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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

04
Ago17

Num dia como outro qualquer.

Maria das Palavras

Ele disse: vamos sair para jantar.

Tínhamos muito que fazer. A casa desarrumada, comida por fazer para os dias seguintes (ao menos pôr qualquer coisa a descongelar?), uma máquina de roupa por estender, assuntos para tratar à secretária, muito trabalho.

 

Vamos sair para jantar. Assim.

Sem olhar às consequências do que fica para trás, sem fazer contas ao orçamento mensal, sem plano de onde seria o tal jantar.

Sentámo-nos à beira do muro, à beira da praia e ele ficou a olhar para mim como se eu fosse novidade.

 

Às vezes tenho saudades dos nossos primeiros encontros cheios de formigueiros, em pequenos gestos. Outras vezes não tenho, porque estamos lá outra vez. Estamos a entardecer quentes de sol e de amor e ainda nem sabemos onde vamos jantar. É como há 4 anos e meio: não temos certezas, só vontades.

Dali a pouco o sol vai iluminar o outro lado do mundo enquanto jantamos, dormimos e os dias recomeçam, parecidos uns com os outros. Nós vamos atarefar-nos com as minudências dos dias. E de outra vez qualquer ele dirá o mesmo: vamos fugir. 

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03
Ago17

Teoria Geral do Amor #1 - O Momento Make or Break

Maria das Palavras

Teoria Geral do Amor - MariadasPalavras.com | O Momento Make or Break


Creio que há um momento decisivo naquela fase inicial das relações em que a coisa dá para o torto ou se encaminha positivamente. Regra geral está nas mãos do elemento feminino, mas isto traduz só a maior parte dos casos que conheço e não toda a realidade. Passo a explicar: depois daquela fase dos primeiros encontros começa a crescer de um dos lados a necessidade de rotular a coisa. Já se sabe que se entendem bem, saem com alguma regularidade e são felizes nesses momentos a dois.


Então ela (lá está, genericamente, mas pode não ser ela) começa a pensar que pode mesmo "ser desta". E não vê porque não se hão-se de chamar os bois pelos nomes. Ou apresentar os bois à manada (leia-se amigos, pelos menos), assumindo uma relação. É raríssimo que os dois cheguem a este momento de realização ao mesmo tempo. E é aqui que a porca torce o rabo - para continuar nas metáforas do reino animal. 

 

O facto de o outro ainda não estar preparado para o rótulo "namoro" e querer simplesmente que continuem "a sair" ou não querer ainda apresentar-vos a amigos ou família por medo que depois a coisa dê para o torto e tenha de se retratar, não significa necessariamente que não ache também que o futuro dos dois pode ser risonho. Significa só que - lá está - têm ritmos diferentes. Normalmente é o homem que não se sente preparado para assumir que perde aquilo que chama de independência e liberdade de escolha (sem racionalizar que é uma escolha e que continua a ser uma pessoa livre em muitos sentidos), mas pode ser ela, ou qualquer das partes, sem género definido - há um mais apressado, outro mais cauteloso. 

E aqui dá-se o tal momento make or break - ou vai ou racha em bom português. Vai tudo depender de como a pessoa que já "chegou lá" exerce pressão  e de como a pessoa que ainda está a levar o seu tempo encaixa essa pressão. E a primeira pode ser particularmente impaciente, agressiva ou histérica a comunicar o seu estado de situação, sem perceber que isso não reforça certezas do outro lado, só desperta mais dúvidas. Tal como o segundo, o mais cauteloso, pode reagir com compreensão ou fugir de medo, sobretudo se for uma pessoa que sempre evitou o compromisso e estava a considerá-lo pela primeira vez, ou tem traumas anteriroes - daqueles que não são só desculpas. 

 

O meu conselho é que o primeiro comunique com calma e seja paciente. E que o segundo tente ver para além do tom com que as intenções do primeiro possam ser demonstradas. Este momento pode ser bastante tenso e ditar uma quebra que até podia não estar escrita. Normalmente é o momento em que isso acontece. Um já não atura que não seja uma relação assumida. Outro não quer ainda assumir a relação.

 

Nuns casos deve-se ao tal ritmo diferente. Noutros casos, a rotura que se dá neste momento é mesmo porque tinha que ser. Porque efetivamente o mais apressado nem sabe bem o que quer e só quer qualquer relação. Ou porque o mais vagaroso de sentimentos, de facto não está para compromissos e anda a fazer malabarismos com o coração da outra pessoa. E como identificar isso? Vale a pena ser paciente ou estamos a perder tempo? Isso já é história para outro texto, diria. 


Nada nesta potencial nova rubrica (querem que seja uma nova rubrica?) é científico ou estatístico, é tudo fruto da minha experiência, das pessoas que me são próximas e do que vou retirando de outras coisas que vou lendo e sabendo. É a minha singela opinião, que pode ser simplista  ou errada - e descontextualizada sê-lo-à de certeza pois cada caso é singular. 

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08
Jun17

Dois dedos de conversa #70

Maria das Palavras

OU a nossa relação em gíria futebolística:

Maria: O Porto nunca mais vai ganhar o campeonato.

Moço: Nunca mais?

Maria: Não. Desde que namoramos o Porto nunca mais ganhou. Enquanto estiveres comigo vai ser assim.

Moço: No primeiro ano o Porto ganhou…

Maria: Sim, mas eu não comecei essa época.

Moço: Verdade. Foste uma contratação de Inverno.

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25
Mai17

Palavras do Salvador* aplicadas às relações.

Maria das Palavras

Amor não é fogo de artifício. Amor é sentimento.

 

Fogo de artifício: Mil selfies de beijinhos no Instagram. Casamentos caros com estátuas de gelo. Declarações públicas mensais no mural do Facebook. "Desliga tu. Não desliga tu". Nunca discutimos. 

 

Sentimento: Torradas de manhã. "És linda" a meio de uma constipação. Uma mão a procurar a outra, pela calada.  "Já te disse que pares de roer as unhas ou corto-te os dedos!". 

 

*O que canta, não o que criou a Terra e assim.

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18
Mai17

Porque não tenho falado do Moço.

Maria das Palavras

Imagem Pixabay - Sozinha no Comboio

 

Nunca sei exatamente onde ficam os limites do que devo partilhar aqui ou não. Em teoria, sei: tudo o que é da esfera muito íntima fica de fora. Na prática, escrevo coisas neste blog que jamais diria em voz alta e parece-me que isso é mais íntimo que o número da segurança social. Assim sendo, vou levando a coisa como me apetece e dentro de bom senso. 

 

Alguém notou num comentário: não tens falado do Moço. E é verdade. A explicação é simples, mas não a tenho partilhado tanto como o tempo que ocupo a pensar nela e, olhando para trás, parece-me de mau tom, visto que tanto vos chaguei (e continuo a chagar) com a mudança que levou a minha vida e até me roubou tempo para escrever aqui mais e melhor. 


O que se passa é que o Moço deixou de morar comigo. Pelo simples facto de ainda estar a trabalhar em Lisboa e eu me ter mudado para norte já há uns meses. Parece que o fim desta situação está à vista, apesar de ainda não ter data marcada. No entanto, passamos muito pouco tempo juntos e há muito menos episódios típicos nossos para vos contar. Já para não dizer que eu sou completamente inapta para relações à distância (tenho confirmado, mas já desconfiava), visto que gosto pouco de falar ao telefone para mais que coisas práticas e no geral sou estranha de saudades.  

 

Tudo somado e dividido, tenho tido menos tempo para o Moço do que para o blog (sim, ainda menos) e isso reflete-se em cada texto. Mas está tudo bem, agradecida pela preocupação. Continuamos a ser os mesmos tontos apaixonados - mesmo quando passamos vários dias que mal falámos, quando tudo o que falamos são ninharias, até quando nos zangamos a sério. E isso é que interessa.

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16
Mai17

Na música, como no amor.

Maria das Palavras

Deste Sábado ficam-me dois eventos na memória e nenhum mete terços ou bolas. O primeiro tem carroceis, farturas, gelados de máquina, a minha família e o meu sobrinho pela primeira vez num cavalo roxo, na feira de Maio. O segundo começou de manhã comigo a cantarolar ao ouvido do Moço, para o acordar, a música que levaria mais longe o nome de Portugal à noite. Têm os dois a mesma importância para mim. São memórias igualmente felizes e inesquecíveis. 


E as palavras que ecoam são "tia, outra vez?" e "a música não é fogo de artifício, é sentimento".

Engraçado como se parecem. Dizem a mesma coisa. Falam de amor. As coisas mais bonitas da vida não são as mais caras ou que mais cativam a vista. As coisas mais bonitas da vida, tantas vezes, são as que sussurram em vez de gritar. 

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14
Abr17

How'bout a date?

Maria das Palavras

O tempo Maria&Moço tem-se reduzido à presença em eventos familares ou de amigos. Minto. Exagero. Normalmente temos algum alone time enquanto viajamos de carro entre cidades e jantares ou almoços ou lanches. Ha ha ha. E não sei dizer que não porque quero (re)ver toda a gente e sentir que as coisas não mudaram assim tanto e chegamos para tudo. Temo-nos esforçado de tal forma que só não chegamos para nós.

 

Acham que estou a exagerar? Lembrem-se que o Moço trabalha por turnos, várias horas de quase todos os fins-de-semana. Et voilá. Começo a achar que quando passar esta fase de desencontro agravado, em que moramos em cidades diferentes, temos de voltar aos básicos: como te chamas? qual é a tua cor favorita? és alérgico a alguma coisa? Ai, odeio que me toquem nos pés.

 

Há que contrariar. Há que transformar minutos em horas. Acender uma vela para tornar especial qualquer jantar de sobras. Há que dizer não a toda a gente e sim só para nós, baixinho, ao ouvido. Há que rodar a chave na porta, silenciar o telefone, apagar a TV e desligar o mundo. 

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