2 anos
Não sei se não acredito que já passou tanto tempo ou se o incrível é já não me lembrar de como era quando não tinha um blog. Obrigada a ti desse lado. Por isto.
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Não sei se não acredito que já passou tanto tempo ou se o incrível é já não me lembrar de como era quando não tinha um blog. Obrigada a ti desse lado. Por isto.
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Voltemos à semana passada, que o relato ainda agora vai na segunda-feira. Depois do almoço de aniversário na baixa lisboeta e de voltarmos a casa para terminar as malas, prosseguimos para a casa dos pais do Moço - que excecionalmente, por uns dias, estavam por cá e não lá para cima para "os Nortes". A sogrinha queria dar-me um beijinho e uma prenda. Lá fomos, rapidamente, que queria chegar a Leiria - ao pé dos que me deram a vida - cedinho.
Ao retomar viagem, o Moço anuncia que vai encher o depósito às bombas de gasolina do Jumbo a Alverca. À entrada de Alverca apercebo-me que me esqueci da mala (vocês dizem bolsa, não é?) na casa dos sogros. Tínhamos mesmo de passar pela chatice de voltar atrás: dinheiro, cartões, documentos, eu tinha tudo lá e ia embarcar numa viagem de uma semana. "Não faz mal" diz-me o Moço sempre calmo. "Vou só pôr gasóleo primeiro e depois vamos lá.".
Enche o depósito.
Procura a carteira.
Lembram-se da minha mala? A que tinha ficado para trás na casa dos sogros?
Agora adivinhem onde estava a carteira dele?
Exato.
Nisto, a bomba de gasolina cheia, já com filas antes do Moço se chegar à janelinha da senhora das bombas e dizer que não temos como pagar, torna-se absolutamente impossível naquele momento em que temos de fazer mini-marcha-atrás para ficarmos estacionados entre as duas filas, porque a cancela não abre para passarmos. A senhora foi simpática mas não é estúpida e às tantas se fugissemos ela tinha de pagar do bolso dela, sei lá. Tanta coisa na bagageira para uma semana de viagem e as riquezas (ou misérias) todas que nos poderiam safar dali na minha mala, a quilómetros de distância. Vá lá que os pais dele estavam cá (bem podíamos ter passado lá a casa sem eles estarem só para ir ver se havia correspondência para o Moço, o que ainda costuma acontecer - aliás tínhamos lá recolhido há minutos a multa de velocidade que lhe chegou no meu dia de anos). Ele ligou ao pai que se desviou dos afazeres para me trazer a mala com tudo lá dentro. E quarenta minutos mais tarde num instante seguimos viagem...
Agora, antes de se precipitarem e dizerem que isto foi tudo culpa minha porque me esqueci da mala em casa dos sogros...pensem que nada disto aconteceria se OS HOMENS NÃO ANDASSEM SEMPRE A ABUSAR DAS NOSSAS BOLSAS!
Ontem foi um dia como outro qualquer. Teve momentos fantásticos e momentos menos bons. Estórias que ficam para rir e pormenores para esquecer. Fazer 30 não é diferente de fazer 29 e duzentos e quinze dias. É sempre uma pena que os dias se sucedam a tal velocidade. É sempre um prazer que saibamos o suficiente para lhes espremer o melhor sumo. É sempre uma pena que já não se tenha a leveza de toque ingénuo de quando se vira para os vinte. É sempre um prazer já ter aprendido tão mais.
E se houve diferença no dia que trintei para todos os outros, essa esteve nas pessoas à minha volta. Vocês também. As pessoas que se lembraram - e mesmo as pessoas que se esqueceram e ainda me hão-de falar disso de forma embaraçada. As pessoas que fizeram parte das outras décadas e que farão parte desta. Vocês também. Entre a família, a vida real, o passeio, as responsabilidades, esvaiu-se-me o tempo para agradecer a todos individualmente. Mas saibam que li tudo, senti tudo, agradeci tudo. Saibam que tornaram melhor o meu dia.
E agora fiquem para ver os próximos capítulos. É que eu trintei de vez...
É hoje que faço anos. Vou fugir. Venham comigo.
Hoje joguei às escondidas com o Moço.
Sobreviveu um espécimen ao grande incidente das velas de Março de 2016, doravante recordado como mais um ato de terrorismo do século XXI (mas a autora fui eu e não um grupo islâmico). Escapou um muffin que fiz com a mesma massa do bolo, que escondi do Moço e usei para lhe dar os parabéns à meia noite, com uma única vela acesa no topo. Infelizmente, apesar de ter encontrado salvação durante o derrame das velas da véspera, sucumbiu nos primeiros minutos do dia 15 aos dentes do aniversariante.
Não sei se já vos tinha dito, mas eu sou uma apressada. Quando tenho uma coisa para fazer e as ferramentas à disposição, quero despachá-la logo e ficar descansada. Por exemplo, se tiver um jantar para uma dúzia de pessoas lá em casa, o Moço bate-me nas mãos para eu não começar logo a pôr a mesa quando acordo.
E ontem dei outra vez um ar da minha graça. Queria fazer um bolo de aniversário que o Moço gostasse e pudesse comer sem estragar as suas 1001 dietas (o bichinho é este, e diz quem gosta de banana que é delicioso, mesmo sem levar açúcar, nem farinha, nem manteigas). Pus mãos à obra de vespera, o bolo é super fácil, ficou pronto num piscar de olhos. Tirei-o do forno. Já tinha preparado o prato e alinhado as velas para ele. Por isso, apressada - ja disse que sou apressada? -, desenformei o bolo a queimar as mãos. Foi fácil porque agora uso sempre formas de silicone. E que lindinho estava o bolo. Fui buscar o côco ralado para lhe pôr em cima e salpiquei-o de branco.
Lembrem-se que o aniversário era só no dia seguinte, mas eu estava a despachar trabalho. E já tinha as velas em cima da mesa...não esperei, coloquei logo as velas no bolo também. Sim, as velas para soprar daí a 24 horas. Não, nem sequer vai ser cá em casa.
O bolo ficou imponente, 30 torres azuis erguidas, dei uma palmadinha nas minhas próprias costas e afastei-me da cozinha.
Talvez já tenham adivinhado o desfecho...as velas são de cera que derrete quando aquece (surpresa!) e o bolo estava acabadinho de sair do forno. Por isso quando voltei à cozinha, passados uns minutos, as velas estavam tortas, caídas, com a cera azul amolecida para dentro do bolo. Não tinham base, era velas com cotinhos. Molho de vela em 30 buracos de bolo bem contados.
Cliquem 2x na imagem para melhor leitura.
[capa realizada em parceria com a aqui há estória]
Não. Tenho cinquenta velas espalhadas à espera do bolo, entre as pequenas azuis e as duas tradicionais, com o número pintalgado. Não serão velas demais. São mais do que a idade dele. Serão sempre menos do que os desejos que lhe sopro ao ouvido. Amanhã (daqui a pouco) o Moço faz 30 anos.
O Moço faz anos amanhã e estou a pensar ir ao cabeleireiro. Há lá coisa melhor para um homem que uma mulher nova?
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