Fui várias vezes a Londres, no passado. Estadias sempre curtas que tinha de aproveitar ao máximo. O regresso das chuvas faz-me lembrar esta cidade cinzenta e multicultural. Digo sempre que não é das minhas cidades favoritas e que não me vejo a morar lá, mas está-me a bater uma saudade, confesso. Assim sendo, lembrei-me de fazer uma boa ação: deixar-vos um guia para uma visita rápida a Londres. A Ryanair está com viagens super baratas (a partir de 19,99€) mas o alojamento é muito caro por isso quanto mais se visitar em menos dias melhor. E a pensar num fim de semana vosso, agora em Novembro ou lá para o início do ano, deixo-vos este guia, considerando que aproveitam a promoção da Ryanair, cheguem a Londres num Sábado às 9h30 e regressem no Domingo pelas 17h30. Querem?
Este é um percurso sem horas em museus (só dois gratuitos e rápidos), sem visitas pagas (não há entrada no Natural History Museum, nem voltinha no London Eye, nem ida ao Madame Tussauds, nem musical caríssimo mas potencialmente de sonho no West End) e que deixa de fora alguns pontos que numa visita mais prolongada conseguirão martelar, como o mercado de estrada de Portobello, em Notting Hill (cenário do filme homónimo). É um percurso rápido (mas para fazer com calma) e em conta, que podem fazer num fim-de-semana e que vos deixa sentir toda a Londres, e, de acordo com a minha experiência (que cruzei com este one-day-guide), bater todos os must-do. Sintam-se à vontade para me corrigir nalgum ponto ou adicionar sugestões.
A época balnear ainda não acabou e sei que os milhões de pessoas que me seguem (ok, as cinco pessoas que me seguem) estão ansiosos para saber a forma correta de se entrar num mar frio (até porque eu sou da zona centro e levo uma vida a praticar). Portanto, para quem não tem a sorte de se banhar nas praias das Caraíbas, aqui fica um guia muito próprio.
Imaginem que chegam à praia cedinho, o Sol já se apresentou, os seus amigos querem ir à água e uma pessoa também alinha, mas tem alguma dificuldade em entrar de rajada. Siga estes 6 passos para entrar na água - Maria style:
A contemplação. Contemple o mar demoradamente enquanto questiona a sua capacidade de entrar na água gelada (leia-se: abaixo de 30º). Nesta fase é ocasional que as ondas tentem aproximar a água de nós e é essencial dar saltinhos ridículos para trás para não chegar a sentir a verdadeira temperatura da água, nem numa ponta do polegar. Leve todo o tempo que precisar. Tome atenção à sua envolvente, evitando crianças-chapinhadoras.
O impacto. Molhe os pés e deixe-os de molho até que deixem de lhe doer os ossos (sabe o que é isto se se banha da Nazaré para cima).
A Habituação. Avance lentamente até a água fria alcançar a primeira zona de perigo situada entre a bacia e o umbigo. Lembre-se: o mundo será um lugar melhor assim que a sua cintura se ajustar à vida debaixo do mar. Nesta fase verá várias pessoas a chegar e mergulhar de rajada, salpicando-a instantâneamente. Não tema e aceite os salpicos como parte do processo de facilitação e entrada.
O avanço. Dê passos pequenos enquanto se vai pondo em bicos de pés (adiando estupidamente o impacto da água em mais meio centímetro de pele) e suba os braços, dobrados pelos cotovelos acima do nível dos ombros e de mãos caídas, ao melhor estilo galinha-poedeira, avançado no mar. Não se esqueça de fazer cara feia. Quanto mais feia, mais o frio passa. Impropérios susurrados podem ajudar também.
O encosto final. Neste ponto já molhou as mãozinhas mas continua com os braços todos levantados em cima da linha da água e não desfez os bicos de pés. Respire fundo, tome balanço, limpe a sua mente e deixe que a zona difícil nº2 seja impactada pela água: a combinação ombro-sovaco. Mergulhe a cabeça de uma vez, se for necessário: pode ser que o cérebro congele e deixe de saber o que é o frio.
A benção. Aguarde 2 minutos movendo-se freneticamente debaixo de água até se sentir confortável.
Ao concluir os seis passos o mundo tornar-se-á um sítio melhor e pode relaxar e divertir-se à vontade - fez por merecê-lo! É ainda importante manter a calma e resistir ao posterior gozo dos seus amigos, que entretanto foram almoçar, voltaram, jogaram Uno, bronzearam-se, mergulharam dez vezes, acabaram de ler a Anna Karenina e voltaram para casa. O importante é que conseguiu! Agora dê meia volta que já não são horas de estar na praia, vá.
As malas complicadas são as nossas (de mulher), mas a verdade é que muitos pontos deste guia servem para todos. Tenho anos a fio de experiência a fazer e desfazer malas, num CV bem recheado de viagens entre a terra-mãe e a terra-emprestada e abrilhantado por viagens de lazer para conhecer o meu país e alguns outros. Ganhei alguma prática e ligeireza que me empresta a ganância de achar que vos posso ensinar coisas.
Costuma dizer-se que é tão difícil fazer a mala para dois dias como para uma semana, porque há coisas de base que têm sempre de ir. E, infelizmente, é bem verdade. Portanto vamos lá ver algumas regras essenciais by Maria para tentar facilitar a tarefa seja para que viagem for em propósito e duração:
1. Seleção, pós-seleção e pós-pós-seleção.
Comecem por espalhar em cima da cama ou outra superfície organizada tudo o que pretendem levar: entretenimento (livro, máquina fotográfica, telemóveis e outras tecnologias + carregadores), roupa interior, roupa de dormir, roupa de banho, roupa para o dia-a-dia, calçado e bolsas, potencial bijuteria ou maquilhagem, produtos de higiene, e proteção (casaco, chapéu, chapéu de chuva...). Já está tudo? Agora tirem o que não vão usar. Vá, não se enganem. Tirem a sombra verde que nunca usaram antes. E os 5 tops que não devem usar - não precisam levar roupa a mais, a não ser que vão para um país sem lojas nem água potável, não se preocupem: vão conseguir sobreviver a emergências. Já tiraram a primeira camada de coisas? Agora voltem a reduzir. Honestamente, vão mesmo usar aquilo? Vão mesmo ter tempo para vestir e usar tudo? Vão mesmo usar o creme para cotovelos que nunca usaram antes? Ou precisam mesmo de usar também nesses poucos dias o sérum para contorno do nariz?
2. As cores neutras são as vossas melhores amigas.
Pretos, brancos, cinzentos, tons-terra do bege ao castanho escuro. Dão com tudo e vão bem entre elas. As peças essenciais devem ser desta paleta neutra (consoante as vossas preferências) e depois levam apontamentos de cor para não serem o aborrecimento em pessoa.
3. Acessorizar com moderação.
Se cumprirem a regra acima ditada vai ser fácil cumprir esta: dois pares de sapatos e uma mala são mais do que suficientes. Quer-se um par de calçado mais prático (chinelos que tanto dão para andar no hotel como na praia e em passeios curtos) e outro confortável q.b. mas que componha mais o pézinho (ténis, sabrinas, sapatos confortáveis). A mala deve ter um tamanho intermédio e dar para usar com ou sem alça, variando assim o grau de formalidade. Só no caso de terem um evento muy chique para frequentar podem juntar um par de sapatos altos e uma mini-mala-chique (de preferência daquela molinhas que não ocupam tanto espaço na mala).
4. A roupa caracoleta.
Para já devem levar sempre que possível roupas que não se amarrotem com facilidade, depois devem usar a técnica milenar (ou não) que ajuda ainda mais a que não fiquem todas vincadas e melhor: ajuda a poupar espaço na mala em doses milagrosas. Enrolem a roupa. Enrolem a roupa. Repitam o mantra: enrolem a roupa.
5. Vistam tudooooooooo.
Tudo o que é mais volumoso vai convosco no corpinho. Sim, sim, têm de viajar confortáveis. Mas levam o par de calças maior nas perninhas e a maior parte das camadas que conseguirem vestidas: top, casaco, o lenço de emergência (que faz de casaco leve em caso de necessidade), o casaco maior, o chapéu na cabeça se houver, a pulseira no pulso e os brincos nas orelhas, os maiores sapatos calçados, enfim...já perceberam a ideia, certo? Não devem ficar a parecer o boneco da Michelin, mas também não pensem só: vou levar o vestidinho leve com a chanatas e tudo o resto há-de caber na mala. Se der, ainda levam a máquina fotográfica pendurada ao pescoço e tudo. Sim, torna-se chato quanto têm de passar nas maquininhas do aeroporto. Mas isso é só uma vez e assim não desesperam com a mala.
E pronto, estes são os indicadores mais importantes para mim.
Resta aceitaram para vocês mesmos que há sempre (SEMPRE) uma coisa importante de que se vão esquecer, seja a pasta de dentes, o creme protetor, o fato de banho ou os óculos de sol. Nesses momentos relaxem e pensem que tudo tem solução. Dêem graças porque não foi o BI ou passaporte e sigam viagem.
O meu trabalho mete uma grande componente acerca de motores de busca e das pesquisas em si. Sabem qual é a expressão mais pesquisada relativa ao amor? A que dá título ao post: mensagens de amor.
São milhares de pessoas que se dirigem a um motor de busca na esperança que alguém desconhecido lhes diga o que hão-de escrever à sua paixão do momento (ainda que seja um momento eternamente prolongado). Como se alguém no mundo pudesse saber melhor o que cada um sente ou o que cada outro faz sentir.
Eu sei que falo do alto da minha gramática polida por centenas de livros que li e da minha paixão pela escrita. Mas também sei que no dia em que escrevi uma "carta de amor" (precoce) ao meu Moço (pronto, foi por email, sou batoteira) a sua resposta simples me emocionou tanto quanto o fariam mil versos de palavras decassilábicas com rimas perfeitas. Passo a cometer uma inconfidência e partilhar essa resposta:
Não tenho muitas palavras para o teu mail (também não tenho jeito para a escrita) mas posso te garantir que o sentimento é mútuo e que fico feliz por sentires isso. É nos pequenos gestos que se vêm as grandes pessoas e tu tens demonstrado tudo isso. Desculpa se falo muito no futuro, mas sou um sonhador e neste momento fazes parte do meu sonho.
Ele não usou metáforas, nem outras figuras de estilo. Não mencionou as palavras paixão, amor, desejo, e ainda assim fez-me uma bonita declaração que guardo até hoje (no servidor de email, vá).
Por isso, para todos os que procuram palavras de outros, fica a minha sugestão para em três passos simples escreverem a vossa própria mensagem. Única, terna, verdadeira. E prometo que a pessoa do outro lado não preferiria nenhuma outra mensagem de copy-paste.
Escrever uma mensagem de amor em 3 Passos
Pensar numa coisa única - um detalhe - que vos encante na outra pessoa. Uma característica física, ou de feitio, ou um hábito. Pode ser o cabelo sempre desalinhado, o fato de vestirem sempre azul, andarem sempre com um livro atrás, trautearem músicas enquanto conduzem, um riso engraçado, uma marca de nascença, separarem sempre a salada do arroz antes de começarem a refeição...qualquer coisa em que repararam já. Mostra que reparam nele/a, que é algo que não poderia ser escrito para outra pessoa.
Pensar no que essa característica única vos faz sentir. Ou a pessoa em si, se a partir da característica for muito difícil. Arrepios? Vontade de correr para ao pé dela? Ternura? (não vale dizer tesão...ou vale, dependendo do cariz daque tencionam emprestar à mensagem)
Compor as duas coisas numa oração. Por exemplo: "Sabes o que mais gosto em ti? A cicatriz que tens no lábio e tanto odeias. Dá-me a certeza que és real - custa acreditar." ou "Sinto-me a pessoa mais afortunada do mundo por ter o privilégio de te assistir a pentear a mesma madeixa de cabelo teimosa que te cai sobre a testa, todos os dias" ou "Para onde quer que vá tenho sempre na cabeça aquela música, a Happy do Pharrel Williams, porque andas sempre a cantá-la. Vês? Fazes-me feliz, mesmo quando não estás comigo."
E por aí adiante. Podem pensar nos locais onde já foram felizes e falar dessas memórias ou das intenções de lá voltar. Descrever primeiras vezes juntos (sem ser obrigatoriamente a óbvia). Se quiserem um dia faço um guia mais completo, com várias perguntas que podem tentar responder mentalmente, de forma a terem material para comporem um texto que dê para uma carta inteira em vez de uma pequena mensagem. A vossa carta, para a vossa pessoa. De mais ninguém, para mais ninguém.
Se precisarem de ajuda...bem, se estou para aqui com esta conversa toda, o mínimo que posso fazer é oferecê-la. Afinal desde que vi o filme Her que sonho ter a profissão do protagonista (que escrevia cartas de amor, como ganha-pão). O mail - para qualquer coisinha - é daspalavras[arroba]sapo.pt.