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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

03
Mai21

Maria das Leituras - Abril 2021

Maria das Palavras

Abril foi o melhor mês de leituras do ano. Não porque li MUITOS livros, mas porque li livros MUITO BONS. Foram 4 as classificações de 5 estrelas (em 7) e eu sou pessoa muito exigente com as minhas 5 estrelinhas, juro. Aliás entre Janeiro e Março dei 5 estrelas a tantos livros como apenas em Abril. Melhor do que isso, estes 4 livros magníficos são muito diferentes uns dos outros. 

Maria das Leituras - Abril 2021 - Parte 1

 

1. O lugar das árvores tristes, de Lénia Rufino - Oferecido ⭐️

Uma autora portuguesa com o seu livro de estreia apresenta-nos uma trama vivida no interior alentejano. Temos jovens curiosas, mortes misteriosas, famílias conservadoras e um padre da aldeia. Temos o primeiro livro que recomendo MUITO do mês. Não quero contar nada que estrague a leitura, mas é uma história bem portuguesa, que mesmo que se passe há muitos anos, toca em assuntos muito atuais. O fim é particularmente do meu agrado, mas gostava que me dissessem se também gostaram. 

 

2. O Instituto, Stephen King - Lido no Kobo

Não foi o melhor nem o pior livro de King que li. Tem uma aura de Stranger Things que gostei, em algumas partes é mais extenso do que precisava, mas no geral foi uma boa leitura, sem achar genial. Like, um rapaz sobredotado, mas também com outras capacidades especiais é raptado e levado para un instituto onde encontra mais crianças especiais. Quando a história começa parece que não tem nada a ver com isto, mas tudo se explicará a seu tempo, prometo. Mas se querem começar King, vão para Misery (livro da vida!!) ou  11.22.1963. Todos tão diferentes, mas bons à sua maneira. Nenhum destes é terror puro, O Instituto não tem nada de muito assustador, a meu ver.

 

3.  Se Deus me Chamar não vou, de Mariana Carrara - Livro novo na estante ⭐️

AKA como prender um leitor em 160 páginas. Uma menina de 11 anos escreve um livro durante um ano, com episódios e pensamentos seu, e partilha connosco. E que delícia esta perspetiva de uma criança sobre as coisas mais simples à mais complexas da vida. Foi a primeira vez que fiz questão de sublinhar um livro para encontrar sempre muito rapidamente os pensamentos que mais me enterneceram. Mas não pensem que é um livro aboreecido sobre reflexões. Conta a sua vida, na escola e com os pais, que é tudo menos cliché.

 

Maria das Leituras - Abril 2021 - Parte 2

 

4. The Other Passenger, de Louise Candlish - Lido no Kobo ⭐️

Vi a recomendação da Bicho da Galáxia no Instagram, e não resisti ao vê-lo a 1,17€ na Loja da Kobo. Não conta para a minha limitação de compras de livros porque usei crédito Kobo do aniversário!  Num minuto começava a ler este thriller cheio de ritmo. Não tem nada a ver com a Rapatiga no Comboio, ok? Pode parecer que sim, quando disser que é sobre o Jamie começar a ir de barco para o seu trabalho com um amigo novo, até que tudo muda quando esse amigo desaparece. Mas é muito melhor que esse livro que foi um sucesso em todo o mundo, na minha humilde opinião. Tem muitas reviravoltas e consegue manter-nos presos até ao fim, mesmo sem nos deixar identificar com nenhuma personagem - eu preocupar-me-ia se me identificasse com alguém ali. Se gostam de thrillers, não procurem mais...mas que saiba não está editado em português...

 

5. O Vício dos Livros, de Afonso Cruz - Livro Novo na estante ⭐️

Este não sublinhei por dois motivos: é demasiado bonito, com as suas ilustraçoes, para eu estragar; e gastaria o marcador. Falei sobre ele num post do Instagram então não me vou alongar, mas gostava que toda a gente o lesse, mesmo sabendo que quem o vai apreciar é quem tem efetivamente o vício da leitura. Fala sobre esse vício e sobre a importância das palavras e da cultura, enquanto nos dá a conhecer memórias e histórias soltas do autor. O meu autor nacional favorito, cada vez me convenço mais.

 

6. Depois a Louca Sou eu, de Tati Bernardi - Comprado em segunda mão

Tanto me esfalfei para conseguir este livro que, quando finalmente o li, desiludi-me. É menos bem humorado do que esperava e tem pensamentos mais desorganizados do que gostaria. Suponho que assim é porque fala de doença mental de uma forma que a pretende desconstruir, então talvez tenha mesmo de ser menos bem humorado e mais desorganizado, mas não acho que alguém que não conheça esta realidade vá conseguir retirar dali muita compreensão, algo que considero muito importante em livros desta temática.

 

7. Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior - Livro Novo na Estante

O Brasil anda louco com este livro que ganhou o prémio Leya. Quis tê-lo porque achei que ia ser memorável e recomendaria e emprestaria a toda a gente. Nem uma coisa, nem outra. Gostei da história das duas irmãs e de conhecer a realidade dos quilombolas no Brasil, numa altura em que chamavam liberdade a uma espécie nova de escravidão que se formou. Mas nem achei que o acidente que muda as irmãs na história tivesse sido tão marcante assim na sua vida, nem gostei da perspetiva da terceira parte do livro, que já não era de nenhuma das duas irmãs. Conclusão: meh. Acho que vou dar ou vender.

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10
Abr21

Maria das Leituras - Março 2020

Maria das Palavras

E logo quando achei que não me podia exceder...8 livros lidos em Março. Junta-se a pandemia que não me leva a lado nenhum ao facto de me ter fartado de séries (dei um tempo) et voilá. Alguns deles também eram curtos e um foi um audiobook que acabei em Março, mas comecei ainda o ano não era 2021. Como quantidade não é qualidade, só um levou cinco estrelas (o mais pequenino, ainda por cima), mas recomendo outros da lista. 

 

Maria das Leituras - Março 2021 - Parte 1

 

1. até ao Fim do Mundo, Maria Semple - Lido no Kobo

O título original é "Where'd you go, Bernadette?". Este livro ganhou um prémio de ficção em 2013 e só posso depreender que ficção nesse ano foi fraca. A premissa é divertida: a Bernardette, figura excêntrica, desparece e a filha vai juntar cartas, emails, e factos para a encontrar. Começa muito divertido, mas quanto mais avança, mais o interesse se desvanece. Arrastei-me até ao fim para chegar a um desfecho com o selo de "epá, não".

 

2. O Peso do Pássaro Morto, Aline Bei - Livro novinho na estante

Na loja online Aler.com.pt encontrei alguns livros que já via há muito no Booktube brasileiro, mas por cá não se ouviam falar. Um deles foi este e foi o meu cinco estrelas de Março. É um livro em poesia, que conta a história de uma menina a mulher, mais ou menos de dez em dez anos. É divertido, ainda mais sofrido e tem muito embalo. Sei que devia dizer que tem gatilho para situações, mas não queria ser spoiler ao mesmo tempo...

 

3. As mensageiras da Esperança, Jojo Moyes - Lido no Kobo

Toda a gente do Instagram a amar este livro, cujo título original é igualzinho (The giver of stars...?) e eu a ficas desiludida. Gostei? Humm...sim. Talvez as expectativas não tenha ajudado, mas não achei memorável, nem fiquei com vontade de recomendar àjamigas. A inglesa Alice casa-se e segue com o marido para o Kentucky onde a vida é muito diferente da aventura que ela estimativa, e pena para encontrar o seu lugar na sociedade e no casamento. O lugar onde finalmente se sente bem vinda é a biblioteca "ao domicílio" - a cavalo ou burro - gerida por Margery, uma feminista do ínicio do século XX, que quer fazer a cultura e a educação chegar a todos. A atividade delas é mal vista, claro. Depois acontecem coisas e o fim é meio estúpido, mas inteiramente previsível. Não sei se se nota que não faço parte do clube de fãs do livro...Fica uma palavra de louvor para a homenagem feita a estas bravas mulheres da Packhorse Library, que existiram mesmo. 

 

Maria das Leituras - Março 2021 - Parte 2

 

4. Farenheit 451, Ray Bradbury - Comprei sem querer

Fui à Fnac porque o Kobo estava a dar problemas e sem querer, visto que deixei o Kobo, trouxe três livros. Um deles foi este, um clássico mundial e recomendado no plano nacional de leitura, que me tinha ficado na cabeça desde que vi o filme A Livraria na HBO (fraquito, já agora). É uma distopia onde o protagonista é Guy Montag, um bombeiro...num mundo onde as casa são à prova de fogo e os bombeiros srrvem para: queimar livros! Os livros são perigosos, provocam sentimentos. É um livro relativamente pequeno, de fácil leitura (é recomendado no secundário) e com excelentes reflexões sobre o papel dos livros na sociedade. Não vos posso contar porquê, para não ser spoiler, mas foi o livro que me fez perder a vergonha de considerar um audiobook ouvido como um livro lido. Leiam e vão perceber porquê.

 

5. A Vida Mentirosa dos Adultos, Elena Ferrante - Também comprei sem querer

(Foi um dos três que descrevi acima...) A Giovanna, que acompanhamos ao longo do livro, durante parte da sua adolescência, é uma jovem que adora os pais e vive na sua bolha. Um dia rebenta a bolha, ao querer saber mais sobre a tia e efetivamente conhecê-la. Este livro cuja protagonista é a adolescente e de facto muito mais sobre os adultos que a rodeiam e de como ela descobre, como descobrimos todos um dia, que os adultos têm falhas, mentem, e também estão muito perdidos. Gostei moderadamente, senti falta de mais ação do que observação e pensamentos. Gostei MUITO mais da Amiga Genial.

 

6. Todas as suas (im)perfeições, Colleen Hoover - Lido no Kobo

Da famosíssima Colleen ainda só tinha lido A Ilusão de Merit, que não me deixou especialmente entusiasmada para ler mais. Lis este a acompanhar o clube do livro da Lu Ferreira (Chata de Galocha) e gostei. É uma história simples, realista, sobre a vida de um casal. Trigger para infertilidade, mas não me importo de ser spoiler aqui porque está longe de ser O tema, apesar de ser um tema. O tema é o amor, uma relação ao longo do tempo que nos é contada a alternar entre o presente e o passado. Achei o fim pouco realista, mas com a lição certa: o segredo é comunicar. E não aceitar que as nossas imperfeições nos definam.

 

Maria das Leituras - Março 2021 - Parte 3

 

7. O casal do lado, Shari Lapena - Lido no Kobo

Comecei a ler este thriller sem saber muito por ele e, talvez também por isso, gostei. A Cynthia e o Graham vão jantar a casa dos vizinhos. Enquanto isso a filha, que dorme na casa ao lado, é levada. Maddie vibes. A revelação do que se passou é feita por camadas o que faz com que a leitura e a descoberta aconteçam a bom ritmo. Previ algumas coisas, mas talvez não antes do que a autora me queria deixar perceber. Algumas reclamações no mercado por ser um livro cheio de referências white privileged people e, pessoalmente, não gostei de como abordaram o tema da saúde mental. Mas o livro entreteve-me, isso sim. 

 

8. Greenlights, Matthew MaConaghey - Audiobook

Este foi lido, ou ouvido, ao longos dos primeiros 3 meses do ano, na verdade. Sobretudo em caminhadadas a solo, levava o Matthew a contar-me a história da sua vida e o que foi aprendendo até aos seus 50 anos - ah, pois é! Não achei fenomenal, esperava melhor, mas houve episódios engraçados, como a sua passagem pela Austrália na juventude, quando ficou com uma família muito estranha. Gostei de ouvir como conseguiu papel nalguns filmes (fiquei com vontade de ver todos, até os mais parvos) e como ao conhecer a atual esposa fingiu falar português. Mas tem uma percentagem grande de reflexão, quase para auto-ajuda que não era bem o que procurava do senhor Alright, alright, alright.

 

 

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08
Mar21

Maria das Leituras - Fevereiro 2020

Maria das Palavras

Escrevo-vos de coração partido porque de acordo com as regras que propus a mim própria (comprar apenas um livro a cada dois que leia) estou neste momento impedida de comprar qualquer livro por impulso. O que quando se tem um Kobo que entrega o livro que queres ler no segundo a seguir à decisão e compra...é altamente doloroso e também altamente inteligente (para não sangrar a carteira). É por isso que 3 desta lista já andavam por cá há mjuito tempo e viram finalmente  sua vez chegar. 


Vamos aos veredictos.

 

Maria das Leituras - Fevereiro 2021 - Parte 1

 

1. Pachinko, Kin Jin Lee - Lido no Kobo
Já está decidido que este é mesmo o meu tipo de livro favorito: historias de vida que passam gerações, e que mesmo podendo ser ficcionais se cruzam com momentos da história do mundo. A figura central é a Sunja, uma coreana que engravida solteira (a tragédia, o horror) e é salva por um mancebo que se casa com ela e a leva para o Japão.  Conhecemos toda a história da família, da sua vida, de como sobrevivem à guerra, e depois dos seus filhos e netos. 
Se é demasiado longo? Dizem que sim (sempre foram 17 horas de leitura), mas não me consegui aborrecer ao sentir uma história tão realista e tão sofrida. O narrador ominsciente alterna a sua perspetiva entre personagens e ajuda-nos a ligar a cada uma delas. Assim não há personagens boas, nem más, porque entramos nos sapatos de todas (várias).

 

2. Daqui a 5 anos, Rebecca Serle - Lido no Kobo
Era livro do mês da Lu Ferreira e eu sabia que era um dos romances finalistas do Goodreads, por isso avancei. A premissa também era catita: a protagonista que é uma planeadora compulsiva e sabe exatamente todos os passos da sua vida, vê-se de repente 5 anos no futuro e descobre que nada está como ela planeou.
Esperava algo leve , como foi, rápido de ler, como foi, que me entretivesse, como entreteve. Mas é de facto cheio de clichés e não desenvolve bem romance nenhum.

 

3. O Pássaro de peito vermelho, Jo Nesbo - Já morava cá em casa
Informei-me: quem quer ler Nesbo, deve começar por este e não pelo #1 ou #2 da saga do Harry Hole (o detetive) porque são mais fracotes. Assim fiz. Demorei muito a entrar no ritmo do livro, dividido em três perspetivas que alternam: a do detetive no presente, a de uma outra personagem no presente e dessa mesma personagem no passado (aquando da GG). Gostei bastante. Fiquei fã do Harry que é um detetive cheio de defeitos e não um 007 ou outro cliché de mente brilhante que encaixa peças sem esforço, sabe tudo desde tiro a kung fu e por quem todas as moças caem de amores ao primeiro olhar. E fiquei fã da história ao ponto de me prender para querer contnuar a ler a saga, por ordem. Bom thriller, sobre um atentado na Noruega.

 

Maria das Leituras - Fevereiro 2021 - Parte 1

4. Precisamos falar sobre o Kevin, Lionel Shriver- Lido no Kobo
Caramba, que livro intenso. São cartas da mãe de Kevin para o seu ex-marido (pai de Kevin) depois do brutal evento em que ele assassina um grupo de colegas na escola. Isto não é spoiler, ficam logo a saber no início do livro (ou na contracapa). Essas cartas tanto falam das lutas do seu presente como de tudo o que se passou desde o momento em que decidiram ter um bebé, o próprio Kevin até ao fatídico dia. Os sinais de que ele não era uma criança como as outras. A necessidade de atribuir culpas a esse facto: ela não queria ser mãe, foi ela o problema?
Percebo quem possa achar o livro aborrecido - é praticamente um monólogo. Mas é tudo tão real, tão sentido, há tantos episódios da vida e outros diálogos relatados, que nunca senti que estivesse a perder o interesse. 
Parece que sabemos o final desde o princípio, mas há sempre margem para a maldade nos supreender.
Não vi o filme (ainda) mas também existe, e dizem-me que também é duríssimo e vale a pena ver.

 

5. O Monte dos Vendavais, Emily Bronté - Lido no Kobo
As irmãs Bronté estavam na minha wishlist há anos, pelo papel que tiveram enquanto mulheres autoras na sociedade. Mulheres independentes, criadas pelo seu pai, muito à frente do seu tempo e que chocaram tudo e todos na sua época. O Monte dos Vendavais está muito bem recomendado por muita gente, como um dos melhores clássicos a ler, de forma que a minha expectativa estava em altas. Erro.
Achei um dramalhão sem fim, não me consegui ligar com nenhuma das personagens (talvez porque é um relato em terceira mão do que se passou), nem sentir a paixão avassaladora dos tais protagonistas (Catherine e Eathcliff) que é descrito como a única forma de amar. Estou até convencida que não gostavam assim tanto um do outro, só tinham gosto por destruit tudo à sua volta.
Depois de partilhar esta minha opinião no Instagram, muitos me disseram que tinham adorado o livro, lido na adolescência ou pelos vintes. E talvez seja esse o segredo para gostar. Neste ponto da vida já não aturo o tipo de dramas que se desenvolve no livro. Provavelmente tê-lo-ia vivido intensamente se o tivesse lido há 20 aninhos. 
Também há filme (várias versões) e nem que seja para tirar teimas, hei-de ver algum.

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06
Fev21

Ilha Terceira em Dois dias e Meio

Maria das Palavras

Ilha terceira - Açores - Guia no Blog MariadasPalavras.com


Antes de voltarmos a confinar, sem dobrar regras da DGS e de teste negativo em punho, visitámos mais uma ilha portuguesa. Foi uma visita muito rápida e afetada pela maior tempestade deste Inverno nos Açores até aquele momento (diziam os locais, e como cancelaram jogos do Benfica lá, tem mesmo de ser grave).

Senti-me meio louca e entusiamada, por estar a ir de impulso, sendo que em plena pandemia todo o cenário viagens estava muito afastado da minha mente. Mas fico muito feliz por ter ido, sendo que a única altura em que senti algum risco foi no avião, onde não há qualquer cuidado especial na distribuição de pessoas...Dizem que os aviões tem filtros de ar XPTO que matam bichos, mas ninguém me safava se a senhora desconhecida do lado me espirrasse para cima. Estava mesmo a 2cm, não dois metros. Ainda assim, cumprimos todas as regras previstas, de máscara FPP2 sempre na cara, e a verdade é que correu tudo bem.

Fiquei dividida em partilhar agora este texto, não quero motivar ninguém a viajar quando não o deve fazer, mas acredito que o meu público (que diva!) é bastante sensato e vai tomar isto como um guia para quando for novamente possível fazer uma viagem assim. E sonhar com viagens nunca fez mal a ninguém. Além de que a Ilha Terceira, mesmo debaixo de tempestade e através de uma máscara ficou muito acima das expectativas! Perdia-me por lá com gosto.


O que visitar?

Dia 1: Vou dizer o que fizemos e o que faríamos, se tivessemos apanhado melhor tempo e pudessemos reorganizar alguns passos. Acordem pela fresca para aproveitar bem a luz do dia se forem no Inverno! Então comecem por visitar Angra do Heroísmo. Larguem o carro e passeiem pela cidade a pé. Vejam o Vasco da Gama e casa das caras assutadoras junto à azulinha igreja da Misericórdia, passem por outras igrejas coloridas a caminha do mercado, passeiem junto à Marina e à Praínha. De um lado verão o Forte de São Sebastião, do outro o imponente Monte Brasil. Acabámos por não visitar nenhum dos dois, mas teríamos ido dar um belo passeio ao Monte Brasil e ver os veados, não fosse o temporal.

De tarde fomos ao Algar do Carvão, um dos sítios mais bonitos, mas que se paga e tem dias e horas de visita limitados (consultem antes de ir). Podem ir igualmente ir à Gruta do Natal (também se paga e podem fazer pack das duas). Por perto, aqui pelo centro da ilha, fica a Lagoa das Patas.

O que visitar na Ilha terceira, Açores, Guia Maria das Palavras



Dia 2: Começamos na Praia da Vitória, de areia negra, e depois de também a olharmos lá de cima do miradouro junto ao farol, continuamos pelo norte da ilha, percorrendo a estrada tão junto ao mar quanto possível. As casas são quase todas muito coloridas (aqui a Robiallac não deve sentir crise) e neste início de Janeiro muitas estão enfeitadas para o Natal, com luzes, gnomos no jardim e pinheiros enfeitados cá fora, como vemos nos filmes americanos.
Parem sempre que vos apetecer ver a vista, mas uma das paragens obrigatórias são as Piscinas Naturais de Biscoitos, que é zona de banhos (de água fria) - se estiver bom tempo para isso.
Continuamos a contornar a ilha até começarmos a entrar na bonita mata da Serreta. Fomos pelo caminho íngreme (de carro) até à Ponta do Queimado (gostei tanto das escadas para o mar). O ideal é que depois entrem na Zona da serreta para a Serra de Santa Bárbara e passeiem nessa floresta encantada.

Dia 3: Para nós foi só meio dia. O que aconselho para esta manhã é ver o Ilhéu das Cabras do Miradouro da Laginha (ou outraz zonas ao largo da costa da zona chamada Feteira) e subir à Serra do Cume para a que dizem ser a melhor paisagem da ilha. Para mim foi só nevoeiro, mas acredito, pelas fotos que vi. Se não houver previsão de bom tempo não deixem para o fim e tentem ir noutros dias. A boa notícia é que andar de carro pela ilha é um deleite em qualquer zona: vacas, quadrados verdejantes ladeados por muros, o mar ao fundo ou ao nosso lado...Podem ainda, por ser perto do aeroporto, acabar com o percurso das Furnas de Enxofre. Tem um percurso pedonal, que está estimado em 15 minutos, mas algo me diz que pode durar mais.

 

Onde ficar?

Ficamos no Alluar Lodge, em Ponto Judeu. Perto de Angra e do lado do mesmo lado da ilha do aeroporto. Com vista das janelas gigantes para o Ilhéu das Cabras.

Vista para o Ilhéu das Cabras, Onde ficámos na Ilha Terceira? - Maria das Palavras.Blog

 

Não sei se é o melhor sítio, mas são uns fofíssimos bangalows (quentinhos, que nesta altura foi importante) onde o pequeno-almoço é entregue diariamente numa cesta amorosa com uma série de delícias (incluindo queijo da ilha e iogurtes da Quinta dos Açores, fruta, granola, leite e café quente, dois tipos de pão, enfim...). A opção de dois quartos (e dois wc) tem uma área comum com mini-cozinha completamente equipada.
Eis o disclaimer: nos dias de grande tempestade em que lá estivemos...sentia-se o abanão com as maiores rajadas de vento! Nada de assustador, mas senti-me prestes a encarnar a Dorothy no Feiticeiro de Oz.
Ficaria de novo? Sim. Com bom tempo, para também usar a piscina e aproveitar ainda melhor a vista incrível da cama!!


Onde comer?

Onde comer na Ilha Terceira, Blog maria das Palavras


Os meus favoritos foram O Caneta para a típica Alcatra e espetada de filé mignon, a Ti Choa para toda a seleção de petiscos regionais num só lugar (10,90€ por pessoa), e o Beira Mar no Porto de São Mateus (comer à janela com vista para o mar e Monte Brasil) para peixe, lapas, cracas e a maravilhosa sopa de marisco no pão. 
Também comemos na Tasca das Tias (não fiquei fã). Mas queríamos mesmo era ter ido à Taberna do Roberto e ao Cachalote (para bife na pedra), recomendações que não pudemos seguir por estarem fechadas.

Para safar, ouço dizer que a Quinta dos Açores tem um bom hamburguer (mas se eu tivesse ido lá o que não me escapam eram os gelados).

O que provar?

 

Ilha Terceira - Guia do Blog Maria das Palavras - O que provar?



O doce de vinagre - que NÃO sabe a vinagre! É uma espécie de arroz doce. Os donuts da Make me Nuts que não são os melhores que já provei, mas sabem a vitória quando só encontramos a lojinha aberta na manhã antes de ir embora. Os queijos da Vaquinha (podem - e devem - comprar para levarem, mas dão-vos a provar um pires com uma seleção das quatro variedades). E SOBRETUDO as queijadas Rainha Dona Amélia, que na verdade me sabem a broinhas de mel fofas (comprem no Forno, no centro de Ponta Delgada). 
Tinham-me falado do doce de malagueta, do bolo de torresmo e das Chiken Wings da Rouloutte da Praia da Vitória, mas não cheguei a provar nenhum desses.

Certamente que indo aos restaurantes provarão as lapas, cracas, as morcelas e a alcatra (que não é uma posta de carne é um prato cozinhado, tipo carne estufada para comer em massa lêveda ensopada com o molho!), mas fica a nota para não se esquecerem!

 

Et voilá. Quem me segue no Instagram viu imagens disto tudo (e ainda estão fotos no feed com a descrição dos dias e um destaque guardado com todos os Stories). Recordo também que fizemos uma viagem a São Miguel em 2019 sobre a qual falámos no Podcast Mensagem de Voz e tem também destaques nos guardados no Instagram e vários posts no feed que reúnem as nossas dicas. E se voltarem a 2014 podem ler sobre os nossos três dias e meio na ilha da Madeira.

As nossas ilhas são imperdíveis, apaixonantes e arrumam a um canto várias das minhas viagens internacionais. Quero conhecer todas as que não conheci e voltar àquelas onde já estive. Por isso não hesitem em deixar também as vossas dicas nos comentários.

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01
Fev21

Maria das Leituras - Janeiro 2021

Maria das Palavras

Em Janeiro li 6 livros. Aconteceu sem querer, não sei se nos últimos anos este feito alguma vez se tinha dado. Não estava a competir com ninguém, nem comigo mesma (nem acho saudável entrar na espiral da importência do número de livros), só fiz o que me dá mais prazer no momento e tem sido muitas vezes a leitura, por estes dias que são dias de ficar em casa. 

Quem acompanha o Instagram já sabe quais foram e o que achei, mas aqui fica review para a posteridade.
Se nos próximos meses continuar com bom ritmo (e me apetecer, vou ser honesta) continuo a pôr aqui o balanço mensal.
Vamos lá aos ditos cujos.

Maria das Leituras - Livros de Janeiro 2021 - Blog mariadaspalavras.com


1. Crónica dos bons Malandros, Mário Zambujal - Lido no Kobo

Eu creio que desconfiava que este livro não era o meu "cup of tea". Quem mo recomendou tem-no como um dos livros da vida e foi o Moço que escolheu para ser este o primeiro do meu ano, porque me estava a faltar a iniciativa. O livro é divertido e muitíssimo bem escrito. As personagens deliciosas. É a história de um assalto levado a cabo por um gangue português, mas mais do que isso, a história de cada um dos elementos que vão fazer o assalto. Não consegui ligar-me ao livro, muito pela sequência entre capítulos. Mas também porque é muito no tom de uma série tipo Camilo e Filho. E eu ri-me muito com as séries do Camilo, mas não é o tom que procuro num livro. É tão curto e de um autor tão prendado, que diria que vale a vossa tentativa. 

 

2. Rumo a Casa, Yaa Gyasi - Lido no Kobo

Creio que foi a ver reviews de norte-americanas ou brasileiras no Youtube (não entrem nesse mundo, é viciante) que me deparei com esta recomendação. Vi que havia na loja da Kobo, em português, e felizmente comprei ainda a 29 de Dezembro para não contar para a promessa que fiz este ano: só posso comprar um livro a cada dois que despachar (mesmo que sejam livros a 99 cêntimos na loja da Kobo). Gostei bastante. Segue a história de duas irmãs e dos seus descendentes, em paralelo, criando um novelo de vidas de África ao Estados Unidos, da vida na tribo à dita (será?) civilização moderna, e sempre atravessado por uma maldição. Aborda os horrores da escravatura, o racismo, o papel das mulheres (e dos homens) na sociedade, a família...

3. Travessuras da Menina Má,  Mario Vargas Llosa - Comprado em segunda mão

Este livro tem um padrão e é o mesmo padrão que afeta várias relações reais. Um história de desencontros entre um menino (homem) bom e uma menina (mulher) má. Uma relação abusiva que afeta toda uma vida. Muito parado ao início e ganha balanço e interesse do meio para o fim - fim esse que odiei. Não digo que não leiam, porque um livro que me faz odiar, é um livro que não me deixou indiferente. E é efetivamente dono de um Nobel, de um autor renomado.

Maria das Leituras - Blog Mariadasplavras.com

 

4. Arsène Lupin contra Herlock Sholmes, Maurice LeBlanc - Lido no Kobo

O Lupin entrou na minha vida como série da Netflix - gostei q.b.. Disseram-me que havia livros deste ladrão de casaca, nomeadamente um contra Herlock Sholmes: não confundir com Sherlock Holmes (já confundindo). Encontrei o livro a 2,49€ no Kobo e foi o meu primeiro crédito de compra de livros do ano! Comecei logo a ler, na esperança de reviver casos como os que lia na adolescência com Sherlock Holmes, o verdadeiro. Mas encontrei um Herlock choninhas que se deixa enganar (não muito, mas ainda assim está longe do génio dos livros ou da magnífica série Sherlock da BBC) e não me identifiquei com Lupin, o suposto protagonista. A linguagem também era complexa, talvez por culpa da tradução. Gostei da experiência, mas não vou continuar na coleção.

 

5. A Troca, Beth O'Leary - Lido no Kobo em Inglês

Foi aqui que entrei no modo de leitura compulsiva - felizmente em Dezembro não tinha feito promessas em relação a compras de livros e tinha abarbatado este no início do mês, por cerca de 5€ na Kobo, na versão em inglês. Verdade que não foi memorável ao ponto de classificar com 5 estrelas, mas a prova que gostei bastante é que queria aproveitar todos os bocadinhos para avançar mais umas páginas: de manhã, à hora de almoço, com sono à noite (às vezes, sem sucesso). Neste livro, avó e neta trocam de casa, de cidade, de vida, o que põe os seus problemas e os das pessoas que as rodeiam em perspetiva. Apesar do exagero nalguns pontos, achei importante a mensagem de que nunca á tarde, para darmos um twist à nossa vida. Também as diferentes perspetivas sobre como lidar com perdas. O romance não é fulcral, nem muito aprofundado, apesar de fazer parte da trama, mas as relações sociais e a importância que podemos ter para o próximo, sim. Quando acabarem vão ter vontade de ir bater à porta dos vizinhos (a não ser que tenham os meus vizinhos).


6. A Grande Solidão, Kristin Anna - Morava cá em casa

O primeiro do ano que entra na categoria "sim senhoras, grande livro". Já tinha lido O Rouxinol da mesma autora e este também comprei por influência do @hmbookgang. Mas gostei MUITO mais deste. Fala-nos de uma família que se muda para o Alasca, onde os perigos são tantos num cenário brutal e inóspito, em que desaparecem pessoas sem explicação e com regularidade. A comunidade é uma parte grande da sobrevivência, sobretudo para resistir aos Invernos duros, sem eletricidade ou água corrente. No entanto, o livro não é só sobre a viagem e essa mudança, é sobre o problema que veio com eles e se mudaria para qualquer casa, em qualquer lugar do mundo, para onde viajassem juntos. É sobre a vida de Leni, desde menina até se tornar adulta. É sobre violência. Ou talvez seja sobre amor. 

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30
Dez20

Descobertas do Ano 2020

Maria das Palavras

Já não publico descobertas do mês desde Junho de 2019 e abafei o caso de ter dito que em 2020 ia fazer uma experiência nova por mês e falar dela, como se o Covid tivesse a culpa - a minha preguiça é que teve. Vou tentar não colocar nada muito óbvio, ou que já tenha falado muito aqui. E tudo daquelas coisa que recomendo a toda a gente e que acho que me vão acompanhar por muitos anos. Preparem o screenshot.

 

Jogo PS4: Marooners

Joguei online com a minha irmã para matar saudades dela e muitas vezes com o Moço. É um joguinho de PS4 tipo party game, fácil, dá para nível naba de PlayStation e muito divertido. Pro tip: joguem no modo Chaos.

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Livro: Balada para Sophie

Podia jurar que o meu livro favorito do ano ia ser o aguardado "Enigma do Quarto 622" quando a 12 de Dezembro peguei nesta obra de arte de Filipe Melo e Juan Cavia. Banda desenhada, ainda por cima! Mas é um livro de mestre, da ilustração ao argumento, passando pela música (sim existe mesmo a balada). Só não vai ser um dos vossos livros favoritos se não o lerem.


 

Jogo de telemóvel: Home Design

Acho que já não me viciava num jogo de telemóvel desde o Snake do Nokia 3310. Todo o santo dia - há meses a fio - vou decorar uma casinha ou pelo menos recolher os sacanas dos diamantes que estão sempre a faltar para "comprar" quadros e vasos de flores. O meu conselho é que não experimentem. Nem as minhas idas à casa de banho são tão regulares.
É da Covet Design e gratuito, pelo menos para Android.


Série: This is Us

Eu sei que cheguei atrasada à festa do This is Us e devia antes mencionar a Mrs Maisel ou outra mais original. Mas sei que esta é a série que vi este ano que mais me emocionou e que vai durar enquanto favorita. Portanto fica o conselho para as 3 pessoas no mundo que ainda não tenham visto. Dá na Fox Life, mas as primeiras temporadas estão na Amazon Prime.

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Podcast: Não Inviabilize

Não só este foi o ano em que ouvi mais podcasts, como descobri que os meus favoritos são brasileiros. O meu vício atual é o Calcinha Larga (sobre sexo e maternidade) mas a minha descoberta favorita para qualquer pessoa é mesmo o Não Inviabilize que conta histórias reais de amor, terror e outras que chegam até eles. Há cada uma que até parecem duas, para usar bom português. E no fim, as pessoas que ouvem podem comentar/aconselhar as pessoas que expõem a história num grupo de Telegram.

Experimentem ouvir este, por exemplo, e vejam se não é de rir (ou chorar):

 

Chá: Lemon & Lime Cold Brew

Acho que neste momento me dissessem que só podia beber uma coisa até ao fim da vida era este chá frio. Fico com muita pena da Coca Cola, mas este dá para fingir que é água também. Juntem-lhe um pauzinho de canela e sejam felizes.

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Comida: Bolo de Mexerica (aka Laranja)

Eu nem sou de fazer bolos - sou mais de comer. Mas este resulta na perfeição e sabe tãaaao bem (quem me ensinou foi uma das poucas Youtubers que ainda tolero ver, a par da Lu Ferreira, agora que me passou a febre do Youtube). Ajuda o facto do bolo ter cerca de uma tonelada de açúcar, mas convenhamos, se a ideia é fazer dieta não vale a pena converter em bolo, comam logo as laranjas. Ou, vá, este de aveia e banana.

 

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29
Dez20

A blogger menos in do pedaço em 2020

Maria das Palavras

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Passei a usar fatos de treino. Voltei a trabalhar quase integralmente em casa, coisa que tanto adoro. Passei menos horas na estrada e mais fins-de-semana em casa sossegada, mas foi preciso uma pandemia para isso. O meu maior medo não foi o Covid19. Tive saudades das pessoas, sendo que saudades é coisa que normalmente não uso. Não tive, no entanto, saudades de festas de aniversários e jantares de Natal com 675 pessoas em que ninguém realmente conversa com ninguém. Só mesmo dos amigos individualmente. Um a um, dois a dois. Contam-se pelos dedos as vezes que entrei em shoppings e supermercados e também fico bem sem nunca mais voltar, fazendo tudo online. Já não fico tão bem sem ir ao cinema - ontem encontrei o bilhete do Knives Out que vimos no dia 1 do 1 de 2020. Fiz mais chamadas e video-chamadas que no resto dos meus 34 anos e mesmo assim foram menos do que vocês, aposto. Li 42 livros, em vez dos 24 a que me tinha proposta e acho que o ano não acaba sem mais um, pelo menos. O meu favorito é um livro de banda desenhada, coisa que nunca pensei. Lavei latas de atum com lixívia e passei a descalçar-me para entrar em casa. Assumi que preferia apanhar covid do que não ter ajuda para limpar a casa. Voltei a ver o Livro da Selva. Fui promovida apesar de ainda sentir que nada sei. Juntei pessoas à equipa em ano de despedimentos. Até Março comi muito fora, depois cozinhei muito e descobri o meu bolo de laranja favorito, agora não quero fazer nada na cozinha. Comi talvez 50 vezes (talvez mais) a carbonara do Moço. Não tive o clássico (para mim) salame de chocolate no Natal, mas tive a minha avó. Em Fevereiro não fiz uma grande viagem porque "não dava jeito" - nunca mais deu jeito. Fui à Suiça, ao destino de voo mais barato, quando ainda se podia. Foi caríssimo para 3 dias e não me arrependo nada. Toda a gente fez mais exercício em casa e para sair de casa, mas eu tornei-me mais ainda uma batata e continuo a ser atleta do reviramento de olhos, única e exclusivamente. Cheguei ao fim de ano com aparelho e receita para óculos, voltei ao sétimo ano. O Moço adotou uma planta a que chamo Cátia e já durou mais do que qualquer vaso de salsa que eu tenha comprado. Trabalhei em 3 divisões da casa, sem contar a varanda. Uso batom mesmo em casa ou para sair de máscara, mesmo que ninguém veja. Tive a melhor notícia do ano - não é isso, seus chatos da porra. Não enviei mensagens de boas festas - quem é que querem enganar? Fui a uma despedida de solteira, sem que houvesse casamento. Trabalhei que nem uma moura e o trabalho tornou-se tão importante que nem me lembro que mais era importante. Apontei para mudar isso e não mudei. Escrevi menos do que devia, pela minha saúde mental. De falar não gosto. Escrevi um conto sobre a quarentena que ninguém leu - nem eu reli. Comecei a ouvir podcasts que nem uma louca. Joguei Home Design quase todos os dias desde que baixei a aplicação. Sinto que foi um ano perdido e isso não teve nada a ver com o coronavírus, mais com a minha inércia. Acredito com a certeza dos mais tolos que 2021 vai ser diferente, para melhor, só porque eu estou disposta que assim seja.

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13
Dez20

Top 10 Comédias Românticas de Natal | Netflix

Maria das Palavras

Ora, quem me segue no Instagram sabe que ando a consumir sem moderação tudo o que sao comédias românticas de Natal. Eu e o Moço, entenda-se, que eu arrasto-o. São praticamente todas iguais? São. Mas alguém fez esta análise que considero correta: num ano com tanta imprevisibilidade, faz-nos falta o conforto dos clichés. 

Portanto fiz até um BINGO das comédias românticas de Natal, mas não deixo de as ver! Ahah.

 

Bingo das Comédias Românticas de Natal - Maria das Palavras

 

Entre as muitas que já vi e me lembro, fiz um TOP 10, a pedido de várias famílias (uma seguidora do Instagram) e partilho convosco: 

1. The Holiday
Ok, é mais mais antiga que a recomendação para cortar nos acúcares, mas está na Netflix e é dos filmes de Natal que mais me lembro de gostar. E está cheia de atores fofinhos que todos conhecemos como a Kate Winslet, o Jude Law e a Cameronzita. Basicamente as duas moças trocam de casa na época das festas, para lidar com os desgostos das suas vidas. E, claro, a magia de Natal acontece.

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2. Filmes: "The Christmas Prince"
Há três. A Netflix começou a trilogia há uns anos e tenho acompanhado sempre - dentro do género, é bem produzida e faz sonhar, que é o que se quer. Cheia de clichés: a jornalista que vai cobrir uma reportagem sobre uma família real e se apaixona. Tâo cliché que tem príncipes e a saga inicial continua com o casamento e o filho. Mais conservador só com o patrocínio da ala direita do parlamento. 

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3. Let it snow
É um filme de Natal que segue vários adolescentes na época mais mágica do ano. Mas é tão, tão bonitinho que vale a pena, e já menos conservador que as anteriores recomendações (por um niquinho). Vão identificar-se com pelo menos uma das histórias, visto que há várias a acontecer.

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4. The Holiday calendar
O avó da Abby deixa-lhe um calendário do advento. Mas não tem barrinhas Kinder, como o meu de chocolate. Tem magia. E a vida desta fotógrafa, que parecia estar no caminho errado, vai dar uma volta neste Natal. Claro que o amigo Josh, recém regressado à cidade, também terá muito a ver com essa magia recuperada. Gosto de como ela é cética (e giraaaa).

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5. Christmas Inheritance
É um dos mais clichés do meu bingo ali de cima, mas também foi dos que vi este ano que acabei por gostar mais! Don't ask, até porque o par romântico que lhe arranjam tem um cabelo lambido que me enrola o sabugo das unhas. A protagonista é a herdeira riquinha de uma empresa de brinquedos e vê-se forçada a ir à terrinha pequena onde tudo começou. Descobre novamente como se brinca, se é que me entendem.

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6. Midnight at the Magnolia
Este não é um participante no bingo. Muito diferente dos outros e talvez por isso me tenha conquistado. Foi o que mais senti real em relação à história do casal: são amigos e trabalham juntos - fazem um programa de rádio onde respondem a perguntas do coração. Vêem-se envolvidos numa farsa que os leva a fingir que se apaixonaram...e quem sabe. Só não posso concordar com o penteado que fizeram à rapariga para a festa de ano novo. Até o meu grau de pirosice tem limites.

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7. Filmes: "The Switch"
Nota-se que, tal como no The Chritmas Prince, houve aqui um investimento maior. E nem falo do cachet da Vanessa Hudgens. Gosto da história, é divertida e amorosa, bem ao estilo cliché real, e ainda consegue ser muito engraçada quando juntam "a gémea má" (no segundo filme). Fecho os olhos ao facto de haver 3 pessoas iguais no mundo, que não são irmãs, e toda a gente lida com isso naturalmente . Siga a lista. 

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8. My Christmas Inn
Mais um que faz o bingo completo e gostei de ver na mesma (parecidíssimo com o número 5). Pontos para uma protagonista que não veste o 32!

 

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9. A Wish for Christmas

Não é fantástico e o duo romântico muito forçado patrão-empregada faz-me muita espécie. Mas gosto da lição e por isso vale o lugar no top 10: temos de nos fazer ouvir, quando algo é importante para nós. Somos os primeiros a defender-nos e pode parecer difícil, mas às vezes só precisamos de um empurrãozinho para percebermos que somos capazes. Se não, pelo menos tentámos.

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10. Série: Dash & Lili
Deixei para o fim, porque é uma mini-série e não um filme. Mas é uma história muito bonita entre dois adolescentes que trocam mensagens através de um bloco de notas (não do Whatsapp). Ele redescobre a magia do Natal, ela descobre que não faz mal ser exatamente como é: diferente da maioria.

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Outras que vi e por algum motivo não entraram no top (mas não me arrependo de ter visto nenhum, nem desaconselho e vou deixar um comentário para cada):

 

Holidate: Conceito giro - vão ser o par um do outro nos feriados, para não lhes imporem pares forçados. Muita gente gosta, (tem a Emma Roberts) mas eu não apoio a relação, ele tratou-a mal.

Christmas Wonderland: Um reencontro forçado entre dois highschool sweethearts. Imagina se ela pintasse mesmo bem...

Christmas with a View: Do Masterchef para o meio do nada? Não bate a bota com a perdigota.

Christmas Under Wraps: Gostei da doutora que vendo os seus planos indo por água abaixo vai ser médica numa cidadezinha do Alaska por um tempinho. Pelo menos não desiste da carreira para ficar na terrinha. 

Holiday In the Wild: A Charlotte de Sex & The City divorcia-se e vai para África. You go girl. Mas Natal no calor, não...Gostei de ver os animais.

Operation Christmas Drop: Idem...Pode ser a história perfeita, mas Natal no Hawai...Basicamente ela vai avaliar uma base militar e a possibilidade do seu fecho. Descobre que de facto andam a gastar recursos so estado para festejar o Natal, mas deixa de se importar com isso!

Love Actually: Aquele clássico! O Moço acha que devia estar no top, mas acho muito batido.

Christmas Made to Order: Ele contrata-a para decorar a casa e receber a família no Natal. Mas tem uma cena que não consigo ultrapassar: quando estão a decorar biscoitos e está a família INTEIRA do mesmo lado da mesa.

Série: Happy Merry Whatever: Gira! Vi no ano passado, mas lembro-me de ter gostado. Bem humorada e fofinha.

 

 

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11
Dez20

Codrilhice: A fora-da-lei

Maria das Palavras

A Inês do blog Bobby Pins (corram lá, que está cheio de boas dicas) é insta-perfect, e eu quis quebrar-lhe a porcelana, revelando uma história embaraçosa. Resultado: ela provou que até na ilegalidade é - no fundo - uma boa menina. O que resultou, claro, num episódio para rirmos. 

Ouçam a desventura do refrigerante, mas depressa que eu posso falecer (explico já, é só ouvirem).
Aqui no Spotify, ou no Castbox, ou clicando play abaixo: 

 

 

 

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09
Dez20

One to read

Maria das Palavras

One to Watch - Review Maria das Palavras

Peguei neste livro porque o encontrei na Kobo Books a 2.45€ (juro que este e-reader já se pagou sozinho) e sabia que estava nomeado em várias categorias para livro do ano no Goodreads. É o primeiro romance da autora, que além de muitas outros feitos, foi responsável de escrita digital da campanha de Hillary Clinton. 

Enquadramento: sempre gostei de romances, mas cada vez mais dou por mim a não tolerar determinados clichés. Sinal dos tempos e da discussão pública, que me abriu os olhos para muitos dos estigmas com que crescemos.

Deixei de tolerar os protagonistas perfeitos, que permitem paixões à primeira vista por causa do corpo, do cabelo, dos olhos. Eu nunca fui essa mulher ou adolescente, e muito embora quisesse viver aquela história daquelas páginas, sabia que isso jamais aconteceria para mim, porque ninguém apaixonar-se pelas minhas borbulhas no queixo à primeira vista - e notem que nunca tive má auto-estima.

Deixei de tolerar a história homem que faz asneira, trai e maltrata e no fim vira um príncipe e ela perdoa tudo e acabam juntos. 

Deixei de tolerar a irrealidade do felizes para sempre. Deixei de tolerar a necessidade mórbida de um felizes para sempre obrigatório a dois, com os filhos na sequência natural, da família padronizada perfeita.

 

Tudo isto estragou-me a capacidade de entrar de corpo e alma na leitura de muitos romances. 


Este também tem alguns clichés, e muito otimismo claro, não deixa de ser ficção e um romance - e o que procuramos num romance é sonhar e desejar viver aquela história. Mas quebra com mitos dos padrões que acabei de descrever. Começando pela protagonista, uma plus-size blogger, não uma loura alta e elegante, com dentes perfeitos (que também é uma mulher real, mas tem de ser sempre a mulher descrita?). Ela goza com um programa tipo The Bachelor num dos seus artigos, precisamente porque lhe chamam Reality TV, mas todos os envolvidos têm o aspecto de 5% da população, não da generalidade. E, sem diversidade, como se pode chamar realidade?
Então ela é convidada para ser a próxima protagonista do programa. E daí para a frente, leiam para descobrir. 

 

Não sendo uma obra de literatura candidata a Nobel, está bem escrito, de forma dinâmica (alternando narrador com conversas em SMS, no Twitter, entrevistas e guiões de anúncios), e sinto que é exatamente o tipo de romance que as jovens mulheres devem ler para se identificarem e apreenderem que determindados comportamentos não são de monstros que viram príncipes: são de monstros com a rosa toda murcha (referência para quem sabe da Disney).

 

Por isso leiam este livro, ofereçam-no e procurem mais literatura deste tipo se é de romances que gostam. Aconselhem-me outros do género, se os conhecem. Para já o livro só está editado em inglês, mas sabemos que a TopSeller o vai editar em 2021, por isso fiquem atentos. Desconfio que também vá fazer parte das Box Mensal de livros da Helena, no BookGang, mas isso já é especulação.

 

 

 
 
 
 
 
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