De todas as dicas que já tentei pôr em prática para beber mais água, desde aromatizá-la, a manter uma aplicação irritante no telemóvel, a fazer o pino com a perna esquerda dobrada (mentira, nem consigo fazer o pino), nenhuma funcionou como esta ideia simples: manter a garrafa ao alcance da minha mão esquerda.
É tão básico como soa. Acreditem, também me ri em desdém quando me contaram o segredo. Em vez de pousar a garrafa ou copo à minha frente, para a ver bem, coloca-a logo ao meu lado, onde por impulso muitas vezes lhe pego sem notar e dou por mim a beber.
Experimentem e depois venham cá contar à Maria. Dispenso desde já comentários de pessoas super afoitas que adoooram beber água, que já deslizam com facilidade 7 litros diários pela goela e não percebem a minha dificuldade. Até um bebé entende a dificuldade que é beber água...
Por acaso estava convencida que íamos passar. Às vezes, quando mais difícil o adversário, mais nos empenhamos.
Descemos a Leiria a tempo de apanhar a minha irmã antes de ir para o trabalho e trocar um gelado por dois dedos de conversa. De caminho, apanhámos à minha avó para se juntar a nós e matar saudades de um crepe. Rimos, conversámos e comprámos o lanche para acompanhar a Seleção. Rumámos à casa que já não é minha (mas há-de ser sempre) e gritámos golo com o meu pai. A minha avó ainda estava e falava do Arnaldo e do Messias (AKA Ronaldo e Messi), enquanto descascámos camarão. A minha mãe trabalhou até depois do jogo, mas esperámos por ela. Trouxe-nos uma sopa da pedra da festa onde estava (a trabalhar, insiste ela). As mães sabem sempre como nos confortar e eu adoro conforto em forma de sopa da pedra.
Não passámos. O sonho do Mundial acabou por este ano. Uma pena. Mas não consegui ficar triste. Foi um dia fantástico.