3 Coisas que Aprendi na primeira aula de Pilates
Andava com ideias de experimentar Pilates. Sabia que não era fácil, mas aquela aura de exercícios sossegados parece encaixar nas minhas capacidades. É que tenho pouca energia para andar aos saltinhos, mas resistência ao sofrimento. Que o diga a dentista onde fui ontem e estive duas horas de boca aberta sem me deixarem engolir saliva, enquanto me experimentavam todo o tipo de quinquilharia na boca - qual é a cena delas com o não engolir? Algum trauma com um namorado?
Voltando ao assunto. Na tarde de quinta-feira cheguei a casa com os nervos à flor da pele e achei que era o tipo de dormência que precisava para tomar a decisão: é hoje que vou experimentar. Fui. E eis o que pude aprender com uma experiência apenas.
1. Não devem levar o vosso homem.
O Moço tinha estado de folga e decidi arrastá-lo comigo. Ele que vai ao ginásio pelo menos três vezes por semana e nunca tinha experimentado pilates deixou-se arrastar. Erro meu. Bom passo dele. É verdade que saiu com os bofes de fora a dizer que aquilo era mais difícil que cycling Mas tendo em conta que eram só miúdas de roupa justa, saradonas e giras (nem sei se me vão deixar inscrever, deve ser pré-requisito) a enrolarem-se como gatinhos, digo eu que não perdeu totalmente a viagem.
2. É um exercício tão completo.
Tão completo que além de fazer bem ao corpo porque trabalhamos bem os músculos, também nos deixa tão doridas que nos dias seguintes ninguém se vai levantar só para ir buscar um chocolatinho para comer depois do jantar ou coisas que o valha. Ainda estou em serviços mínimos. E nem sei como consegui afetar tantos músculos, visto que eu ao pé das colegas era mais ou menos um Sheldon.
3. É mesmo talhado para mulheres
Talvez seja mito ou cliché que os homens só conseguem fazer uma coisa ao mesmo tempo. Cá em casa posso confirmar que não é, nem ao nível do relato: por exemplo se o Moço estendeu a roupa conta isso pelo menos como 5 tarefas que fez (Foi buscar molas, tirou roupa de máquina, estendeu roupa, colocou molas na roupa e certificou-se que o estendal estava direito. Cinco.). Então para marmanjos onde tal se verifica, mas mesmo para senhoras afetadas pelo flagelo da uma-coisa-de-cada vez: esqueçam o Pilates. Tarefas que vão fazer ao mesmo tempo: manter a posição do corpo toda paralela e encaixada (?!), mexerem perna e braço e vértebras cada um para a sua direção, apertar a bexiga como se as vossas cuecas dependessem disso, ouvir a professora e espreitar as colegas para ver se estão a fazer bem, distinguir a esquerda da direita (esta se calhar só é complicada para mim)...e qual era a outra?!...Ah! RESPIRAR. Mas ao contrário do que vos for natural.
A coisa que ainda estou a aprender é a linguagem própria. Cheguei a considerar que estava a juntar-me a um culto onde trocam mensagens obscuras à frente de todos. Aquilo que eu muito displicentemente chamo barriga é a porra da powerhouse. "Bota as pernas para cima, melher" passa a ser "posição em hilltop". Se vou voltar?...estou num processo de decisão difícil, entre o meu cérebro a dizer que devo e os músculos abdominais a chamarem-me taralhoca por sequer considerar. Sabe Deus que das últimas vezes não correu bem. Podem (re)ler nos links abaixo.
Maria vai ao Ginásio I - As reclamações da "primeira vez"
Maria vai ao Ginásio II - Quando vocês me lixaram
Maria vai ao Ginásio III - A aula de cycling
Maria vai ao ginásio IV - Dance Local do Demo