Renova? Colhogar? Scottex? Tio Belmiro?
Procuram-se patrocínios de marcas de lenços de papel para aplacar constipação de Verão mais teimosa que a dona e suas consequências nefastas.
Volto amanhã para não vos contagiar...
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Procuram-se patrocínios de marcas de lenços de papel para aplacar constipação de Verão mais teimosa que a dona e suas consequências nefastas.
Volto amanhã para não vos contagiar...
Respondo da mesma forma que a loura da anedota, a quem mandaram ver se o pisca direito do carro estava a funcionar:
Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está. Agora está. Agora não está.
Dizer: "eu também já tive isso [inserir doença] mas ainda foi pior!"
É tão difícil explicar às pessoas as doenças invisíveis.
Dizem, como eu já disse quando era mais ingénua e não as respeitava, que é ser fraco. Que são manias, próprias de quem não sabe lidar com a dor e com a tristeza. Dizem-no porque nem desconfiam que sanguessugas de alma como a depressão - não só a depressão - podem surgir no auge do sucesso e da felicidade, ou numa quarta-feira qualquer.
É tão difícil explicar às pessoas as doenças invisiveis.
Mas aqui está uma brilhante tentativa.
...que quer sempre ganhar o campeonato mundial das doenças.
Eu também estive assim com tosse mas pior. Cheguei a cuspir sangue. Sangue com ranho, claro, porque estava mais entupida que tu - tinha ranho até à testa. Saía-me pelos poros capilares e as pessoas pensavam que era cabelo oleoso.
Sei que agora não se nota, mas fiquei com danos irreversíveis nos pulmões. Não pior do que aquela vez em que tive uma infeção nos brônquios de fazer envergonhar qualquer doente terminal, claro.
Por isso não te queixes.
[Publicado originalmente aqui.]
Não bebas Coca-cola que isso desequilibra-te o PH - vi num programa que assim as células envelhecem mais depressa. Não cruzes as pernas que tem efeitos ao nivel da circulação - vi num programa que aumentam o risco de varizes e mostraram uma toda rebentadinha. Devias ingerir diariamente vitamina XP76 que se obtém em sementes de sésamo que ficam à janela em noites de lua cheia, com temperaturas abaixo dos 14º - vi num programa que não o fazendo aumentamos o risco de ter um AVC.
Cala-te por favor. Vi num programa que estás quase a levar uma marretada. O que aumenta exponencialmente o risco de traumatismos.
Ela doente: "Não preciso de nada, obrigada!"
Toma conta de miiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim. Quero medicação, canjica, chá, compressas na testa, mantinha pelas pernas, série de gajas na TV e muito mimos.
[Pode parecer contraditório, mas a verdade é que uma coisa não invalida a outra.]
Vocês sabem que eu sou uma bestinha insensível, certo? Que não dá esmolas nem gorjetas?
E não divulgo no blog cenas de boa pessoa, tipo resgatem os gatinhos, dêem sangue, comprem arroz para o Banco Alimentar, ajudem os migrantes, etc e tal? Quando faço algo deste género, não o faço para ter lugares no céu e portanto além de não divulgar, não acho que deva apontar o dedo a quem nao o quer fazer, mesmo que possa (cada um sabe de si, e o governo sabe de todos).
Lembro-me de uma campanha solidária movida por uma conhecida blogger em que determinada padaria não quis colaborar (se calhar colaboram noutras coisas, se calhar não tinham orçamento para tal, se calhar não quiseram e pronto) e foram malditos na via pública por uma opção que lhes pertence e a mais ninguém.
Portanto se eu fizer um apelo por qualquer coisa, é coisa séria, sim? Séria e egoísta neste caso. Faço-o por medo.
Apesar da minha família ter historial de todas as doenças e mais algumas - e portanto é quase certo que eu vá padecer dessas e não de outras - há uma que, não fazendo parte da minha herança genética (que eu saiba), me assusta mais do que todas juntas. O Alzheimer. Ser eu, deixando de ser eu. Estar ao pé dos meus e eles não me terem.
A Alzheimer Portugal organiza anualmente um passeio de nome bonito (notem que não é corrida, é passeio, uff): o Passeio da Memória. Para alertar para a doença e para angariar fundos para a associação (que dá apoio não só aos doentes, como aos amigos e familiares), numa iniciativa a decorrer em 18 cidades por todo o país (incluindo as nossas ilhas) entre 19 e 21 de Setembro. A inscrição envolve um donativo de 5€
Vejam todas as informações no site oficial do Passeio da Memória e não deixem de visitar também o site da Associação ou sigam-na no Facebook para saberem tudo o que por la se faz.
E não há desculpas, se eu, lontra de sofá, vou, vocês tabém podem ir. Até os amiguinhos de 4 patas podem ir (vêm como estou estremunhada? Agora até chamo amiguinhos de quatro patas aos cães!).
Agora não se esqueçam...
A Ana diz aqui o que eu digo muitas vezes: é pena não ser um braço partido para as pessoas perceberem que é igualmente incapacitante. Na verdade chega a ser como ter os dois braços partidos.
Desvaloriza-se, como eu, sempre cética, pragmática, terra-a-terra, também desvalorizei ("ultrapassa-te, isso é psicológico"). Até sentir mais de perto, - não em mim, mas nos meus, - o poder de algo assim.
E da depressão ainda se fala (embora não se compreenda)...mas há todo um mundo de patologias desconhecidas do público e muitas vezes de médicos que drogam por default para a depressão sem se esforçarem mais que fazem as pessoas passar por "preguiçosas" ou "irresponsáveis" quando têm sobre elas um peso que poucos de nós [felizmente] alguma vez entenderemos. Mesmo quando sorriem às adversidades quando se cruzam contigo.
Já me cruzei com muita gente que andava claramente a prevenir Legionella há um bom tempo, mesmo antes deste surto.
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