De borla até injeções na testa. Então e se for um pack Odisseias? Com acesso a promoções de norte a sul do país em várias experiências de sonho, nomeadamente algumas? Toca a participar que quem oferece sou eu e só vos custa uns "likes" e três linhas no formulário abaixo (sem partilhas, para verem como sou vossa amiga - às vezes). Temos de nos inspirar para pôr a render os prolongados meses de bom tempo que nunca mais chegam, mas certamente se aproximam e as coisas boas da vida estão todas (quase) dentro de uma caixinha como esta que tenho para um de vós.
O pack inclui 200 experiências a metade do preço, de norte a sul do país. 50 estadias em hotéis, 50 restaurantes, 50 spa's e 50 aventuras. Eu e o Moço já temos o nosso no porta-luvas e às vezes de forma planeada, outras vezes espontâneamente por estarmos na imediações, acabamos a usar o pack e a experimentar restaurantes ou atividades que não faríamos de outra maneira.
As regras são simples:
1. Gostar das páginas de Facebook Maria das Palavras (esta) e Odisseias (esta) 2. Deixarem um like ou reação ou comentário neste post de Facebook, assim mesmo à vontade do freguês que isto é só para verificar mais facilmente o user de Facebook que mencionarem no formulário abaixo. 3. Preencher o formulário abaixo até ao final do dia 10 de Junho. 4. Esperar que seja o vosso nome o sorteado pelo Random.org a 11 de Junho.
O nome do vencedor será publicado no blog e contactado por email nessa mesma data - 11 de Junho. Terá até 20 de Junho para responder para o email do blog, dando a morada para que eu proceda ao envio do prémio. Isso ou vou oferecer o pack a um dos meus amigos da "vida real" que já se queixam que é sempre tudo para vós e me rogam pragas perigosíssimas.
Quando me convidaram para ir ao kartódromo por ocasião do aniversário daquele amigo, não pensei duas vezes: claro que sim! Nunca tinha andado de karts e sou menina dada a experimentar sensações novas. No entanto, à medida que a data e hora se foram aproximando, muito especialmente naquela meia hora anterior à corrida a olhar para outras pessoas na pista, o meu medo foi crescendo.
Medo de morrer? Ter um acidente? Magoar-me? - perguntam vocês.
Medo de fazer figura de parva - respondo eu.
É que, pensado bem, a morte é inevitável, mas fazer figura de tola não. Pelo menos posso baixar o grau de probabilidade de o fazer. Em todo o caso já tinha dito que ia e considero que desistir também é fazer má figura, pelo que avancei. Convencida de que ao menos era uma experiência nova e que na pior das hipóteses faria o caminho todo a meio kilómetro à hora - paciência! -, já me tinha certificado que ninguém esperava mais de mim. Baixar as expetativas é chave em tudo na vida, digo-vos eu.
O primeiro percalço foi, aliás, logo em casa quando o Moço sugeriu que calçasse ténis para ir ao kartódromo. O quê?! Vou ter de sair da minha zona de conforto e também do meu calçado de conforto? Nem pensar. Concordámos numas botas velhas, rasas, de atacador e juro-vos que logo ali me subiu um pouco a confiança (tinha experimentado antes as sapatilhas e já me estava a sentir uma criança de sete anos - já sei que sou uma esquisita).
Mas vamos ao kartódromo. O grupo de amigos nossos que correu antes teve de tudo: despistes, piões, amigas minhas que odiaram a experiência e foram sempre devagar a rezar que acabassem os 15 minutos. E eu pensei: pronto, está tudo visto, pior não hei-de fazer e se fizer igual não me envergonho. Lá segui o senhor que nos deu toucas de papel para esconder o cabelo antes de enfiarmos o capacete e gracejei "que bom! dá para andar de karts e fritar rissóis". Ninguém achou graça. Fi-lo prometer que alguém me acudiria se ficasse parada na relva (mal sabia eu). E vamos a isso, que se um par de canalizadores consegue, eu também (falo de Mário e Luigi, na Nintendo).
Assim que entrei no kart, e vi como aquela porra é tão chegada ao chão, comecei a fazer um check mental em "coisas que experimentei uma vez não-sei-como, mas se calhar já não repito". O senhor vai pondo os karts à minha frente a funcionar e eles vão arracando, com banda sonora de corta-relvas. Quando chega à vez do meu...o kart não pega. Pois é, arranquei devagarinho praí à quinta tentativa, o medo do kart se incendiar juntou-se ao medo de fazer figura de tola. O sacana do carrinho corta-relva falhou-me mais duas vezes! Ao longo do percurso, ainda na primeira volta, lá falhava e eu esperava pelo senhor que vinha a andar na pista e me ajustava qualquer coisa, voltava a dar à corda e eu arrancava novamente. Bonito! Assim é que os 15 minutos iam passar depressa - comigo encostada à box.
Mas depois deixou de falhar. E eu fui ganhando confiança. Deixando de travar. Fazendo as curvas mais a abrir. Acelerando a fundo nas retas. E quando o tempo acabou, estava preparadíssima para recomeçar, agora a todo o gás, e fazer melhor que da primeira vez. Conclusão: recomendo vivamente. Como disse uma amiga que experimentou antes de mim: o segredo é perder o medo. E como podem ver nas fotos acima, tenho um estilo que arruma a um canto o próprio Fittipaldi.
Está decidido que repetirei a experiência. Resta-me só decidir agora que castigo aplicarei ao Moço por me ter ultrapassado quase no final da corrida...
Moro à volta dela há uns dez anos: primeiro de um lado, depois do outro. Estive para ir lá cerca de muitas vezes. Nunca fui. Filmes em exibição há 30 anos, imagine-se. No último andar a contar de cima de um centro comercial pequeno, antigo mas cuidado, com lojas de nicho. Muitos filmes europeus, mas também passam os da moda. Poucos de cada vez: duas ou três salas? A bilheteira cá em cima, os filmes lá em baixo.
Íamos a medo: esta sim seria a primeira vez. E se ninguém vai lá e é uma sala descuidada, com lixo, sei lá?...E se o ecrã não tem definição, o som não tem qualidade?...Que se lixe. Já é tarde para adiar outra vez.
A senhora pára a conversa com a menina da banca de revistas e entra na divisória para nos vender um par de bilhetes. Sem nos culpar por lhe interrompermos a sessão de codrilhice. Nós divertidos com aquela bilheteira sem filas, os lojistas à volta continuam a conversar amenamente uns com os outros.
Lá em baixo a porta da sala já está aberta e há ninguém para nos receber o bilhete. Entramos a medo. A sala simples e arrumada tem um perfume fresco. Não é mais pequena que as pequenas dos grande shoppings. Sem lugar marcado. Poucas pessoas espalhadas pelos melhores lugares. A maior parte das pessoas veio só consigo. A senhora da bilheteira espreita para reconhecer sentados todos os que lhe pagaram o ingresso.
E começa o Samba. Sem publicidade. Sem intervalos. Sem barulho de pipocas. Sem luzes de smartphones. E acaba o Samba.
Voltamos a pé, satisfeitos: o caminho desta sala de cinema para nossa casa pode fazer-se a pé e para mim isto é muito da felicidade. Voltaremos tantas vezes quando pudermos, ó Cinema Medeia do Fonte Nova. Sobretudo em noites de Verão, a pé, pela mão um do outro. Provavelmente, eu levarei um gelado que ele me oferece a caminho. Prometo que o devoro antes de entrar na sala, onde é proibido comer. Espera e vais ver.