Aqui estão os conselhos preciosos para quem chega à sexta-feira e parece que já vê o fim de Domingo, para quem não dá pelo fim de semana a passar, de tão fugaz que este se lhe apresenta. Eis os truques infalíveis para que qualquer fim de semana normal pareça um ano de 15 meses, a pôr em prática das 18h de Sexta-feira às 23h59 de Domingo:
Colocar uma música de Anselmo Ralph em loop contínuo.
Propôr-se a ver de enfiada todas as temporadas da série paquistanesa mais badalada do momento. Sem legendas.
Oferecer-se para tomar conta dos filhos da vizinha enquanto ela faz uma escapadinha ao Gerês. São trigémeos.
Espetar um parafusinho no joelho e tentar fazer a vida normal.
Passá-lo com a sogra.
Não têm de quê!
Não só vai parecer que o fim-de-semana foi uma eternidade, como sentirão alívio (ou pura alegria) ao ver a segunda-feira chagar. Se tiverem mais destas fórmulas mágicas, não hesitem em partilhar.
Começo por te fazer notar que te respeito: não te chamo S.Pedro, como outros. É ridículo que te tomem por entidade religiosa, quando és obviamente laico: bem reparo que às vezes chove nas procissões lá da terra - e ensopar as santas só pode ser piada de ateu.
Depois, ao contrário de talvez todos os outros seres no Universo, não quero reclamar contigo ou insultar-te. É que até te compreendo. Eu própria ando numa fase mais confusa da vida. Uma pessoa nem sempre se sente no seu melhor, nem sempre se sente capaz de seguir as regras, nem sempre se reconhece a si mesmo. É uma espécie de adolescência na vida madura, em que nada parece fazer sentido no que somos ou fazemos – muito menos sabemos para onde vamos e não há plano que nos valha. Juro que percebo.
E agora que mostrei que te compreendo, gostaria que me compreendesses também. Não é que a alternância irregular entre o frio e o calor, a chuva e a seca, me faça assim tanta diferença... Mas hás-de entender que só tenho um armário para pôr a roupa toda que fui juntando ao longo dos anos . Que desde que juntei os trapinhos (literalmente) nem desse armário me posso servir por inteiro. Que as três gavetas bem negociadas na cómoda não chegam para a roupa de todas as estações ao mesmo tempo. E nem me ponhas a falar de sandálias e sabrinas a conviver com botas no pouco espaço útil reservado ao calçado. É que assim, com estes teus novos hábitos (ou falta deles) não posso mandar roupa da estação passada para os cantos escondidos e inalcançáveis(ou para a casa da mamã). Por aqui também há crise – e é económica – as casas são pequenas e não consegui convencer ninguém que a cozinha devia ser substituída por um closet e jantávamos sempre fora.
Por isso queria pedir-te com muito jeitinho que resolvas de uma vez por todas essa tua indefinição...ou ME DIGAS ONDE É QUE ACHAS EU POSSO PÔR A PORRA DA ROUPA TODA.