61 / 66 Dias sem Porcarias
Sabem as pessoas que vêm animais na forma das nuvens? Eu já ando a ver bacalhau com natas.
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Sabem as pessoas que vêm animais na forma das nuvens? Eu já ando a ver bacalhau com natas.
Ao sexagésimo dia apercebo-me que sou muito melhor a resistir a comida do que a matemática. Duas coisas em que estava convencida que era igualmente má. É suposto o desafio terminar na véspera da minha viagem, onde não posso (nem quero) coibir-me de comer o que bem entender. Ora a viagem começa no dia 8...O dia 66. Portanto eis a morte anunciada: no dia 66 já vou comer porcarias.
No Domingo passado quase perdia o comboio. Estivemos a encaixotar a casa toda em Lisboa e eu não tinha comido, mas ia fazer a viagem para Espinho bem em cima da hora de jantar. À volta da estação não há nada que se pareça com saúde (e se eu olhei languidamente para os hot dogs). O Moço que não gosta que eu seja nazi comigo mesma a custo de me prejudicar queria que eu comesse qualquer porcaria desde que não passasse fome. Fui firme. Com poucos minutos de sobra corri para o Celeiro no Vasco da Gama e escolhi uns quantos snacks: umas amêndoas, umas tostinhas de aveia, uma barra de granola (?), um sumo natural de ananás. Sei que fiquei saciada. Também sei que o rapaz sentado ao lado me rotulou, porque notei na sua expressão (olhando de esguelha) à medida que sacava dos meus lanchinhos. A maluca das sementes.
Mais uma semana. O que é uma semana? O que é uma semana para quem nunca tinha estado 5 dias (estou a ser otimista) sem ingerir um docinho ou fritinho ou processadinho e agora já leva 58 dias desta vida? Já me perguntaram o que vou fazer (leia-se comer) assim que o desafio acabar. Não faço ideia. Penso que não quero correr para nada em particular, só aproveitar o momento em que algo me aparece à frente da melhor maneira, seja uma Cola fresquinha (que saudades), um gelado ou um bolinho. Ou uma sandocha valente com TUDO. Ou simplesmente um filete de peixe (não como assim tantas vezes e nunca pensei que ia sentir saudades, mas neste momento já vale tudo). Assim que o desafio acabe vou passear (é verdade, é verdade) e portanto nem vale a pena planear qual será a primeira asneira. Também nem convem pensar muito no assunto, porque entretanto estou a babar-me.
Estou a chegar àquela fase da dieta em que me tento convencer que coisas absolutamente decadentes até podem ser saudáveis. Por exemplo, olhei para a lasanha congelada pré-confecionada do Pingo Doce e quase me convenci que encaixava na dieta dos 66 dias, porque no fundo era carne com massa e eu posso comer isso. Era mesmo só juntar uma saladinha e competia para invadir de forma isolada a fatia grande da roda dos alimentos.
Sabes que não gostas mesmo de mel quando é um tipo de doce que até meio que podes comer porque "diz que" é saudável mas até o aroma dele no chá te causa enjoos.
Nota: Eu não bebo chá com açúcar nem com mel (nem antes do desafio). Mas deram-me um chá de qualquer-coisa e mel a provar e não consegui passar do primeiro trago.
Quando se começa um processo de mudanças e há pacotes de batata frita meio-comidos no armário, o que é que lhes fazemos?...
Há momentos da vida de uma pessoa em que uma sandes é A solução. Como quando se faz uma viagem de comboio, carregada, mesmo ali em cima da hora de jantar, com o estômago a roncar.
Estou a tentar convencer-me que já não falta nada (13 dias) e depois posso provar tudo. O que pode resultar muito mal. Se o meu estômago fica a tolerar mal doces e fritos por causa desta aventura, vou auto-flagelar-me.
Desejo do dia: macarrão com Brie.
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