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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

08
Fev17

Velas acesas em mim.

Maria das Palavras

Hoje é (mais um) dia de torcer pelo melhor nas coisas que não posso controlar. Acendo as velas todas da alma e rezo ao Deus em que não acredito. No fundo, não faço nada senão levar o dia como tenho de levar, mas com uma sensação de vácuo no peito. Sabem como é, não sabem? Uma moínha entre os dois pulmões? E fazer o meu melhor para permanecer na calma de que as coisas graves não são estas. Que a gravidade dos problemas é relativa. Que a vida se resolve, mas se não se resolver, há sempre meio de continuar, melhor, pior, de maneira diferente. Que as coisas pequenas nunca terão de mudar. Como ele a olhar para mim, despenteada, mal-humorada, de remela nos olhos, a dizer que sou linda. E eu a abençoar a sua miopia que desponta. 

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27
Jan17

Como correu a tua semana, Maria?

Maria das Palavras

Deixem-me contar-vos isto. Juro que tem um propósito. Desde a adolescência que a minha cara é molestada por borbulhas. Nunca tive acne daquele agressivo, mas tenho a pele oleosa com tendência à borbulhagem (desculpem as imagens mentais, não é tão mau como soa) sobretudo em determinadas alturas do mês (women will know) e em alturas de stress.


Desde há praí meio ano que consegui bater esta tendência (abençoados 30). Finalmente encontrei uma rotina simples de limpeza da pele que RESULTA comigo. O problema nunca foram tanto os produtos, era mais a minha fidelização a processos morosos. Mas talvez também os produtos, porque os usava por um par de semanas, mas depois sem ver logo resultados desanimava e pronto - rotina de limpeza pró beléléu.

Assim sendo, há meses que não tenho borbulhas evidentes. Esta semana? Tenho o Vesúvio em erupção no buço (volto a pedir desculpa pela imagem mental). E não é essa altura do mês. Isto só para saberem como foi a minha semana. Quase irónico, para quem começou a segunda-feira com uma afirmação arrojada.

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26
Jan17

Como quem não diz nada e diz tudo.

Maria das Palavras

Enquanto o mundo tropeça, tento entusiasmar-me com as vitórias recentes de quem me é caro e com os planos para dias que já não vêm tão longe que não se alcancem com a vista. Espero saber sempre ver como as coisas pequenas são maiores que as grandes, mesmo que a semântica da frase esteja bêbada. 

 

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Este fim-de-semana, por exemplo, vamos a Sintra. Cometi a proeza de incentivar o Moço a deixar o carro quieto e usarmos o comboio, partir à aventura de mochila já que a estadia é tão curta quanto um dia a passar para o outro e a viagem não demora. E esse detalhe que até me vai custar nas pernas (e provavelmente na paciência), faz-me feliz. Quase que adivinho o arrependimento, mas não me importo.

 

E tive outra ideia, coisa de ser tonta e irrequieta e me darem vontades de experimentar coisas e não conseguir esperar. Esta tem a ver com o blog. Ocorreu-me num impulso. Quem sabe não achem graça nenhuma. Quem sabe até gostem. Mas que tento, lá isso, já ninguém me tira. 

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20
Jan17

Memórias ao dia 20

Maria das Palavras

Daqui a pouco tempo já terei vivido tantos anos com o meu avô quanto sem ele, o que me parece francamente inacreditável, tal é a importância que teve na minha vida. Fazíamos quadras os dois (ele também era "das palavras" mesmo com a 4ª classe), íamos buscar àgua à fonte, ele deixava-me alimentar os coelhos à boca e carregar os baldes (vazios) até à parte afastada do quintal onde corria água e cresciam as favas. Ao fim do dia, eu lia com a cabeça pousada na barriga dele enquanto dormia ou via televisão.  Mostrou-me mais do nosso país, os três no carro, a ficar em pensões numa altura em que o Booking era mesmo chegar e ver se havia lugar para nós, do que tenho visto ultimamente (e não é por falta de passeio). Fomos a Salamanca e quando ele pediu um café solo trouxeram-lhe um pêssego. Coisas pequenas que ocupam um espaço grande na minha memória. 

Hoje ele faria 83 anos, apesar de não ter chegado a celebrar os 70. Foi-se embora pouco antes dessa ocasião, na passagem de ano, e os anos nunca mais passaram para ele. A vida continua para quem fica, porque tem de continuar. E todos os anos que vivi ao lado dele foram prenchidos de tudo, pelo que não me podem entristecer, só deixar saudade. Só há uma coisa difícil de aceitar: que ele, um dos (três) homens da minha vida, não tenha conhecido o Moço, para saber que tenho quem tome bem conta de mim e me deixe ler em cima da barriga.

 

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11
Jan17

Resolução de um dia qualquer

Maria das Palavras

Hoje não é ano novo para mim, nem para o mundo. Ainda assim é hoje (todos os dias?) que quero implementar a minha resolução. Nem sequer a resolução é nova, mas como é uma tentativa que tem de se renovar a todos os segundos vou escrevê-la (outra vez). Talvez assim pegue de vez. Talvez assim pegue por hoje.

 

Sinto que os anos que passam me melhoram e me amargam. Nunca fui mais feliz do que sou hoje. Nem mais carregada de preocupações. Nunca fui mais segura. Nem mais consciente das minhas fraquezas. Tenho tudo constantemente em loop na cabeça (quão leve será um passarinho ingénuo?). Tenho a sapiência de saber no que me devo focar ou deixar de lado a cada momento. Sei o que posso controlar e o que devo esperar - ou não - dos outros. Sei que a maior certeza é que os planos podem ser mudados.

 

Então descontrai, Maria. Aprende a viver com isso sem que isso viva dentro de ti. Sorri mais e preocupa-te menos. Depois de fazeres o que podes, o que tiver de ser, será.

 

[Ao escrever isto lembrei-me de algo que até tenho medo de dizer em voz alta: será que é de exercício físico que estou a precisar? Sem ser só para o corpo, mas para aliviar a mente? Um iogazinho?  (e não sejam ordinários)]

 

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24
Dez16

É quase meia-noite.

Maria das Palavras

As tradições (as nossas, como as do mundo) servem para nos emprestar um sentimento de conforto. Com tanta instabilidade, mudança, evolução e marcha-atrás da vida, faz-nos falta saber que há coisas que não mudam. Ou que não mudam enquanto isso depender de nós. 


Há muitos anos - e está gravado numa cassete VHS - eu, a minha irmã e as minhas "primas do Natal" gritávamos aos saltinhos é quase meia-noite, é quase-meia noite com a aproximação pintada de adrenalina da hora décima segunda, qundo o galo canta a missa e nós abrimos as prendas. Tenho trinta anos e já não podemos, porque as coisas mudam, lá está, passar o Natal com as primas. Mas continuamos a esperar pela meia-noite, como se crianças houvesse, para abrir as prendas. E cantamos baixinho, cada uma só para si, mas em coro se virmos bem: é quase meia-noite, é quase meia-noite.

 

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20
Out16

Às vezes gostava de ser um parafuso.

Maria das Palavras

Imagem retirada de incrivel.club | Autores: Mikael Wulff e Anders Morgenthaler

 Autores: Mikael Wulff e Anders Morgenthaler


Não serei certamente a única. Nem sou nem de perto a pior. Sou até das pessoas mais práticas e pragmáticas que conheço. No entanto, acontece.  Quando estou mal, estou mal. Quando estou bem, lembro-me que me estou a esquecer do que está mal. 

 

Creio que é falha humana, fomos mal programados. Gostava de pôr as preocupações e sonhos inalcançáveis no pasta da reciclagem e esvaziá-la. Gostava de pôr o lado lunar no vidrão e deixar que a Sociedade Ponto Verde tomasse conta do assunto. Gostava de embrulhar os medos com papel colorido do Toys'R Us e oferecê-los a outra pessoa que quisesse lidar com eles. Pois. Ninguém. Mas eu também não gosto de receber bombons com recheio de licor no Natal e aceito-os com delicadeza.

 

E quando estou a tentar entrar no modo carpe diem (porra para quem inventou isso) e tenho uma Mariazinha vestida de branco a usar auréola à direita a dizer "aproveita" e a outra Mariazinha de vermelho e pequenos chifres de vermelho no ombro esquerdo - não estou a tentar fazer nenhuma analogia política - a dizer "não te estás a esquecer disto?", gostava mesmo, mesmo de ser um parafuso. Ou um vaso de flores. Ou a página de um livro. Ou o atacador de um ténis. Qualquer coisa menos eu. 

 

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13
Set16

A Maria sem saudade.

Maria das Palavras

No caminho para a consulta de ontem, passei à minha porta de muitos anos. De lá saía uma noiva. Assim do nada. Daquela porta de entrada de prédio onde passei tantas vezes saía uma mulher vestida de noiva. Parei para pensar (parei apenas metaforicamente, que já ia quase atrasada) no tempo que lá vivi. Foram quase dez anos, que acabaram há perto de três. Espremi o peito por um bocadinho de saudade e não saiu nada. E fui feliz ali, que bem sei. Fui feliz e infeliz, morei sozinha e acompanhada, estudei, trabalhei e fiz nenhum, levei lá muitos amigos a comer bacalhau com natas e um tacho de conversa, vi jogos da seleção sentada no chão, na micro-TV com colegas em volta de braços no ar, ri-me, chateei-me, cacei osgas e pus vinagre na varanda para afastar os gatos que a tomavam por urinol. Os momentos ficam onde pertencem. Gostei de viver esse tempo, como gostei da minha infância de brincadeiras à volta da casa de terreno grande dos meus avós, onde as maiores preocupações da minha vida eram apanhar uma carraça que me matasse de febre amarela ou engolir uma pastilha. Como gostei da adolescência das paixões desmesuradas e não correspondidas, quando jogava volei com a C. junto às varandas altas dos vizinhos e me fechava no sotão com a P. a ensaiar canções da Céline Dion em francês. Não tenho saudades do que vivi, estou bem no meu tempo que num ano transato. Não por estar melhor ou pior. Mas porque tudo tem um ordem mais ou menos caótica e eu sinto-me bem a seguir a minha.

 

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