O meu computador é homem
Corrige sempre futebol para Futebol.
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Corrige sempre futebol para Futebol.
Não percebo nada do que dizem as claques de futebol...
1º ACTO
A 10 minutos do apito inicial
Eu: Não tenho fome, tenho muitos nós de preocupação no estômago com *isto* e *aquilo* e o *outro*.
Ele: Não te podes deixar afetar com essas coisas, tens de tentar relaxar. Vá vamos ver o jogo.
2 minutos de jogo
Ele:
Eu: Não te podes deixar afetar com essas coisas, tens de tentar relaxar.
2º ACTO
Aos 33 minutos de jogo
Eu: Pepe, Raphael, William...só nomes tipicamente portugueses, não é?
Aos 65 minutos de jogo
Eu: Desculpa, mas José Fontes não é nome de jogador de futebol.
3º ACTO
Aos 112 minutos de jogo
Eu: Se eu fosse jogadora de futebol queria sempre mandar a bola para longe de mim.
Ele: Diria que não podias ser jogadora de futebol.
4º ACTO
Depois do penálti de Quaresma
Eu estendo-lhe a mão para um high five e ele acerta-me só com metade das costas da mão - e com a mão toda molenga.
Eu: A sério? Eles acertam cinco penáltis e tu não acertas um high five?
5º ACTO
Acabam as conferências de imprensa
Ele: Então já ganhaste fome? Vamos jantar?
Eu: OH MEU DEUS! O jantar!!!!!!!
[sim, estavam espetadas no forno há mais de 90 minutos atrás. Mais prolongamento. Mais penáltis.]
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Portugueses que só sabem é empatar.
*sim, fui eu que inventei. Sim, é aplicável para além do futebol. E sim, a minha aposta é que ganhamos o Europeu a empatar os jogos todos. E não, não me importo.
No dia do primeiro jogo da Seleção, a ver o jogo entre amigos:
- Então e este jogo é para quê?
- É para o Euro 2016.
- Ah, ok. E é em Portugal ou na Islândia?
Estou louca com esta campanha. Claro que só uma marca com uma notoriedade já de si enorme e fortunas gastas em marketing se pode dar a este luxo. Mas...porra, a marca paga milhões para estar no Euro e depois nem sequer usa o seu próprio nome (nem menciona o produto) na publicidade. Porquê? Porque pode. E todos nós sabemos exatamente o que é e quem nos fala. Provavelmente a melhor jogada deste Euro.
Se já leram a primeira parte do meu relato e ainda não adormeceram de aborrecimento, aqui está continuação.
Pois quando saímos do Mercado de San Miguel estavamos de bucho cheio. Não aguentava nem mais uma dentada de fosse o que fosse. Até reparar que estávamos pertíssimo de um marco que me tinha sido recomendado por várias pessoas: a Chocolatería SanGinés onde se comem (supostamente) os melhores churros com chocolate de Madrid. Como estou de costas na foto, não conseguem ver o meu ar guloso, mas o ar triste do senhor que vai a passar só pode ser porque , ele sim, estava cheio de mais para comer um churro. Eu arranjei espaço, como se vê pela minha garra afinfadora de churros à direita. O chocolate não era o meu favorito (preferia se fosse Nutella aquecida ou chocolate branco, como vi depois noutro sítio). Ainda assim para quem estava cheia comi a maior parte, com a ajuda do Moço, claro.
Foi aqui, sentada numa mesa da agradável esplanada que disse ao Moço que provavelmente a seguir devíamos ir ver o Santiago Barnabéu. E ele:
- Ao estádio, agora? Daqui a nada é o jogo lá, deve estar uma confusão!
...
...
...
- Espera...compraste bilhetes?!?!
Foi mais ou menos assim que o Moço reagiu à surpresa. É que nós já tínhamos visto que o jogo era numa altura ideal, mas os bilhetes a preço aceitável (e mesmo os caros) estavam praticamente esgotados quando pesquisámos e só havia um lugar em Paris e outro em Jerusalém. Mas, não satisfeita com isso, voltei a ver de véspera e descobri que havia mais lugares vagos, por causa de sócios que têm lugar reservado e não compraram bilhete para o jogo. Os bilhetes estavam disponíveis a partir de 30€ para esse jogo (Real Madrid VS Eibar) e podem comprar-se no site do Real Madrid e serem acedidos no telemóvel numa app chamada PassWallet (ou impressos, claro).
Antes de irmos para o estádio ainda passámos à Plaza Mayor que é mesmo ao lado do Mercado de San Miguel (já vos disse que em Madrid é tudo a um passinho?) onde comecei a ver os dois fenómenos pedincheiros mais frequentes da cidade: gente mascarada de personagens da Disney e afins - a sério, vi Minnies, porcas Peppas e o diabo a quatro, e homens-estátua de versão evoluída em posições em que o homem fica de lado suspenso no ar (que é como quem diz, que dá ainda menos trabalho que os homens-estátua comuns que têm de estar em pé e não deitados num suporte rígido). Vejam a galeria de fotos da Plaza Mayor e da zona da Ópera onde apanhámos o metro a seguir para ir para o estádio.
Viram os noivos que apanhámos na varanda do edifício mais bonito e emblemático da Plaza Mayor, a Casa de La Panadería? Fiquem a saber que este edifício foi comprado pelo grupo Pestana, que é português. E que este não foi o sítio mais estranho onde vimos noivos. A estátua, também da Plaza Mayor, é de D.Filipe III de Espanha, II em Portugal - apesar de eu ter tapado a cara dele com a do cavalo. Foi um dos sacanas da nossa dinastia Filipina , depois do desaparecimento do S.Sebastião na batalha de Alcácer-Quibir (que ainda hoje está por aparecer aí numa noite nublada). Embora tanto quanto sei ele e o pai até foram fixes para nós, enquanto geriram em conjunto Portugal e Espanha, o filho dele é que nos deixou tão descontentadinhos que tivemos de fazer nascer o feriado do 1 de Dezembro, restaurando a nossa independência. E são 5€ pela aula de história.
No Santiago Barnabéu: Real Madrid VS Eibar
O jogo era fraquinho e isso interessou ZERO a julgar pelo ar de assombro feliz do Moço ao entrar no estádio. Quando muito até foi bom porque conseguimos assistir ao vivo a 4 golos, incluindo um do meu jogador favorito e um do jogador favorito do Moço, que, apesar de eu lhe querer bater por isso, não são a mesma pessoa - o dele é um ex-portista, claro.
Antes disso, que me estou a adiantar: no metro conhecemos um casal de tugas que ia também ver o jogo (ou queria, porque não tinham ainda bilhete). Foi estranho, porque a rapariga falou para mim e eu respondi educada e querida, fizemos meia conversa mas eu não sabia se era suposto a partir daí sermos amigas para a vida ou cada casal podia seguir o seu caminho. Fenómeno curioso este do "porque viemos do mesmo país, podemos falar-nos como se nos conhecessemos". Na dúvida, seguimos o nosso caminho - até porque na confusão da estação do Santiago Barnabéu só se dessemos as mãos é que nos mantinhamos juntos e eu não estava preparada para esse tipo de intimidade.
Ainda antes de entrarmos comprámos um cachecol para marcar a visita, a 10€, nas bancas à volta do estádio, mas que diz que é oficial. Depois fomos todos apalpadinhos e revistados para entrar. De notar que levávamos mochilas conosco com toda a nossa bagagem de fim-de-semana, incluindo a máquina do Moço que é "daquelas grandalhonas" - penso que até é esse o modelo, uma CANON Daquelas Grandalhonas. Eu estava um pouco preocupada com isso, mas parece que deixar garrafas e navalhas de fora é o suficiente.
Ficámos lindamente sentados, mesmo a pé da bandeirola de canto. Tirámos mil fotos, a nós, às bancadas, aos jogadores - 90% ficaram desfocadas. Mas a minha favorita foi esta, do espanholito a estender a mão para o nosso Ronaldo e a gritar "Ronaldo, tu camisetaaaaaaaaa". Partilhei-a logo no meu Instagram porque o abençoado do Real Madrid tem Wifi no estádio!
Posso dizer com segurança que o pai dos miúdos gritava ainda mais que eles e insistia para que levantassem dois cartazes cor-de-laranja a pedir "camisetas" nos momentos mais oportunos para os craques, tipo a meio de jogadas. Não queria deixar também de mencionar um dos fotógrafos do jogo, daqueles que estão junto ao relvado, que passou o jogo a tirar selfies em vez de registar as jogadas.
Nota muito importante, aprendida por mim da pior maneira possível (não gozem): as casas de banho do estádio não têm papel higiénico nas cabines, só um rolo à entrada do WC. Tipo: nenhum. Tipo: nem sequer há suporte. Posso dizer que foi uma experiência que não contribuiu para melhorar a minha opinião sobre o uso de casas de banho públicas, mas safei-me de forma aceitável, vá. Não, não vou contar. O aviso está feito.
Já estão cansados do relato? É que ainda nem acabei o primeiro dia!
Continua aqui...
Estava numa casa com 5 benfiquistas e 2 portistas, que me receberam já semi-equipados, com pinturas de guerra na cara. A leoa, sempre em minoria, já habituada. Não gritei nenhum dos golos (nem a ausência deles no Porto x Braga). Mantive uma serenidade honesta e um ligeiro sorriso. Que os irritou mais a todos do que se eu tivesse feito uma festa. Na vida, como nos dérbis, as vitórias que se sentem - que nos bastam sem a necessidade de as esfregar na cara dos outros - são as melhores.
Acho que o meu sobrinho vai mesmo ser do FCP (clube do pai e do tio).
A comida favorita dele já é a fruta...
[Adenda: eu sei que por obra de Bruno, o Justiceiro, o Benfica é que anda agora nas bocas do mundo por dar papinha aos árbitros, mas ainda não me desabituei de falar assim do Porto, peço desculpa.]
Ou, a descoberta que o vício Moço pode valer-me uma mina de ouro.
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