Já nem sei onde foi que li, mas sei que não fui eu que disse. Só repito: viajar é a minha cenoura. Logo a seguir ao Moço a voltar para junto de mim, no fim de cada conjunto infindável de horas de trabalho, é por isto que anseio a todo o instante. É o que me motiva, o que me faz contar dias e ultrapassar horas. Aquilo que me faz pensar "agora é assim, mas naquele dia...ah, naquele dia vale tudo a pena". Nem é preciso ir para fora do país (embora seja preferencial), nem é preciso ser para longe (embora seja preferencial), nem é preciso chegar a dormir fora (embora seja preferencial). Viajar é pôr o pé fora de casa, em boa companhia - às vezes somos nós connosco, a melhor companhia - e conhecer algo novo, respirar um oxigénio diferente. Escapar à sensação de estar em casa - nunca percebi as pessoas que elogiam um hotel dizendo que lá se sentem em casa - e emprestar novidades a todos os sentidos.
Conheço uma pessoa que não gosta de viajar. Di-lo sem esconder, ainda por cima, sem vergonha. Demorei a perceber que não gozava comigo. Uma pessoa inteligente e culta, ainda por cima, das mais inteligentes e cultas que conheço (e são duas coisas diferentes). E eu tento não julgar, achar que não temos de gostar todos do mesmo. Mas no fundo sei, porque sei, que só lhe falta a viagem certa. Como falta o livro certo a alguns, falta a viagem certa a outros. Depois? Depois não há retorno. É um bilhete de ida sem volta, o gosto por viajar.
Fiquem aqui com alguns guias ou reportagens de viagens e passeios que fiz no passado e de que já falei no blog. Para vos aguçar o gosto - embora duvido que precisem que seja aguçado! 1. Madeira 2. Londres 3. Cinque Terre - Itália 4. Buddha Eden Garden 5. Leiria 6. Paris
No princípio Deus criou a cama e os lençóis. Depois, vendo as mulheres tremer nas estações frias, disse "haja flanela!" e houve calor. Declarou depois: "façam-se os lençóis polares para delícias delas e desgraça suada deles". Ao sétimo dias criou os lencóis térmicos extra-polares que até têm pelinho e parecem cobertores. E estava criado o divórcio.
Todas, um bocadinho, às vezes. Algumas sempre e em escala vilão da Disney.
Essas conseguem ser como aqueles tubos de cola que abrimos para tirar um niquinho e começa logo a transbordar. Quando vemos já temos cola no papel, na secretária, nos dedos, no cabelo. Conseguem impregnar tudo.
Não falo em jeito de desabafo magoado. Falo mesmo com um esgar de riso. É engraçado como essas pessoas não percebem depois porque não são convidadas para a festa. E aqui a festa é o que quiserem. Tudo o que de bom se celebre na vossa vida.
Em 2015 foi esta uma das expressões mais pesquisadas em português. O que é o amor.
Como se o Google estivesse habilitado a falar de coisas que só se sentem. Ou fazer-nos chegar a algum texto que seja mais que palavras formadas por letras, formadas por traços, formadas por pontos minúsculos, pixels incapazes de conter o significado necessário. Como se alguma definição, qualquer fogo que arde sem se ver, pudesse explicar o que não tem explicação. O amor é isso: mais que palavras.
Como se houvesse gestos que denunciassem, identificadores sem confusão, ações que expressam inconfundivelmente o mais nobre dos sentimentos. O amor é isso: mais que ações.
Como se houvesse uma fórmula de troca, como no início do mercantilismo. Se eu te der isto e tu me deres aquilo e divirmos o outro, sem reembolso nem devolução a 30 dias, é amor? Não é, nem pode ser. Nada se exige ou pede ou espera, simplesmente está lá. Dá-se porque não se consegue guardar, recebe-se de braços abertos. Sem obrigação. Sem limites. Sem contar. O amor é isso: mais que partilha.
Como se pudessemos pesquisar o amor sem pesquisar sobre saúde e dinheiro e coisas práticas como o que é o jantar. Fingir, como dizia o outro, que o amor é uma coisa e a vida é outra - mas não é. O amor também é decidir quem descasca as batatas. O amor é isso: mais que um sentimento.
Como se se pudesse traçar com um marcador, pintar dentro do risco. Este desenho agora contém o sentimento e se ficarmos sempre cá dentro, seremos felizes. Só que não. O amor é isso: mais que perfeição.