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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

14
Jun16

O senhores do talho da minha rua

Maria das Palavras

(sim, sempre os dois, a toda a gente) excedem-se tanto nos desejos de "saúdinha" quando as pessoas vão a sair já aviadas, são mesmo tão enérgicos e insistentes neste voto de saúde, que só me ocorre que estejam a ser irónicos porque sabem das porcarias que estão embutidas na carne que levamos.

 

"Adeus, saúde *cof-cof-ai-se-soubesses-as-hormonas-que-aí-levas-cof* muita saúdinha e boa tarde com muita *ahahahahahah (risada maléfica interior)* saúde!"

 

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07
Jun16

Maria, a embaraçadinha do costume.

Maria das Palavras

Os meus episódios com a vizinhança já são mais que usuais. Desta vez impressionei os vizinhos novos, um casal jovem que se está a mudar para cá. Passei por eles, claramente em mudanças, e depois de trocarmos um boa tarde, penso que posso avançar em simpatia:

 

- São os vizinhos novos? Prazer! Nós moramos mesmo mesmooo aqui em cima do vosso apartamento, se houver barulho queixem-se a nós.

hand-truck-564238_640.jpg

 

Brincalhona, muito sorridente, eles também, então boa tarde que eu continuo pelas escadas e vocês continuam a arrastar mobília.

Duas coisas:

 

1) Dizer o nome tinha ficado bem, mas suponho que posso ser só a "vizinha de cima" para eles.

2) Isso se eu fosse de facto a vizinha de cima...à medida que continuei a subir as escadas percebi (sim, moro cá há dois anos) que ainda era mais um andar. Menti-lhes, menti-lhes...

 

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05
Mai16

As obras de Santa Engrácia.

Maria das Palavras

O prédio onde moro está em obras desde que o conheço. Primeiro, restaurou-se a casa onde vim morar (essas livrei-me de as ouvir) e a partir daí todo um folclore de renovações em cada piso, por fora e do avesso. Não são todas as semanas, não. Normalmente calha naquelas em que o Moço trabalha durante a noite, para depois poder dormir ao som da quinta sinfonia do martelo e da opereta da rebarbadora.

Ontem o senhor do 2º esquerdo, um velhote de membranas de cataratas em cima dos olhos e calças muito subidas, veio bater-me à porta. Corrijo: veio espancar-me a porta e a campainha. Quando ouvi a pressa com que me chamavam (salvo seja, que nem ele sabe o meu nome, nem eu o dele) corri a abrir a porta e encontrei-o. Disse-me que caiu lixo da chaminé, por causa das obras [e eu com isso?]. Disse-lhe que fosse falar ao senhorio, que ainda aí andava. Indiquei-lhe as escadas, onde ele podia encontrar as pessoas que de facto tinham alguma coisa que ver com o assunto e podiam ajudá-lo. Ficou especado à minha porta. Com modos brutos, a dizer que lhe caiu lixo para cima do fogão [e eu com isso?]. Note-se que estamos a falar de uma pessoa com quem nunca troquei mais que bons dias.

Fui com ele, entre a pena do senhor que se via atrapalhado e a vontade de o mandar à fava, porque pode ser idoso, mas não lhe fiz mal nenhum, nem vi motivo para me bater à porta [o que é que eu tinha a ver com aquilo?], quanto mais para ele estar a falar comigo como se eu fosse a sua neta mal comportada.


Lá entrei na casa com muitos tapetes, como a da minha avó, e depois na cozinha. Lá vi a fuligem em cima do fogão. E agora como é que eu faço o jantar? atirava ele, voz grosseira.  Eu pensei, não quis dizer, que o vigor que não lhe faltou para me deitar a porta abaixo, podia usá-lo para limpar a fuligem. Não quis ser malcriada, como ele foi. Ele continuava na expetativa não sei bem de quê: que eu lhe limpasse o fogão? que lhe fizesse o jantar? que fosse remendar a chaminé ao telhado? que pedisse desculpas de joelhos por algo que eu não tinha feito?

Fui chamar as pessoas que podiam tratar do assunto, os senhores das obras que garantiram que já iam parar, que iam ligar ao senhorio a explicar o sucedido e chamar a senhora da limpeza que por ali andava para acudir ao fogão. Saí de fininho. Estou convencido que ele queria que eu ficasse até começar a fazer o jantar.

 

Mas estas obras nunca mais acabam?...

 

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07
Abr16

A ordinária da vizinhança II

Maria das Palavras

Intercomunicador (imagem Pixabay)Se da primeira vez fiz de ordinária libidinosa, desta vez fiz de ordinária mal-criada.

Cheguei a casa perto da meia-noite, com sacos de compras (desinteressantes e necessárias) nos braços. Assim sendo, sabendo que o Moço estava em casa, toquei à campaínha em vez de mergulhar no universo infindável da minha mala para alcançar as chaves. Toquei umas quatro vezes, antes de ele atender e se fazer de engraçadinho.

 

- Quem é? 

- Anda lá, abre a porta.

- Quem é?

- Oh! Vá, deixa-te de brincadeiras, Moço, que eu estou ao frio e carregada. 


Já estava a ser um bocado àspera, com a  hora do Vitinho a aproximar-se (a partir das nove da noite já não sou funcional) e eu ansiosa para largar tudo e descansar um pouco. Não estava bem para aturar aquela brincadeira.

 

- Não é o Moço.


Ouve-se do lado de lá. Teria tocado para o vizinho? Será que sim?! Porra! E o que faço eu, Maria, nesta ocasião em que toco inadvertidamente para a casa do vizinho a horas indecentes e vejo que me engano?


a) Peço desculpa.

b) Perco o pio.

c) Desato a rir.


Bingo. Desato a rir. De nervos, só pode. Não disse mais nada. Ele lá me abriu a porta e eu fui subindo as escadas, apercebendo-me, à medida que subia, de tudo o que tinha acabado de fazer. Fui entrando em choque gradual com o meu bonito engano e a minha ainda mais bonita reação. 

Ainda demorei um bom par de horas para me livrar da sensação de "fui uma besta completa, que horror de pessoa, o vizinho deve ter-me rogado tantas pragas".


Não quis tocar-lhe à campainha para lamentar, incomodando outra vez a uma hora indecente, mas hei-de ter de lhe tocar à campainha em breve para pedir desculpas pela deplorável atitude, mais do que pelo engano. Não sei bem quando. Seria mais fácil se me cruzasse com ele nas escadas. Mas ultimamente não me tenho cruzado com ele. É que - para a estocada final - o vizinho tem estado muito doente. 

 

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04
Mar15

A minha fama precede-me

Maria das Palavras

A minha mãe chegou a ter uma pequena retrosaria lá na terra - que começou num ímpeto e acabou de supetão, quando a assaltaram numa noite. Ainda lhe sobraram algumas mercadorias. Por exemplo, este fim-de-semana, ela perguntava-me se queria ficar com umas peças de lingerie que ainda por lá tinha, cuequinhas sobretudo. 

Antes que eu pudesse responder, a minha irmã avança prontamente:
- Para quê? Ela vai deixá-las cair todas do estendal para os vizinhos, mesmo

 

Eu mereço

 

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06
Out14

A ordinária da vizinhança

Maria das Palavras

Sou eu...

Já em tempos o Moço a estender roupa deixou cair para a janela do vizinho velhote uma das minhas cuequinhas pretas de renda. O vizinho nunca mais me olhou da mesma maneira.

Ontem foi a vez de me apresentar sem intermediários. A estender uma toalha, desenrolo-a e salta uma tanga verde alface (para se ver bem). Foi para o terraço da vizinha do primeiro andar. Sem stress. O vizinho do lado já nos tinha informado que era normal e sugerido que arranjássemos um acessório de pesca e uma corda para resolver o assunto. Moça prevenida, já tinha tudo em casa, montei a "cana" (que era um fio com um gancho no fim) e toca de a fazer descer até ao terraço. O vento não ajudava, não acertava nas cuecas e ainda eu estava a meio da minha tentativa quando oiço chegar...o cão da vizinha do primeiro andar. Puxei o gancho para não aleijar (ou trazer para cima) o animal e assisti impávida cá de cima ao cão a morder e esfocinhar as minhas ricas cuecas. 

Fiz um minuto de silêncio pela peça de lingerie, engoli uma lágrima guardando o luto para mais tarde e segui na tarefa de estender roupa.

Estava farta de estender roupa e já só faltavam umas peças pequeninas e finas (pois...mais cuecas). Peguei em 3 e juntei-as numa mola. Assim as levei ao estendal e as deixei cair no mesmo segundo.

Pronto, não podia evitar mais. Corri despenteada ao primeiro andar para a vizinha me safar algumas cuecas. 
O taradão do cão a ladrar fininho à porta. A vizinha afasta-o e pede-me que espere um bocadinho.

Entrega-me quatro pares de cuequinhas finas, rendadadas, do tipo que ela desaprova e aponta para as verdes: "estas o cão roeu".
A ordinária (que sou eu) agradece e volta para casa. Estende o resto da roupa (tudo miudezas) dentro de casa. Por hoje já mostrou roupa interior suficiente à vizinhança.

 

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14
Jul14

Sorrir com a voz

Maria das Palavras

A vizinha acha que eu sou simpática. Não sei se já lhe disse mais do que "boa tarde" um par de vezes, mas ela acha que eu sou simpática.

 

Tenho para mim que é do sorriso. O que nunca lhe entreguei com dentes que se mostram e lábios que se arreganham. Antes o que se percebe no tom de voz ou no olhar - que faz toda a diferença.

 

Às vezes é só isso que falta a um qualquer funcionário da repartição de finanças da Rua da Alfândega enquanto nos explica o preenchimento do modelo 37-F.

 

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