Hoje começa um fim-de-semana de passeio (não são quatro dias, é mesmo só de hoje para amanhã). Vou tentar fazer Vlog - a ver se me apetece, ou se não estou ainda completamente rouca e/ou fanhosa - mas vou definitivamente partilhando convosco bocados do meu dia com o Moço no Instagram Stories em foto e vídeos curtos (abrir o Instagram, clicar na bolhinha de cima onde eu ostento o meu chapéu, tá?). Se quiserem deixar aqui perguntas para respondermos nalgum clip de Insta Stories, chutem-nas nos comentários. Reservamos o direito de responder só ao que quisermos e bem entendermos - muahahahaha.
Caso tenham melhor para fazer (espero que sim, nós somos suuuuuper aborrecidos), um santo fim-de-semana é o que vos desejo!
Começa com um baque no peito. Um formigueiro que se alastra e a ansiedade de saber o que aí vem. Pode não ser nada ou pode ser bastante intenso. Pode não durar ou saber a uma vida. Quero evitar e ao mesmo tempo não consigo. Tenho de me deixar levar. É inevitável. Abandono-me e começa.
Às vezes cometo este pecado, mas tento não o fazer: não viver o presente, já a pensar que o que é bom acaba. Como quem ao meio-dia de Domingo já suspira de miséria porque na segunda às nove se acabou a liberdade. Como quem na segunda música do concerto já se começa a lamentar porque não tarda acaba. Como quem está a começar a semana de férias e já chora lágrimas de sangue porque é só uma semana e passa num instante.
Foi isso que senti ontem ao ver as coleções de Outono a entrar. Parem o barco que eu quero sair. Ainda nem senti o Verão em toda a sua força e já querem por força enfiar-me num casaco de cabedal (antes isso que um colete de forças, mas ainda assim...).
Vamos só fazer uma pausa e apreciar as belezuras a usar no verão poder ser? Carpe Diem, porra.
Podem clicar para ver detalhe e preço. São La Redoute e Prof e meio puxadotas, mas pressupõe-se que de qualidade. Duas são peças de "tamanho grande" porque infelizmente nem toda a roupa é feita em todos os tamanhos e decidi juntar ao lote, porque as achei peças giríssimas e sei da dificuldade que às vezes há em encontrar roupa para todos os corpos e feitios, não é Magda?
Quem nunca se sentiu perseguida ao ver a notificação automática do Google no telemóvel a pedir uma foto ou uma opinião do sítio onde acabaste de entrar?
É a pura verdade. Mas este café de ler em vez de beber esperava por mim na estante e iam saindo notícias sobre o sucesso que fez em Itália. Depois a Magda leu e gostou. Neste livro encontrei vários tipos dele e dei por mim a ser apreciadora de vários. A saber:
Café Morno
Começa morno este café. Repousa na chávena e vamos bebendo à espera de melhor. As primeiras páginas não prendem. Muito embora seja um tipo de escrita agradável, a autora descreve muito do que é o contexto económico, histórico e social siciliano logo ao início, quando o que queremos é conhecer melhor as personagens e como se vai afinal desenrolar a trama.
Café da Aldeia
É deliciosa a forma realista como sabemos do que se comenta por portas travessas acerca da vida da protagonista. Uma réplica das intrigas e diz-que-disses da vida real, relatada de uma forma única.
Café (efetivamente) Amargo
É quando começamos a perceber para onde vai (e com quem) a vida de Maria que se revela a amargura do enredo. Os desafios em que se verá envolvida fazem-nos sentir que queremos intervir. Aconselhar a menina que à força será uma grande mulher.
Café Intenso
E é aí que o livro pede para ser lido, sem ser largado, progressivamente com mais vontade. É nisto que a autora é boa: a mostrar a força e a evolução da protagonista. A sua relação com os outros. O papel na história da(s) famílias. Maria começa como uma moça que preza a sua instrução, a sua música, a sua liberdade. Mal sabe o que a vida reserva para ela - algumas coisas que sempre estiveram à sua frente e ela não viu e outras que ela sabe mas não quer ver. As pessoas que rodam na sua esfera mereciam cada uma um livro: a mãe, a sogra, o marido ou a sua tia, de tão cheias de personalidade que são.
Pingo de Leite
Que é a minha forma favorita de beber café. Quando se encontra o equilíbrio certo entre a narração histórica (e factual) e a vivência das pessoas e dos sentimentos (ficcional) estou na minha zona de conforto. Aquilo que a meu ver a autora não consegue no início, consegue do meio ao fim com mestria. E continuamos sem querer pousar o livro.
Café Curto
Que é como quem diz: um italiano. O fim brusco faz-nos desejar mais. Fiquei com sede de um novo livro que narre a vida de Rita. A sua perspetiva de tudo desde a infância ao futuro que vai para além das páginas deste café. Quem é Rita? Leiam e descubram.
Tínhamos muito que fazer. A casa desarrumada, comida por fazer para os dias seguintes (ao menos pôr qualquer coisa a descongelar?), uma máquina de roupa por estender, assuntos para tratar à secretária, muito trabalho.
Vamos sair para jantar. Assim.
Sem olhar às consequências do que fica para trás, sem fazer contas ao orçamento mensal, sem plano de onde seria o tal jantar.
Sentámo-nos à beira do muro, à beira da praia e ele ficou a olhar para mim como se eu fosse novidade.
Às vezes tenho saudades dos nossos primeiros encontros cheios de formigueiros, em pequenos gestos. Outras vezes não tenho, porque estamos lá outra vez. Estamos a entardecer quentes de sol e de amor e ainda nem sabemos onde vamos jantar. É como há 4 anos e meio: não temos certezas, só vontades.
Dali a pouco o sol vai iluminar o outro lado do mundo enquanto jantamos, dormimos e os dias recomeçam, parecidos uns com os outros. Nós vamos atarefar-nos com as minudências dos dias. E de outra vez qualquer ele dirá o mesmo: vamos fugir.