O pequeno-almoço estava cheio de coisas acabadas de fazer. Por exemplo tinha uma quiche muito bonita. Mas fiquei meio assustada quando a senhora do alojamento entra, vê a quiche ainda por provar e diz entre o ameaçador e o simpático que "a quiche é para comer". Senti-me novamente na cantina da escola. Não comi quiche. A mesa de pequeno-almoço é grande, tipo mesa de sala de jantar, para todas as pessoas que lá estão alojadas. Normalmente não gosto disso que o ambiente fica estranho, mas desta vez gerou-se conversa e trocaram-se dicas pelo que até gostei. Fiquei a saber que a cascata do Arado está seca. Peninha, mas há outras.
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A sala de convívio tem mesmo muitos jogos, além dos matraquilhos e mesa de snooker, entre os quais Monopólio e Mikado. Já decidi que se a senhora do alojamento me quiser obrigar a comer coisas que não me apetecem ao pequeno-almoço lhe espeto pauzinhos de Mikado nos olhos. Brincadeirinha...que ela pode ler isto.
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Estão 41º à sombra pelo que viemos almoçar a um snack bar para uma refeição leve. Pedi um cachorro quente e veio mascarado de francesinha. Queijo em cima, molho e tudo. Lá se foi a refeição leve.
7.09.2016
Como a nossa porta do terraço dá mesmo para ao pé da piscina ontem desafiei o Moço para um mergulho noturno. Ele primeiro não acreditou que eu estivesse a falar a sério, mas depois chamou-me maluca e vestimos a roupa de banho para ir. Entrou na piscina e eu fiquei de fora a sentir a água fria com o pézinho. "Já não vens, pois não?" Não fui, tinha frio...ele tomou banho sozinho. Ops. Um dia deixas o teu homem sozinho à noite numa piscina. Ontem foi o dia.
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Fomos à cascata da Portela do Homem. Mais uma vez o caminho é íngreme e é preciso fazer alguma jingajoga a subir e descer pedras e ter muito cuidado. Vi como os outros faziam e fiquei convencida que chegava lá sem partir os dentes da frente. A partir dai foram só duas horas para convencer o Moço a vir também. Quando finalmente me disse chateado "se vais, vou contigo, mas espero bem que não corra mal!" virei-me à pressa e rasguei um dedo num espinho de uma amoreira. Ainda bem que não acredito em sinais. Ou pragas. Nadar numa cascata é qualquer coisa de fenomenal.
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Fomos a umas piscinas termais do Rio Caldo para o lado de Espanha. A água estava literalmente a 40º (tal e qual como quando tomo banho, até fiquei de pele vermelha e tudo). Não queria sair de lá. O que me convenceu foi sentir que estava a apanhar calor e doenças ao mesmo tempo (com tanta gente naquela água quente e parada). Creio que senti algumas infeções a desenvolverem-se, mas saí a tempo.
Surpreendemos a minha avó no dia do seu aniversário. Ela estava na praia com os meus pais e nós chegámos antes (enquanto ela bebia café junto à marginal) e deitámo-nos ao lado do estaminé deles, com o nosso próprio estaminé montado (cadeira, chapéu, toalhas). Como ela não reparou em nós quando chegou - estávamos deitados para baixo, com a cara virada para o outro lado - o meu pai começou a fazer graçolas a dizer que aquele casal ali ao lado - nós - não precisava ter-se posto tão em cima do espaço deles. Depois fez sinal à minha avó que ia roubar a nossa cadeira e assim fez, para pânico dela que começou a fugir envergonhada em direção à beira-mar, assumindo que o meu pai estava mesmo a tirar os pertences a um casal de estranhos. Nessa altura levantámo-nos e ela viu que éramos nós e fez-me uma placagem digna de NFL, com a felicidade de estarmos ali.
2.09.2016.
Hoje seguimos mais para norte para estar com a família do Moço. Levamos bagagem para 4 anos e só vamos estar fora 9 dias.
3.09.2016
Temos um despertador novo. Chama-se "sobrinho de dois anos" e de manhã, por saber que também estamos lá por casa, começa a chamar "tiooooooooo", "tiaaaaaaaa".
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Não me perguntei como fiz, mas dei com um pé no outro e rasguei um bocado de pele do calcanhar com a unha, qual Wolverine. Até jorrou sangue. Juro que tinha as unhas cortadas. Fiz a minha sessão de aeróbica ainda há dois dias (tenho muitas cócegas nos pés, já disse?).
4.09.2016
Entrou uma abelha do tamanho de um burro na cozinha dos avós do Moço. Atrás dela um abelhão de tamanho gigante-normal. Fiz a coisa sensata: pegar na criança e esconder-me no quarto. À falta de ferramentas apropriadas o Moço atordoou-a com laca da avó e apanhou-a com uma tenaz da lareira. Mas havia toda uma equipa de resgate: ele, o irmão, a mãe, a cunhada, os avós...mais gente que a combater os fogos.
5.09.2016 Hoje marchamos para o Gerês para um pouco de descanso e passeio a dois. O que é bom porque já assisti a pelo menos 23 procissões, mas apesar de ser tudo gente muito religiosa estão ansiosos para fazer de mim mãe solteira. Achei que ia tolerar as perguntas de "para quando um bebé" com relativa graça, até alguém me perguntar se eu já estava efetivamente grávida por estar mais gorda. Morri.
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Desorientámo-nos a caminho do alojamento no Gerês. Admiro o meu pai e avô que viajavam connosco por todo o país sem GPS. Eu perco ligação do Google Maps por 20 segundos e considero que estamos perdidos para todo o sempre.
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O quarto é lindo! Está tudo tão impecável que desfiz as malas todas (apesar de só cá ficarmos 4 noites e uma vai a meio) e arrumei as coisas nas gavetas e armários. Tudo. Depois escondi as malas que não cabiam nos armários atrás do cadeirão para não fazerem o quarto feio e desorganizado. O Moço está ligeiramente assustado com o meu ataque de OCD.
Guardamos sempre uns dias de passeio para Setembro. Muitos já foram de férias e vieram exibindo o seu bronze e o seu sorriso. Ambos se vão desvanecendo com o passar das semanas. Nós vamos agora buscar os nossos (sorrisos apenas que aqui o bronze não se pespega, apesar da opinião da doutora). Hoje vamos andar por Sesimbra (só um saltinho), depois subimos às festas da terrinha no Norte, passamos uns dias no Gerês e fazemos pit-stop em mais um par de sítios na descida para o regresso a Lisboa. Vêm conosco? O diário de bordo, vai-se fazer mais no Instagram e no Facebookdo que aqui. Mas o blog não fica ao abandono, prometo. Tenho sempre tantas palavras a transbordar...
Em Ponte de Sor, não há só porrada da grossa - tudo aquilo a que os media têm dado destaque nos últimos tempos. Há muita paz, posso atestar. Vocês sabem que sou adepta das escapadinhas de fim-de-semana e esta foi uma das mais gostosas que experimentei, através da Odisseias. Adorei o espaço, tanto que passámos quase todo o tempo na Herdade da Sanguinheira, mesmo sabendo que havia mais por visitar à volta. A herdade tem tudo: gente simpática, uma piscina de um azulão incrível e muita natureza à volta. Não é a primeira vez que fico num sítio parecido com este, isolado num monte, mas foi a primeira vez que senti uma tal paz. Até me sinto parva por repetir tantas vezes esta palavra, mas não lhe consigo fugir. Foi mesmo isso.
Banhos de sol, banhos de água, redes a balouçar, e...uma cama no chão! Este é o resumo. Mas deixem que vos conte tudo, incluindo a nossa escolha radiofónica (mais adiante).
Não se acanhem nos quilómetros finais para chegar à Herdade. Parece que nos estamos a encaminhar para um sítio escondido onde nos vão tirar um rim, mas é mesmo um sítio que nos vai aliviar dos maus fígados. Enfim, chegámos à Herdade tarde e a más horas na sexta feira e tivemos logo três excelentes indicações: fomos promovidos para o T2 que era a casa que estava disponível, deixámos a papelada do check in para o dia a seguir porque o responsável percebeu que estávamos era cansados e esfomeados e, não menos importante, ele ligou para o restaurante do Olivença a reservar o nosso lugar para ainda conseguirmos jantar.
E foi chave, porque o Olivença às dez da noite ainda estava cheio, a cozinha quase a fechar e nós lá conseguimos sentar-nos rapidamente, para comer umas alentejanices , como lhe chamou o dono. Farinheira, ovos mexidos com espargos, sopa de tomate, e uma dourada, com bebida e cafés ficou por 21€. Comemos bem, barato e recomendamos. Já que falamos de comida: no dia a seguir almoçámos na Petisqueira Alentejana, também tudo delicioso e de recomendar, inclusivamente a simpatia e as doses grandes. As restantes refeições preparámos nós na nossa casinha alentejana, para poupar - e porque tínhamos tudo ao nosso dispor. Acho que tenho tendência para preferir hotel a apartamente, mas é por não me lembrar da facilidade das refeições e de que gosto de não estar confinada ao quarto. Deixo-me ludibriar pelo pequeno-almoço de hotel é o que é, e não vejo o resto à frente. Na dúvida: quero continuar a frequentar os dois tipos de alojamento.
A casa era uma graça, super bem-decorada, entre o rústico e o moderno (aquela combinação que não falha). Adorei a cama no chão, embora o Moço se tenha queixado do conceito. Digam lá que não é maravilhoso? O AC nos quartos não nos falhou (mais: permitiu-nos sobreviver a um fim-de-semana tão qente) e a sala com uns sofás super confortáveis também tinha uma ventoínha.
Mas passei à fente de outra coisa que vos queria dizer. Ao chegar à casa, deparámo-nos com uma mensagem de boas-vindas escrita num quadro de giz e uma dúzia de biscoitos de alecrim caseiros. Eram tão bons que os devorei sem pensar. O Moço não chegou a provar mais que uma migalha de um. Os meus parabéns à artista que os faz - que é como quem diz, apontando uma arma: a receita ou a vida! Fiquei maluca com os biscoitos, em boa verdade vos digo.
A piscina era maravilhosa, bem como a envolvente, que incluia a rede onde me baloucei por mais ou menos uma hora no Domingo de manhã. A paz era tal (lá estou eu outra vez com esta palavra) que mesmo as crianças a brincar na água, me pareciam parte do silêncio. Tudo sons naturais. A 4 quilómetros do alcatrão e dos motores. Tudo o que a vista alcançava eram sobreiros e céu azul. E - não menos importante - muitas espreguiçadeiras, mais que sificientes para todos os hóspedes, bem como chapéus. Parece detalhe sem importância, mas é porque nunca tiveram de se levantar às 5 da manhã para guardarem lugar ao pé da piscina que não seja no ladrilho. Sim, estou a exagerar, mas vocês percebem...
A única coisa que quero que considerem com carinho antes de se porem no carro (hey, calma, calma, com essa pressa aposto que nem levam cuecas para os dias todos) é que vão para o meio da natureza. Há borboletas, abelhas, louva-a-deus, formigas gigantes e outras bichezas não-muito-fofas, mas normalíssimas no meio da natureza. A mim, tirando as abelhas, que são um trauma antigo, nada me fez muita impressão. Aliás havia uma borboleta na sala de estar, moradora da planta do canto, que em vez de expulsar tomei como meu animal de estimação - os cães da herdade seriam cliché - e batizei como Bonifácia. Mais um caso de animal de estimação abandonado em Agosto, porque viemos embora e não a trouxemos.
Apesar de termos a oportunidade de aproveitar o Domingo até ao fim na herdade, e mesmo sem ter humilhado o Moço no snooker ou nos matraquilhos (ou vice versa), tínhamos outros compromissos e portanto perto da hora de almoço, retomámos o caminho para Lisboa. À saída tinham uma lembrancinha para nós. Na minha inocência gulosa, só imaginei mais biscoitos de alecrim. Afinal era um íman de cortiça, com a imagem da Herdade. Também é bom, mas biscoitos era melhor. De agora em diante, aliás, é assim que recordarei esta estadia a repetir: o sítio dos biscoitos de alecrim. Se estiverem curiosos, sigam por aqui
Se preferiam ter sabido disto tudo em tempo real, sigam-me no Instagram - @maria_das_palavras e no Facebook aqui.
O Porto não me é estranho. Já o visitei muitas vezes e ele tratou-me sempre bem - mostrou-me coisas bonitas, gentes simpáticas de sotaque mais ou menos carregado e encheu-me muito bem o bandulho. Em Setembro, vamos para norte novamente e na descida queremos ficar uma noite no Porto, e re-visitar sítios onde já fomos felizes. O Moço até tem esperança que o jogo desse fim de semana no Dragão seja na noite que possivelmente lá estaremos (eu também não me importo de ir ver o Porto a...perder!).
Por falar em perder...ando um pouco perdida à procura de (potencial) alojamento. Para já tenho estas opções, por favor assinalem uma!
a) Hotel Porto Antigo (uma encantadora casa senhorial em Cinfães, sobre uma baía no Douro, com uma esplanada flutuante, vejam)
b) MyStay Porto Bolhão ( para um estúdio bem decorado no centro, a 300 mt do famoso mercado e 200 mt do Coliseu, vejam)
c) Outro bonito e barato que vocês me vão sugerir...?
Vamos fazer de conta que eu não deixei passar quase três anos e duas vidas para continuar o relato da escapadinha de aniversário que comecei aqui, continuei descrevendo este episódio genial e pausei depois deste post sobre Aveiro.
Em relação ao Douro...Comecemos por dizer que não sou nova nestas zonas. Vou ver o Douro pela margem sempre que visitamos a família do Moço (que se ajeita ali mais para ao pé do Tua). Mas desta vez, e porque íamos em escapadinha de aniversário, antes de ir ter com a família, quisemos experimentar as encostas vinhateiras só para nós, por uma noite. A convite da Odisseias, ficámos no afamadoDouro Scala em Mesão frio, para cima do qual eu andava a babar há meses. Felizmente, assim que fiz a parceria com a Odisseias ficou esclarecido que os artigos sobre as experiências são da minha total responsabilidade e escritas com total liberdade porque...saí de lá desiludida. Sirva este post também para vos confirmar que tudo o que recomendo é de coração, sem influências externas. Não é que tenha sido mau, até foi em partes, maravilhoso, mas...eu explico.
Talvez o problema fosse das expectativas. Andava a sonhar com esta estadia há demasiado tempo. O local é impressionante, no topo "do mundo" com vista sobre uma vasta extensão de vinhas e a Serra de Cidadelhe, mas não pude deixar de notar a falta que me fez olhar o rio. Ora há pouco tempo tinha estado no Delfim Douro (só de passagem, não fiquei lá) que se debruça mesmo sobre a água e penso que estava a querer igual. Fomos impecavelmente atendidos, diga-se, e o edifício é maravilhoso, fundindo uma estrutura rústica de uma casa senhorial (com direito a uma biblioteca antiga, uma capelinha e tudo e tudo) com um complexo moderno. Ofereceram-nos um Porto à entrada que o Moço não recusou e fizeram-nos a reserva para o jantar.
O quarto era espaçoso e com a mesma tendência para conjugar o clássico e o moderno, com uma cabine de duche no próprio quarto (o lavatório ao lado e a sanita dentro de um compartimento que parece até um roupeiro, muito bem disfarçado). Palmas para o melhor duche que tomei na viagem toda - fenomenal com a água a cair do teto com a temperatura e a pressão certa. Há poucas coisas neste mundo que valorize tanto como um bom duche quente (até deixar a pele vermelha). No entanto, não esquecendo que estamos num hotel de cinco estrelas, e embora não me mate,nem me engorde, não achei muito natural haver toalhas desfiadas e um buraco no tecido da cortina. Sei, sei, os hóspedes são uns selvagens, mas o hotel tem uma reputação a manter. Pormenores que fazem a diferença. Mesmo num sítio tão bonito como este que aqui vos mostro.
Espantem-se: usámos o ginásio e não o Spa. Isto porque o Spa estava cheio e o ginásio não. A bem da verdade, o Moço usou o ginásio e eu andei 3 minutos na bicicleta e depois fartei-me. Uma fraca, é o que sou. Mas diverti-me a fazer vídeos dele a correr e eu paradita a rir-me. Equipada, que mesmo para gozar, visto-me a rigor. Na foto seguinte, podem testemnhar isso e verem aquilo que a minha tia chama de "ancas de parideira".
O meu tempo mais bem empregue foi passado na varanda, a ler, com o Sol por cima e a maravilhosa vista à frente (mesmo sem ter o rio). Aí sim, um luxo, 20 estrelas.
Do jantar, não vos vou falar, porque acho que já casquei o suficiente no hotel. Ok, vou falar: esperámos muito e quase tudo estava frio. Muito abaixo das minhas expectativas, é o que vos digo. O pessoal foi sempre um mimo, acederam a todos os nossos pedidos, até porque a alimentação do Moço implica algumas esquisitices - isso também não se pode esquecer. E não quero ser uma ingrata ou mentir dizendo que me arrependo de lá ter ficado, porque não foi de todo o caso. Contudo era um hotel de 5 estrelas e não parecia. Pronto, é isto. Verdade seja dita, o preço também não se assemelha a outros hóteis de 5 estrelas onde já tive a sorte de estar e portanto não há milagres. Mas...mas...
O Douro, esse, continua majestoso como sempre. E não fomos embora sem tirar umas belas dumas fotos (mais outras pelo caminho). Foi mais ou menos na altura que a minha máquina fotográfica deu o berro. Creio que se sentiu incapaz de registar a sumptuosidade do que via à frente.
No segundo dia da escapadinha que começou começou saborosa, mas turbulenta, fomos para Aveiro. Já tinha passado pela "nossa Veneza" umas quantas vezes, mas nunca com tempo suficiente sequer para provar uma tripa. Escolhemos a estadia na Odisseias (paguei do meu bolso, sim? para não acharem que isto é só borlas). Ficámos no Aveiro City Lodge, que está localizado no coração da cidade, com uma experiência que incluía o pequeno-almoço,uma oferta de ovos-moles à chegada e um passeio de Moliceiro para dois - tendo em conta que só o passeio de Moliceiro é 8€ à cabeça, o voucher compensou bastante. Vejam aqui.
A senhora que nos fez o check-in era claramente uma apaixonada pela cidade. Falou-nos com muito entusiasmo do passeio de Moliceiro e aconselhou-nos a estar junto à embarcação (posso dizer assim?) logo cedo na manhã seguinte, prometendo que não chovia apesar de o IPMA dizer o contrário (e estava certa). Tínhamos deixado o carro mesmo à frente do City Lodge, onde há parquímetro, mas ela deu logo os conselhos por baixo da mesa: a esta hora (era fim da tarde) já não vale a pena pagarem e se puserem moedas depois da hora em que acaba o parquímetro fica logo pago para a manhã seguinte. Obedecemos, deixando lá o carro, até porque o parquímetro lá tem uma taxa mais engraçada que as Lisboa e não íamos ficar muitas das horas pagas.
A seguir fomos passear pela cidade a pé - eu já com dois ovos moles no bucho. Ver as casas todas com os seus azulejos diferentes, dizer olá ao mercado do peixe e à ria, tirar muitas fotos enquanto o sol descia (não aceito comentários abaixo de "porra, que luxo de fotos"). Depois voltámos ao City Lodge para nos pentearmos - afinal o jantar ia ser com a boa da M.J. e seu noivo e tínhamos de fazer boa figura na terra deles. O restaurante onde comi um bife do tamanho do pé do Moço era pertíssimo de onde estávamos - maravilha. Só me escapa agora o nome. Até porque estava entretidíssima com a companhia. Não digam a ninguém, mas somos os 4 pessoas péssimas e portanto demo-nos muito bem.
Na manhã seguinte, depois do pequeno-almoço - que está incluindo no alojamento mas se toma num dos cafés da praceta - lá fomos ao Moliceiro. Gostei muito da visitinha guiada pela ria, onde o...Sr.Moliceiro (?) nos ia explicando o que estávamos a ver e um pouco da história da cidade à medida que passávamos por ela. Mas eu sou uma taradinha por embarcar em coisas instáveis (barcos, aviões, lojas da Primark) por isso já calculava.
Depois fomos arrumar as coisinhas ao hotel e seguimos para a Costa Nova a.k.a. sítio das casas às riscas. Não comi o pastel de nata, nem o gelado, nem a tripa de lá, porque já estávamos perigosamente perto da hora de almoço, mas enchemos o bucho de passeio.
A seguir voltámos o carro para nordeste e fomos em direção ao próximo destino, ali nas margens do Douro. Ficam para ler?
A coisa começou por correr muito mal. Tínhamos planeado uma tarde simpática pela Ericeira, bom almocinho, respirar a praia, mas, algures entre o plano e a realidade, a chuva e o vento fizeram-se de convidados. Faltavam cinco minutos para a hora da reserva do almoço e (segundo o Google Maps) 30 minutos para o local. Ligámos a avisar (correção: ligou ele, já que motivou o atraso). Odeio atrasar-me, é ponto de honra. Acalmei assim que pusemos os olhos no mar. O restaurante que escolhemos, a convite da Odisseias, era mesmo na linha da praia, o carro ficou estacionado a olhar para o mar e eu - mesmo atrasada - não entrei sem tirar um par de fotos primeiro.
Entramos assim na Marisqueira Ribas, empurrados pela brisa marítima (fresca, a velhaca). Só para descobrirmos que a nossa reserva estava feita para um dia diferente...fiquei atrapalhada, tinha havido ali um problemita na comunicação, mas os senhores não ficaram nada atrapalhados. Que não fazia mal, que estava tudo bem e receberam-nos com simpatia e atenção.
Demasiada atenção, pensei eu a determinado momento, quando os via sempre a espreitar para nossa mesa - mas depois, parola, acabei por perceber que se devia ao facto de termos escolhido a mesa mais escondida (gosto de cantos, não sei explicar) e eles tinham de perceber quando substituir os pratos, entre outras coisas.
O pão quente para receber a manteiga começou logo a encher-me o coração e a travessa de marisco não tardou a vir. Quando o senhor pousa o martelinho da sapateira é que olho por mim abaixo e penso: bem jogado, Maria, com a escolha dessa camisa branca. Posso dizer-vos - e tenho testemunhas - que a camisa ficou intacta. Nem molho de sapateira, nem um bigode de camarão. Não posso dizer o mesmo das minhas mãos, cabelo, toalha da mesa, chão e possivelmente paredes...mas isso é outra história. Não posso ser a única que tem problemas de logística a comer marisco...embora já me safe muito bem a descascar gambas com faca e garfo, é um bocadinho impossível fazê-lo com sapateira...
A travessa tinha sapateira (recheio e perninhas), camarão, ostras, mexilhões, percebes e búzios. E eu só sabia comer metade. Mas como o senhor bem apontou "se não sabe, pegunta". Foi assim que fiquei a saber que os percebes sao bons escurinhos com extremidades avermelhadas, que os búzios são parecidos com as ostras, mas cozinhados. E que as ostras se devem comer com pimenta e muito limão e - a frase do dia: engolem-se não se mastigam.
Estava tudo delicioso, mas as ostras não gosto, nem com limão e pimenta, nem a engoli-las como um comprimido como me ensinou o senhor. Aquela textura... Haverá aqui amantes de ostras?
As sobremesas eram do dia e caseiras e, portanto, não necessariamente as que estão escritas no voucher. No caso, optámos por fruta (olhó abacaxi) e uma baba de camelo que...bem, o aspeto fala por si.
Entretanto não ficámos pela Ericeira tanto tempo como estimámos, por causa da não-tão-agradável meteorologia, só o tempo suficiente para tirar mais umas fotos. É que mesmo de céu cinzento, a paisagem é maravilhosa. Sem filtro, senhoras e senhores.
À tarde fomos redescobrir o espaço do LX Factory. Adorei. Logo vos mostro também. No próprio dia (foi Sábado) fui publicando fotos e novidades do passeio no Facebook e Instagram. Juntem-se a mim nessas redes sociais para não perderem pitada das minhas tolices, com toda a adrenalina da experiência ao vivo.
De Sábado para Domingo, no segundo capítulo da comemoração do nosso aniversário de namoro, decidimos usar um pack Odisseias que ainda andava cá por casa (oferecido pelos cunhadinhos). Depois da estadia que vos mostrei num resort de luxo, pensámos que qualquer noite que se seguisse a esta saberia a passar de cavalo para burro. Mas esquecemo-nos que o burro é um animal caricato e cheio de encantos próprios, mesmo que não tenha a crina lustrosa do seu primo que vai aos concursos.
A escolha recaiu sobre o Monte dos Pensamentos, em Estremoz. Não havia quartos simples disponíveis, pelo que ficámos numa suite (mediante pagamento de um extrazito, claro). Mas não houve arrependimentos. A receção , onde também está a piscina e o salão de jogos (que é na verdade a divisão da foto acima), fica a uns 100 metros do edifício onde estão os quartos que também tem uma cozinha e uma sala comuns.
Quando entrei no quarto, fiquei positivamente deslumbrada. A decoração moderna, com capas dos livros do Tintin transformados quadros, a colcha bordada maravilhosa, a salamandra com o lume preparado (voltamos a isto mais tarde) e uma cama-individual (que virou sofá), o LCD, uma garrafa de água de cortesia e a casa-de-banho super moderna em pedra. Em termos de turismo rural...não podia ter melhor aspeto.
Aprendi mais tarde que mesmo os quartos mais bonitos, com ar condicionado e salamandra, podem fazer-nos passar um frio de rachar, mas como me disse uma amiga minha quando lhe contei isto: é Janeiro, querias milagres?
Tive uma luta de titãs com a salamandra, mas ao fim de três horas a bicha acendeu, tornámo-nos as melhores amigas, e foi um luxo estar a ler ali à beira do calor, em dois cadeirões confortáveis. Sabem aquela sensação "não-saio-daqui-nem-que-sinta-a-pele-das-pernas-a-arder"? Foi tal e qual.
Nessa tarde visitamos Estremoz, bebemos um chá n'A Cadeia Quinhentista - um bar que era mesmo uma antiga prisão, muito pr'ó engraçado - e aprendi que os ilustres da minha terra (D.Dinis e a Rainha Santa Isabel) também são famosos por lá. Comemos numa das tascas mais antigas do sítio, onde não fomos lá muito bem atendidos, mas eu tive oportunidade de a) provar e ficar fã da sopa de cação e b) mostrar ao Moço como sou a melhor namorada de sempre, ao deixá-lo ver o Porto durante o jantar, sem refilar (muito).
No Domingo, antes de voltarmos a Lisboa via bifana de Vendas Novas, ainda visitamos Vila Viçosa, onde o que mais impressiona é o Paço Ducal e o borrego assado do Ouro Branco . Estranhei que num Domingo tão solarengo houvesse tão pouca gente a passear numa cidade tão alva e bonita, mas quem sou eu para mandar na vida dos outros?
E pronto - correndo tudo bem - para o ano há mais!
Como vos contei há uns tempos o meu aniversário com o Moço (3 aninhos já cá cantam) dava-se este final de semana e a Odisseias teve a gentileza de me convidar a escolher uma estadia para a celebração - uma parceria que recebi com calma aparente e gritos agudos internos de felicidade. A escolha não foi fácil, pois todas as experiências do site estavam à minha disposição, mas depois de uma pré-seleção e ouvir os vossos sábios conselhos, eu e o Moço ficámo-nos por uma escolha modesta. Isto se considerarem modestos os alojamentos que têm soalho aquecido e banheiras que albergam equipas de futsal.
Foi assim que na sexta à noite dissemos olá ao L'AND Vineyards. E o difícil...foi perceber que ia chegar o momento de dizer adeus. Já vos conto tudo. Ora prossigam.