A blogger menos in do pedaço em 2021
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Falhei todas as resoluções. Comecei o ano a viajar - literalmente, os primeiros quatro dias e mesmo debaixo de um temporal soube-me muito bem - acho que foi por causa da comida na Terceira. Ao longo do ano visitei duas ilhas portuguesas e uma italiana. Passei semanas de férias inteiras a preocupar-me. Passei semanas de trabalho inteiras a preocupar-me. Li muito, para cima de 50 livros (and counting). Li mais ebooks que livros em papel. Passei novamente o aniversário isolada e gostei novamente disso. Saímos do isolamento e não estava preparada para isso. Voltei a trabalhar no escritório. Voltei a trabalhar em casa. Trabalhei imenso, mas não foi o suficiente. Não fiz exercício e comecei a comer pior. Recebi rosas no aniversário de namoro e Osvaldinhos da Aipal no dia dos namorados. Perdi toda a vontade de fazer fosse o que fosse em casa - não estrelo um ovo há meses. Escolhi-me. Teve de ser. Senti-me culpada por dizer que não muito mais vezes. Escolhi-me. Teve de ser. Não repeti por erro. A Cátia fez um ano - a Cátia é a planta do Moço. Senti-me estranha por voltar a cinemas e restaurantes. Deixei de me sentir estranha por voltar a cinemas e restaurantes. Não deixei de me sentir estranha por estar com muitas pessoas. (Sempre senti?) Voltei a gostar de um filme do James Bond. Experimentei restaurantes novos e senti-me genuinamente feliz com isso. Fiz arborismo e quis desistir no final do percurso. Voltei a cortar o cabelo, quase a fazer dois anos. Ficou estúpido. Fiz uma sessão de coloração pessoal e descobri que as cores que mais visto não me favorecem. Senti-me sozinha. Senti falta de estar sozinha. Tirei o Invisalign. Continuei a vestir cores que não me favorecem. Saí de casa com blazer e sweat de capuz - em simultâneo. Fiz pouco. Fiz nada. Comecei o balanço do ano com a palavra "falhei". Acho que não faz mal admitir que não foi um bom ano. Acho que me sinto melhor só porque vai acabar. A falsa sensação de recomeço nunca fez mal a ninguém.