O despertador acordou-me às 7h30 sem necessidade (um alarme esquecido) mas eu deixei-me ficar acordada. Desafiei o Moço para sairmos da cama e irmos percorrer os passadiços à beira da praia, que partem de Espinho - algo completamente inovador para uma coach potato como eu, que o máximo de exercício que faz é rebolar os olhos a muita gente. Não sei como, mas ele acedeu em vez de me chamar doida (mentira, fez as duas coisas).
A meio caminho, deleitados com a vista mesmo sob algum nevoeiro, digo-lhe:
Maria: Vês? Não foi boa ideia?
Moço: Foi...
Maria: A sério...não me odeias por te ter arrancado da cama?
Moço: Não. Só nunca sei o que esperar de ti. Qualquer dia acordas-me para ir à missa.
Cheguei tardíssimo a casa na sexta, muito cansada, e o Moço trouxe-me o jantar numa travessa para comer enquanto víamos um pouco de Netflix (a moda mais recente é Stranger Things, mas hoje já vamos acabar a segunda temporada). Jantei, ele levou a travessa (sim, um anjo), mas reparei que tinha deixado cair uns quantos bagos de arroz em cima das minhas calças.
Maria: Oh! Ajuda-me!
Disse eu na esperança que não houvesse dois favores sem três e ele me trouxesse um guardanapo.
Moço: Não posso...sabes bem que não posso comer hidratos à noite.