que o olho da porta me mostrou seria de idade avançada) repetiu a não-resposta. Tocar, bater, pedir - ordenar - que eu abrisse a porta sem dizer quem era. Ainda insistiu um bocado. Claro que não abri a porta a um homem arraçado de bruto que não me dizia quem era. 

 

Ocorreu-me ligar à agente imobiliária que tem tratado connosco das coisas (na vez da senhoria) e que mora por perto. Sem lhe contar que tinha ouvido a porta de alguém a abrir, adivinhou logo que talvez fosse o vizinho. Liguei ao Moço que me disse a mesma coisa: devia ser o vizinho que não me conhecia e viu alguém a entrar na casa da frente sem saber quem era - só cá estou há uns dias. 

Pois que fosse! Isso não melhora nada. Pode ser o vizinho e ser louco. Pode ser o vizinho e ter um cajado. Pode ser o vizinho e cortar-me a goela (outra vez este filme). Já me tinha dito a senhora da agência que os vizinhos da frente não eram para dar confiança que se metem muito na vida das pessoas (se bem que acho que aqui toda a gente se mete na vida de toda a gente, mais que na minha terrinha de origem que é bem mais pequena). E já me tinha dito o Moço que o vizinho da frente era mal-educado, que no dia das mudanças entrou pela casa adentro sem pedir permissão a ninguém e se pôs a ver...

 

Enfim, ninguém me pareceu preocupado. A da agência não correu para cá, como eu queria. O Moço desvalorizou que "eu podia bem com o vizinho" e qualquer coisa chamava a polícia. É que nem a Patrulha Pata ia acorrer ao pedido " venham que me está um senhor idoso a bater à porta". Ainda gozavam comigo. E eu feita estátua, às escuras em casa, para não chamar a atenção do vizinho.

 

 

Portanto já sabem: quando ouvirem falar na CMTV da jovem encontrada sem vida no seu apartamento ainda com caixas por arrumar, sou eu. Provavelmente não porque o sacana do velho me fez mal. Mas porque nunca mais saio de casa, que tenho de passar à porta dele para descer as escadas...estou oficialmente barricada e vou falecer de inanição. Mandem água e mantimentos. E qualquer coisa para eu recortar, porque a tesoura não sai do meu lado.

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22
Mar17

31 e o ano que tem sido

Maria das Palavras

O futuro é quase sempre diferente do que temos na cabeça. Quando eu tinha dez anos imaginaria, sem pensar muito no assunto, que aos 30 estaria casada e com dois filhos nos braços (podia ser um casalinho, aquela coisa de capa de revista). Aos 20 isso que imaginava aos 30 talvez fosse apenas lá para os 40. Aos 30 tinha a certeza que dois filhos nos braços (dois?!) me parecia mais do que o recado que consigo dar conta numa vida inteira. Mas estava bastante sossegada na minha vida com problemas q.b., mas estável q.b.. Imaginava que, com algumas situações finalmente resolvidas e o acalmar das intermitências, 2017 se desenhasse como um ano calmo, sem grandes novidades, talvez o que precisava para depois querer dar umas mexidas. Não completamente, afinal sabia, por exemplo, que era naquela mesma rua de Lisboa que me via a morar para sempre. Como se o para sempre existisse. O fim de Janeiro trouxe o fim da vida como a conhecia. Não o digo no mau sentido, embora também não o diga no ótimo. E perdoem-me se estão cheios de que fale destas mudanças, mas estes quase dois meses foram quase dois séculos, num percurso novo que agora está outra vez cheio de buracos por preencher. O que vale é que com os meus 31 também já ganhei alguns calos. E a calma de saber que nada sei. E com ou sem sapatos, ora porra, vamos a eles. 

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