Eu sei, eu sei. Três dos quatro posts desta rubrica são "vá para fora cá dentro". Mas não deixa de ser uma descoberta. Não deixo de estar a respirar oxigénio de outro lado. Não deixa de ser uma viagem.
Esta levou só 48 horas, mas soube-me pela vida. E partilho convosco algumas fotos do passeio junto à marina...e do meu lanche (muahahahaha).
Quem está por Lisboa nem dá por nada (só sabe que vai lá comer peixinho bom e barato) e tem aqui uma cidade linda por conhecer, mesmo ao lado. Tive exatamente 48 horas para fazer um compasso de espera na correria da vida e aproveitei cada minuto para conhecer bem mais uma cidade portuguesa pelo lado de dentro, na companhia do Moço e de mais um par de amigos.
A estadia foi no Hotel do Sado e o objetivo do fim de semana era ver os golfinhos. Lá fomos num passeio de barco XPTO com nome de "Wine Sunset Party" com a empresa Vertigem Azul. Por 25€ (os passeios normalmente são 30€, mas este era patrocinado por marcas da região) houve direito a prova de vinhos, tortas e queijo de azeitão e sol na cabecinha. Também pudemos rebolar na rede na frente do veleiro/catamaran, feitos lordes. Golfinhos é que nada. Diz que a probabilidade de os vermos era de 95%, mas desconfio que há muita gente que fica ali nos 5% que faltam. Pois bem, não fizeram falta. Que isso de animais que parecem peixes e depois são mamíferos cheira-me desonestidade.
Fiquem com as imagens da cidade, das paisagens a bordo e na Arrábida, do convento de Jesus (em restauração, só vimos a capela - mas o curador deu-nos uma autêntica lição de história, das boas e de graça) e do mercadinho.
Não há duas sem três e parece-me que não vai haver três sem mais. Se Paris sozinho não fosse boa razão, se os amigos que lá tinha não chegassem também, agora tenho família lá emigrada como desculpa.
O que gosto mais é de ouvir a língua (tanta gente discorda de mim no amor à língua francesa) e tenho uma grande mágoa em não a treinar mais para desenrolar o vocabulário esquecido. E é mentira que as francesas não tomam banho, nem se depilam, já agora. Ou melhor, é tão verdade como todos os portugueses terem bigode (incluindo as mulheres).
Da primeira vez fui sozinha, da segunda raptei a minha irmã e divertimo-nos muito e da terceira levei lá o meu amor. Queria afinal, fazer jus ao outro apelido da cidade da luz. Li algures que o dinheiro que dispendemos em viagens é o único que nos deixa mais ricos em vez de mais pobres. E eu só queria ser assim para lá de rica, a gastar cada cêntimo em viagens.
[Na foto sou a de chapéu (a ser perseguida pelo pássaro), junto à Catedral de Notre Dame, vista pela lente do meu rapaz - que tirou e tratou a fotografia para ficar assim tão bonita. É ou não é um talento, o meu amor?]
Foi uma viagem do tipo "cá dentro" mas nem por isso vale menos das mil palavras e algumas imagens que partilho convosco (por entre as dezenas que registamos).
A Quinta dos Loridos ou Buddha Eden Garden (Jardim da Paz) fica a cerca de uma hora de Lisboa (no Bombarral) e a entrada fica-se pelos 2.5€ por pessoa. Ideal para um programa a dois, familiar ou, arriscaria até, sozinho, para um pedaço de sossego.
Também se pode aproveitar a boleia do comboio que por lá anda a fazer uma visita de 20 minutos, com paragem nos locais de destaque, mas para quem gosta de passear, ver tudo com a sua calma (e não se sinta pressionado a palmilhar os 35 hectares do jardim) o ideal será visitar a pé. Budas, dragões Koi, soldados de terracota, muitas outras estátuas em mármore, obras de arte contempoâneas, um lago gigante e jardins com labirintos a perder de vista.
É daquele tipo de sítios em que uma pessoa nunca sabe se deve seguir pela esquerda ou pela direita, de forma a não perder nada. Dava um bracinho para ter tido uma setas a indicar o melhor percurso. Mas pronto, assim mantive o bracinho e não deixei de aproveitar bem a visita.
À saída obrigam-nos a passar à loja de recordações, que é mesmo uma loja de vinhos, com destaque para o Bacalhôa, que é o da casa.